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A utilização prática da Psicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar

Orlando Moraes Nascimento

 

DOI: 10.5281/zenodo.17653135

 

 

RESUMO

O presente artigo, com a temática "A utilização prática da psicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar", tem como objetivo geral analisar de forma clara a utilização dos recursos dos profissionais psicopedagogos no ambiente escolar. Os objetivos específicos incluem descrever as funções e ações dos profissionais psicopedagogos no ambiente escolar no contexto atual, apontar o contexto histórico do surgimento dessa ciência ao longo do tempo, entender as contribuições do psicopedagogo em diversos locais de atuação, bem como no próprio ambiente escolar. Além disso, busca compreender os principais desafios do profissional, sua percepção em relação à sociedade e à família, e relacionar as consequências do trabalho do psicopedagogo nas comunidades escolares e nas famílias. Para compreender de forma clara a temática em questão, é importante mencionar o caminho metodológico deste estudo. A metodologia aplicada é bibliográfica, o que significa que as fontes bibliográficas apresentam dados e informações já pesquisados por outros autores que também manifestaram interesse em determinados assuntos. Portanto, fica claro que a fundamentação deste tema foi baseada em informações relacionadas à psicopedagogia.

 

Palavras-chaves: Psicopedagogo. Educação. Transtornos. Ambiente escolar.

 

 

  1. INTRODUÇÃO

 

A construção de conhecimento e saberes gerada por uma criança ao longo do período em que está inserida no ambiente escolar depende de vários fatores. Logo, o processo de ensino e aprendizado pelo qual o educando vai passando é complexo e desafiador. O ato de ensinar e a prática de aprender são fenômenos que ocorrem em diversos momentos e situações, com renovação e desafios constantes. Dentro desse contexto, é importante mencionar que nem todas as crianças têm as mesmas características quando estão diante de uma determinada informação para aprender. Assim, uma das ciências mais utilizadas para entender as limitações e dificuldades de aprendizagem de uma criança no ambiente escolar é a Psicopedagogia.

Partindo desses pressupostos relacionados às dificuldades de aprendizado e à capacidade de interpretação de várias crianças quanto à percepção e compreensão dos conteúdos no ambiente escolar, este artigo apresenta a seguinte temática: “A utilização prática da psicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar”. Com base nesse tema, o presente artigo pretende fazer uma análise compreensível e científica sobre os impasses e obstáculos que algumas crianças enfrentam no processo de ensino e aprendizado, e, dessa forma, analisar a utilização prática do profissional psicopedagogo como um meio para intermediar e nortear esse processo, buscando uma forma de contribuir direta e indiretamente para essa complexidade.

A escolha do assunto foi pautada nos princípios básicos das principais problemáticas e das limitações encontradas por diversas crianças na construção de conhecimentos, bem como na interpretação, no processo de elaboração de uma resposta, e também nos aspectos cognitivos dos mesmos. Além disso, existem limitações que estão relacionadas aos mais diversos fatores presentes nas matérias ministradas pelos professores. Logo, diante da exposição de determinados conteúdos, nem todos os alunos assimilam as informações com o mesmo padrão de entendimento, clareza e velocidade.

Para buscar englobar de forma objetiva a temática em questão, o caminho metodológico utilizado é o bibliográfico. Para isso, é visível que na bibliografia estão presentes informações de fontes primárias e secundárias, sendo utilizados livros, revistas, sites, periódicos e outras fontes que irão corroborar diretamente com o assunto em questão, trazendo clareza sobre o avanço da Psicopedagogia em relação às crianças que apresentam limitações na absorção de conhecimento, que são fundamentais na educação escolar.

 

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

2.1 ADVENTO HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA

 

A construção de conhecimento e saberes gerada por uma criança ao longo do período em que está inserida no ambiente escolar depende de vários fatores. O processo de ensino e aprendizado sempre passou por momentos de renovação e constantemente adota pensamentos ecléticos que têm por finalidade ampliar métodos que possam aumentar a capacidade das crianças que apresentam determinadas limitações de entendimento diante da grade curricular.

 

A psicopedagogia, como um campo de conhecimento que tem como objetivo compreender todo o processo que envolve o ensino e o aprendizado humano e todas as dificuldades envolvidas nesse processo. A psicopedagogia vai trabalhar as dificuldades de aprendizagem, o sujeito em questão, levando a esse sujeito os meios de restabelecer os vínculos, fazer com que ele volte a aprender, que consiga sentir vontade, desejo de aprender e se torne uma pessoa de sucesso. Afinal, o homem é um sujeito aprende-te e a aprendizagem ocorre pela interação entre sujeito e objeto. (PATRICIA 2016, p 10-11).

 

Compreende-se que esse campo de conhecimento, aplicado de forma objetiva, pode reduzir as dificuldades de aprendizado de uma criança que não consegue absorver o que está sendo ensinado. Logo, é importante mencionar que, no ambiente escolar, o professor consegue perceber de imediato as crianças que não conseguem entender com clareza o que está sendo ministrado.

Diante dessa situação, o psicopedagogo vai apresentar possíveis soluções para que as distorções de aprendizado manifestadas pelas crianças com os mais diversos transtornos sejam melhor compreendidas. Assim, essa ciência evidencia as condições necessárias para que a criança vença suas limitações no ato de assimilar e acomodar as informações ensinadas no ambiente escolar e fora dele.

Nesse contexto, é importante mencionar que as primeiras evidências dessa ciência surgem na Europa. Logo, é importante referir que a psicopedagogia não nasceu no Brasil nem tampouco na Argentina, mas a realidade dessa ciência no Brasil é resultado de sua existência na Europa.

 

Investigando a literatura sobre o tema, podemos verificar que a preocupação com os problemas de aprendizagens na Europa, ainda no século XIX. A preocupação entre os moralistas e os educadores do século XVII era compreender mais e melhor a criança para transformá-la em um homem racional e cristão. A partir do século XVIII a criança passa ser escrita em um discurso social em que predomina o conceito de disciplina, racionalidade dos costumes, acrescida da preocupação com a higiene e a saúde física. (BOSSA 2019, p 55).

 

Os desafios encontrados no processo de aprendizagem na Europa eram os mais diversos, chamando a atenção de profissionais da educação, além de profissionais da Psicologia, Sociologia, Filosofia e também da medicina. Ou seja, esses fenômenos chamaram a atenção de outros setores. Assim, essas problemáticas levantaram as mais diversas questões que tinham como objetivo compreender melhor o funcionamento do cérebro humano e os processos de absorção de um determinado conteúdo.

Ainda dentro dessas ideias, é importante mencionar que, de acordo com Lemos (2024, p. 8), “Outros autores apontam que a Psicopedagogia surgiu no ano de 1946, com a criação dos primeiros Centros Psicopedagógicos na Europa, em Paris.” Esses centros tinham objetivos claros, com a finalidade de melhor compreender as causas dos transtornos e como ajudar os alunos com transtornos de aprendizagem a aprender os conteúdos ensinados.

Também é importante mencionar que outros autores se tornaram fundamentais para o surgimento das ideias relacionadas à psicopedagogia. Autores que tiveram uma contribuição direta na literatura e na compreensão do porquê dessas limitações apresentadas.

 

Ao pesquisar a origem do pensamento argentino acerca da Psicopedagogia, verificamos que a sua literatura está fortemente marcada pela literatura francesa. Autores como Jacques Lacan, Maud Mannoni, François Dolto, Julián de Ajuriaguerra, Janine Mery, Michel Lobrot, Pierre Vayer, Maurice Debesse, René Diatkine, George Mauco, Pichon-Riviere e outros são frequentemente citados teve origem na Europa, ainda século XIX. (BOSSA 2019, p 55).

 

As ideias relacionadas à psicopedagogia ganharam entendimento amplo e foram sendo melhor compreendidas. Partindo de uma conotação da psicopedagogia como campo de investigação do ato de aprendizagem, está profundamente associada aos distúrbios de aprendizagem.

Fica evidente, assim, que a psicopedagogia nasce na Europa e ganha uma configuração característica nas Américas. Especificamente na década de 50, a psicopedagogia se configura na América do Sul. A Argentina foi pioneira na América Latina, por meio da formação universitária em 1956. A precursora foi a europeia Arminda Aberastury, professora, pediatra e psicanalista, e o argentino Jorge Visca, considerado o pai da Psicopedagogia, criador do Instituto de Psicopedagogia da Argentina, na década de 60, e responsável direto pela definição oficial da Psicopedagogia como área de conhecimento (LEMOS, 2004, p. 9).

Dessa forma, a Psicopedagogia seria um campo de saber que promove pesquisas e métodos que visam, em última instância, sanar ou amenizar as dificuldades de aprendizagem das crianças no ambiente escolar, contribuindo diretamente com estratégias que podem beneficiar um melhor entendimento dos estudantes (SILVA, 2019, p. 3).

 

 

2.1 A LEGALIZAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

 

A valorização dessa ciência, ainda jovem, passou a ter um grande respeito. Isso porque a prática da psicopedagogia, com o passar do tempo, foi ganhando respeito e seu devido enquadramento no setor da educação, sendo encontrada nela possíveis soluções para as limitações de aprendizado que uma criança pode apresentar. E essa fundamentação é pautada em precursores que tiveram contribuição direta com seus escritos e práticas.

 

A Psicopedagogia foi criada na Europa, e por meados do século XIX, e foi trazida para o Brasil na década de 70, com o objetivo de atender as pessoas que apresentavam dificuldades na aprendizagem. Em 1979 foi criado o primeiro curso regular de Psicopedagogia, no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, com a iniciativa da pedagoga Maria Alice Vassimon e da Psicodramatista e Madre Cristina Sodré Dório Diretora do Instituto. Neste, os profissionais se organizavam em grupos de estudos para analisar, discutir, estudar e buscar soluções para os problemas que surgiam na aprendizagem, e com esses debates definiam meios de prevenção e elaboravam planos de intervenção após os diagnósticos feitos. (HUNHAS 2021, p 4)

 

Depois que a prática da psicopedagogia chegou ao Brasil, surgiu a necessidade da regulamentação para o funcionamento e atendimento das pessoas que precisariam dos profissionais. Logo, os resultados dessa ciência apresentavam resultados visíveis, ou seja, com o diagnóstico em mãos do tipo de transtorno de aprendizado apresentado, as ações seriam as mais diversas, dependendo dos profissionais qualificados.

Partindo então desses princípios, a regulamentação e organização da psicopedagogia passaram a ser algo necessário. Também é importante mencionar que os agentes criadores dessa ciência apresentaram de forma clara que essas limitações podem ser trabalhadas com inteligência e capacidade.

 

Os precursores da psicopedagogia são aqueles que contribuíram para o seu desenvolvimento, seja por meio de suas pesquisas, de suas práticas ou de seus escritos. Na literatura francesa – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, psicopedagoga francesa, que apresenta algumas considerações sobre o termo Psicopedagogia e sobre a origem dessas ideias na Europa, e os trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médico-psicopedagógico na França onde se percebe as primeiras tentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, na solução dos problemas de comportamento e de aprendizagem. (LEMOS 2004, p 11).

 

Os fundamentos que tornaram a psicopedagogia essa ciência de valor nos dias atuais estão pautados em seus precursores, que visaram não somente a educação, mas também outras áreas onde a mesma pode ser aplicada de forma profissional. De acordo com Bossa (2019, p. 20), “A psicopedagogia ocupa-se dos problemas de aprendizagem, os quais, de início, foram estudados pela Medicina e pela Pedagogia, e hoje são tratados por um corpo teórico que vem se estruturando a partir das contribuições de outros campos”.

Nessas perspectivas, é fundamental compreender que a legalização e normatização dessa profissão foram passos fundamentais para os avanços nos estudos, nas clínicas e no ambiente escolar. Na prática, o reconhecimento e a legalização da psicopedagogia foram cruciais para garantir um atendimento de qualidade.

 

A formação do (a) psicopedagogo (a), no Brasil ocorre desde a década de setenta em instituições a nível superior em todo território nacional. Esta formação atende a Resolução 01, de 06 de abril de 2018 do MEC que estabelece diretrizes e normas para ofertas dos cursos de pós-graduação lato sensu denominados cursos de especialização no âmbito do sistema federal de educação superior. A previsão da matriz curricular traz carga horária mínima de 360 horas. Os estudos e levantamentos da Comissão de Formação e Regulamentação do Conselho Nacional da ABPp indicaram que a maioria dos cursos são ministrados com 600 horas ou mais, conforme as Diretrizes Básicas de Formação de Psicopedagogos no Brasil. (ABPP 2018)

 

A regulação da psicopedagogia foi um marco essencial para que, dessa forma, seu objeto de estudo - o processo de aprendizagem - fosse ganhando novas análises científicas, diante das diversas formas de transtornos visíveis atualmente. Isso porque a compreensão e a atuação profissional têm características interdisciplinares, a partir da articulação de áreas de conhecimento afins, como pedagogia, psicologia, fonoaudiologia e medicina, em suas especificidades.

 

 

2.3 CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL DA PSICOPEDAGOGIA

 

Diante da importância do profissional que atua tanto em clínicas quanto no ambiente escolar, além de outras instituições, quando necessário sua presença, fica claro que, em suas atribuições, a compreensão do porquê das limitações de entendimento de algumas crianças que apresentam transtornos precisa ser levada com um alto grau de seriedade e responsabilidade.

 

Sua perspectiva de abordagem histórica e teórica: faz um balanço histórica da constituição da Psicopedagogia e uma análise de sua significação. Assim, após explicar os fundamentos da Psicopedagogia, retorno sua formação no Brasil e na Argentina e estuda a formação especializada do psicopedagogo no Brasil. Descreve, em seguida, a configuração da prática psicopedagógico na escola e na clínica, caracterizado, ao final, a natureza do tratamento psicopedagógico. (BOSSA 2019, p 17).

 

É compreensível que a abordagem do psicopedagogo, quando aplicada, precisa ter resultados visíveis. É nesse sentido, com maiores acertos, que é importante que a formação e profissionalização sejam pautadas nas normas constitucionais, nas observações científicas e nas diversas aplicações práticas de testes que podem revelar novos caminhos para um aprendizado mais alicerçado de uma criança com transtornos.

Assim, algumas características são indispensáveis para a formação do psicopedagogo. Logo, o perfil desse profissional passa a ser exigido com grau de excelência. É notável que o atendimento de uma criança com transtorno de aprendizado não pode ser realizado por pessoas sem preparo e sem formação. Por conta disso, torna-se obrigatório que a formação seja pautada na Constituição Brasileira.

 

Art. 4º São atividades e atribuições da Psicopedagogia sem prejuízo do exercício das atividades e atribuições pelos profissionais da educação habilitados: I - intervenção psicopedagógica, visando a solução dos problemas de aprendizagem, tendo por enfoque o indivíduo ou a instituição de ensino público ou privado ou outras instituições onde haja a sistematização do processo de aprendizagem na forma da lei. (BRASIL 2008).

 

Constitucionalmente, é obrigatória a formação do psicopedagogo. Partindo daí, sua formação precisa ser contínua diante de tantos desafios encontrados no ambiente escolar e dentro das clínicas. Seu preparo acadêmico faz toda a diferença, pois ao longo de sua atuação é notória a utilização de métodos, técnicas bem como de instrumentos psicopedagógicos que tenham por finalidade a pesquisa, a prevenção, a avaliação e a intervenção relacionadas com a aprendizagem.

Diante da relevância do psicopedagogo no atual cenário social, algumas características são fundamentais além da sua formação: esse profissional precisa ter capacidade de saber observar com cuidado as crianças que atenderá ao longo da sua atuação.

 

Então, no diagnóstico, a observação é um instrumento que o psicopedagogo se utiliza para atuar na instituição escolar. Porque, na escola, o psicopedagogo não vai fazer testes com os alunos, nem com ninguém. Além de considerar os aspectos de comunicação e interação essenciais para o processo de aprendizagem. É por essa razão que a observação é fator primordial. (PONTES, 2010, p 3)

 

Quando procurado, esse profissional precisa saber ouvir e observar comportamentos que indiquem se realmente uma criança apresenta um transtorno. Durante seus acompanhamentos, precisa observar qual transtorno a criança apresenta ou se apenas tem dificuldades de obediência em relação aos seus responsáveis.

Nesses aspectos, é importante mencionar que, ao fazer uma observação criteriosa do comportamento de uma criança, outra característica do psicopedagogo precisa ser decisiva: sua capacidade de analisar fatos, comportamentos e detalhes a partir de suas observações.

 

É importante que sua leitura tenha como foco a aprendizagem da criança. Tente analisar cada uma dessas áreas ao mesmo tempo e individualmente. Isto é, busque perceber que cada interface é dialeticamente imbricada, promovendo ou obstaculizando o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Esse é o princípio da epistemologia convergente. Ela está organizada em cinco unidades temáticas, a saber: a) Enquadramento. b) Contrato. c) Diagnóstico. d) Gnosiologia. e) Processo corretor. (CAREZUELA 2020, p 9).

 

Saber analisar com precisão fará com que seu atendimento evidencie uma diferença em sua atuação, ao perceber o que pode ser uma manipulação e excessividade de exposição diante de um celular de uma criança e comportamentos evidentes dos diversos transtornos registrados atualmente.

Nesses aspectos, para que tal propósito se realize, é importante notar que o psicopedagogo precisa saber observar, analisar fatos e comportamentos e também organizar de forma precisa suas ações e observações comportamentais, para que, dessa forma, seu atendimento faça toda a diferença.

 

 

2.4 LOCAIS DE ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO

 

É notório e visível que, devido ao seu papel social e contribuições na sociedade de forma direta e indireta, as atribuições do psicopedagogo podem ser as mais diversas. Por conta disso, suas participações nos diversos ambientes se tornam necessárias. “A psicopedagogia vem consolidando a sua identidade e seu campo de atuação próprios, que avançam progressivamente como saber científico e fortalecem as possibilidades do seu reconhecimento profissional” (CAREZUELA, 2020, p. 12).

Partindo desses pressupostos, que são fundamentais na atuação do profissional, um dos ambientes onde sua atuação é necessária é dentro do ambiente hospitalar clínico. Neste local, o psicopedagogo atuará diretamente com pessoas que apresentam um atraso no seu desenvolvimento.

 

A psicopedagogia utiliza-se do método clínico para modificar o estado de um objeto, neste caso, a aprendizagem. Processo correto consiste no conjunto de operações clínicas que facilita a aparição e estabilização de condutas; é o processo que acontece entre duas pessoas para um adequado funcionamento do sujeito, a aprendizagem. (CAREZUELA 2020, p 35).

 

Em sua atuação, é possível notar que o rendimento das pessoas com traumas e com limitações no aprendizado se amplia de forma perceptível. A estabilização passa a fazer parte de sua atuação, tornando-se uma educação continuada e fazendo com que os resultados apareçam.

O psicopedagogo também pode atuar em ambientes empresariais, no setor de recursos humanos, onde pode cuidar diretamente dos processos que organizam a empresa, além de avaliar desempenhos, controles e sistemas de aprendizagem.

 

É considerável a importância do psicopedagogo no campo empresarial, de forma que o aprendizado não fique limitado à fase da formação escolar, a necessidade de enfrentamento aos desafios que dela emergem, em especial no âmbito das organizações, sendo que a proposta é de participação do psicopedagogo nos atuais movimentos voltados para aprendê-lo e o ensinarem-nos diversos espaços sociais. (GERVASIO e RODRIGUES, 2014 p 9)

 

Nota-se ainda que sua participação nos fatores de organização, recrutamento e treinamento de pessoas, relações de trabalho, está associada às suas orientações dentro das empresas, além de ter a capacidade de articular dinâmicas na empresa para a produção de recursos.

Tudo isso, associado a outros profissionais, vai gerar benefícios entre os gestores e colaboradores. Ainda em relação ao local de atuação do psicopedagogo, é importante lembrar que, nas instituições jurídicas e nas orientações pedagógicas, sua participação faz toda a diferença, pois sua presença influencia diretamente o rendimento das pessoas atendidas pelo profissional.

 

O psicopedagogo pode estar inserido em vários espaços e na escola, Smolareck (2017) vê o Psicopedagogo inserido no AEE, contribuindo para a inclusão de indivíduos com necessidades educacionais especiais, usando a multidisciplinaridade como seu modelo de ação, em conjunto das formuladas Diretrizes Protocolares de Atuação Psicopedagógica no AEE, cuja finalidade é demonstrar ações eficazes para atingir a proximidade e participação do psicopedagogo no AEE. (SMOLARECK e NASCIMENTO 2019, p 3)

 

Quando as crianças no ambiente escolar apresentam déficit de aprendizagem grave, a intervenção do psicopedagogo é fundamental. Crianças com autismo em nível leve, moderado e severo, também crianças com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Discalculia, Dislexia e Disgrafia, entre outros transtornos que afetam diretamente a aprendizagem das crianças.

Assim, as ações práticas do psicopedagogo no ambiente escolar são as que farão a diferença, observando sempre cada caso e suas particularidades. Dessa forma, fica claro que suas ações podem revelar caminhos que, por sua vez, melhoram o aprendizado dos alunos.

 

O papel do psicopedagogo na escola é, além de realizar uma orientação educacional, propor a intervenção no currículo, no projeto político pedagógico, na metodologia de ensino do professor, nas formas de aprender do professor. O psicopedagogo poderá contribuir para que haja uma boa comunicação entre escola e família, favorecendo a um clima de confiança e estabelecendo um elo construtivo. Pois esse dueto nem sempre é harmônico, podendo o psicopedagogo deparar-se com situações conflitantes, tensas e pouco produtivas. (PONTES 2010, p 2).

 

A presença e ação do psicopedagogo no ambiente de trabalho sempre farão a diferença, pois ele encontrará meios e formas para que um determinado conhecimento chegue até os indivíduos com transtornos de aprendizado. Uma análise precisa de cada caso revelará sempre uma forma que conduz ao conhecimento.3

 

 

METODOLOGIA

 

A fim de entender melhor o tema aqui proposto, foi necessário um caminho metodológico. Assim, o primeiro passo para a elaboração deste estudo está na sua fundamentação teórica. Para isso, foram utilizadas fontes bibliográficas com informações relevantes e relacionadas ao tema, que evidenciaram e colaboraram com o tema aqui descrito.

Por esta afirmação, é possível inferir que, quando o pesquisador se propõe a fazer uma pesquisa bibliográfica, está convicto de que deverá, com base nessa pesquisa, explicar ou apresentar um resultado para uma determinada situação, que será sua contribuição para a ciência ou área de atuação.

 

Quando os autores descrevem que as fontes dos dados da pesquisa bibliográfica são os livros, publicações periódicas e a rede mundial de internet, não estão afirmando que apenas fazendo a simples transcrição desses dados estará confirmando a classificação como pesquisa bibliográfica, pois para todos os tipos de pesquisas, a revisão bibliográfica será efetuada também a partir dessas mesmas fontes, que podem ser primárias ou secundárias (GARCIA 2016, p 293)

 

Compreende-se que as fontes bibliográficas apresentam dados e informações já pesquisados por outros autores que também manifestaram interesses em determinados assuntos. Então, fica claro que a fundamentação deste tema foi baseada em informações relacionadas à Psicopedagogia.

Percebe-se ainda que as fontes bibliográficas são documentos necessários e importantes. Severino (2007, p. 123) descreve que "o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta dos dados é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por parte do pesquisador"

 

 

4 CONCLUSÃO

 

A utilização prática da Psicopedagogia no processo de ensino e aprendizagem no cotidiano escolar é fundamental para a construção de conhecimento relevante para todas as crianças que apresentam algum tipo de transtorno. Este estudo evidenciou de forma clara que os diversos tipos de transtornos, como o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Discalculia, Dislexia e Disgrafia, entre outros transtornos que afetam diretamente a aprendizagem das crianças, não impedem que o Psicopedagogo possa agir orientando caminhos para uma melhor aprendizagem dessas crianças.

Fica evidente que a participação do Psicopedagogo tem características lógicas em suas ações, pois na escola onde atua, seu trabalho tem caráter preventivo e de assessoramento no contexto educacional, ajudando professores que estão na linha de frente com crianças com necessidades especiais.

Este trabalho também mostrou que a construção de conhecimento e saberes gerados por uma criança ao longo de sua atuação na escola pode apresentar limitações, mas quando essas limitações são analisadas e observadas de forma objetiva, é possível encontrar soluções que contribuam diretamente na formação desse futuro cidadão.

Deixa claro que o ato de ensinar e a prática do aprender são fenômenos que ocorrem em diversos momentos e situações, com desafios e limitações em vários casos, e que, apesar disso, o ato de aprender precisa ser sempre superado, porque a escola tem a função de formar cidadãos, independentemente dos seus limites.

Portanto, o psicopedagogo trabalhará de forma preventiva, analisando e observando comportamentos que geram limitações nas crianças que apresentam transtornos. Nesse sentido, para atenuar essas dificuldades de aprendizagem, são importantes a elaboração de diagnóstico e o trabalho conjunto com os pais e responsáveis pela criança, para que o rendimento e os resultados sejam visíveis.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ABPP – Associação brasileira de psicopedagogia. A regulamentação do exercício da atividade em psicopedagogia. Publicado em 2018. disponível em: https://www.abpp.com.br/a-historia-da-associacao-brasileira-de-psicopedagogia/. Pesquisado no dia 23 de jul de 2024

 

BOSSA, Nasia A. A psicopedagogia no Brasil. 5º Edição; edição revisada e ampliada. Edi Wak. Rio de Janeiro, 2019. 220p; 23 cm.

 

BRASIL – Câmara dos deputados. PROJETO DE LEI Nº 3.512-B, de 2008. Publicado2008.Disponívelem:https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=575405. Pesquisado no dia 03 de ago 2024 as 22hs30mim.

 

CAREZUELA, Cristina. Práxis psicopedagogica: POR ONDE COMERÇAR.

 

GERVASIO, Weruccy Lacerda, RODRIGUES, Silvestre Coelho. A importância do Psicopedagogo dentro da Instituição Organizacional. Publicado em 2014. Disponívelem:https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/16166/1/WLG11092014.pdf. Pesquisado no dia 25 de 2024 as 02h34min.

 

HUNHAS, Tatiana Aparecida. ISCI – Revista Cientifica. Publicado em 2021. Instituto SaberdeCiênciasIntegradasISCI.Disponívelem:https://www.isciweb.co.br/revista/881-a-historia-da-psicopedagogia-no-brasil.

 

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https://serpsicopedagoga.com.br/origem-da-psicopedagogia/#:~:text=Outros%20autores%20apontam%20que%20a,Psicopedag%C3%B3gicos%20na%20Europa%2C%20em%20Paris.&text=Os%20precursores%20da%20psicopedagogia%20s%C3%A3o,pr%C3%A1ticas%20ou%20de%20seus%20escritos. Pesquisado no dia 18 de julho 2024, as 18h31mim.

 

PATRICIA, Jerônimo Sobrinho. Fundamentos da psicopedagogia [recurso eletrônico] / Patrícia Jerônimo Sobrinho. – São Paulo, SP: Cengage, 2016. 3000 Kb: il.; PDF.

 

PONTES, Adalina Ampelia Mota. Atuação psicopedagogica no contexto escolar: manipualçao, não; contribuição sim. Rev. psicopedag. vol.27 no.84 São Paulo  2010.

 

SILVA, Vanderson de Sousa. Psicopedagogia: aspectos históricos e a práxis institucional. Revista Educação Pública, v. 19, nº 15, 6 de agosto de 2019. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/15/psicopedagogia-aspectos-historicos-e-a-praxis-institucional.

 

SMOLARECK, Rodrigo Dalosto, NASCIMENTO, Lucas Jackson do. Psicopedagogia e formação continuada docente: revisando a teoria e prática. Publicado em 2019. Disponívelem:https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/570164/2/PSICOPEDAGOGIA%20E%20FORMA%C3%87%C3%83O%20CONTINUADA%20DOCENTE_%20REVISANDO%20A%20TEORIA%20E%20PR%C3%81TICA.pdf. Pesquisado no dia 22 de abr 2024 as 23:12.