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Projeto: combate ao bullying – desenvolvido no ano de 2021

Cintia Aparecida Lacerda Ferreira

Maria Aparecida de Magalhães

Thelma Pires Geronimo Motta

Marina Gonçalves Fraga

Rosivane Santana Faria Silva

Geni Aparecida de Oliveira Lemes

Roselene de Jesus Motta da Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.17372489

 

 

Objetivos

 

Desenvolver a educação moral dos alunos.

Estimular posturas éticas e colaborativas.

Combater a prática do bullying na escola.

Instruir sobre o que é importunação sexual.

Instruir sobre o que é assédio moral e sexual,

Estimular a empatia entre os alunos, ou seja, a experiência pela qual uma pessoa se identifica com outra, tendendo a compreender o que ela pensa e a sentir o que ela sente, ainda que nenhum dos dois o expressem de modo explícito ou objetivo.

Trabalhar todas as temáticas correlacionadas e pertinentes à Educação fundamental II, com ética, respeito, tolerância e colaboração.

Instrumentalizar o professor para lidar com situações de bullying na escola.

Orientar os pais a lidarem em casa com situações de bullying;

Praticar a leitura, produção, e refracção de textos referente ao assunto;

Estimular o trabalho em grupo;

Estimular a apresentação em público.

 

 

COMO LIDAR COM O BULLYING NA EDUCAÇÃO?

 

Para evitar que ocorra o bullying escolar, é preciso que a escola valide os princípios de respeito desde muito cedo.  Pois é comum que as crianças menores briguem ou ofenda os outros colegas com o argumento de não gostar uma das outras, mas o educador precisa apontar que todos devem ser respeitados, independentemente de se dar bem ou não com uma pessoa, para que essa ideia não persista durante o desenvolvimento da criança. Visto que quando entram a adolescência acentua se ainda mais as rivalidades por qualquer coisa e sempre acarreta em praticarem bullying.

 

 

JUSTIFICATIVA DO PROJETO

 

O bullying é um problema social e mundial que sempre ocorreu e vem crescendo nos últimos anos, concomitantemente à evolução da comunicação. O tema se tornou alvo de preocupações e tem sido debatido pelo poder público, pela BNCC, DRC e também pelo ECA.

Os primeiros artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente rezam sobre o direito a não ser discriminado, ao bem-estar, ao desenvolvimento livre de suas capacidades, mas ainda não existe um consenso sobre como afiançar que esses direitos sejam acatados em sua essência, principalmente por outras crianças e adolescentes. Muitos países vêm desenvolvendo políticas mais concretas de prevenção e combate ao bullying, e ONGs mundo todo têm chamado atenção para a agravamento do assunto.

Então não é à toa que o bullying tem sido um assunto de interesse cada vez maior entre as escolas seja ela municipal, estadual ou privada. Inúmeras jurisprudências já suscitaram ganho de causa em casos de processos de alunos contra escolas no Brasil, sob a alegação de que o prejuízo moral e emocional das vítimas de eventos vexatórios não foi prevenido ou assistido pela instituição. Mas o bullying não causa só transtornos ao indivíduo que sofreu a ação: todos os envolvidos, seja como testemunhas, sofrem com essa situação, já que sentem medo de se tornar a próxima vítima, ou por um pedido de socorro embutido nas entrelinhas de quem agride ou pela insegurança em relação à maneira de agir dos educadores, dos pais e da sociedade.

Diante da explanação sobre o que é o bullying, também se faz necessário esclarecer aos alunos assuntos como o assédio moral, sexual e importunação sexual, visto que estes alunos encontram em formação, tornando muito viável para ensiná-los sobre estes assuntos tão recorrentes na mídia.

As orientações deste material, levam em consideração ou são fundamentados nos seguintes documentos: BNCC –Base Comum Curricular SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica (MEC) PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação (MEC).

 

 

O PAPEL DA ESCOLA

 

Todo ambiente escolar é passível de dificuldades de convivência. É imprescindível que todos os educadores estejam conscientes e preparados para tais eventualidades. O problema maior que todos encontram é que bullying era tratado como um fenômeno natural do mundo infantil e juvenil, visto como uma brincadeira entre crianças na década passada, e hoje escolas vem trabalhando incansavelmente para desmistificar essa prática mostrando e conscientizando sobre sua gravidade. Hoje a prática do bullying ocorre ainda com frequência, devido a situações que poderiam ser evitadas, por exemplo: as turmas deveriam ser pequenas o suficiente para que as políticas de prevenção fossem mais assertivas e as situações de bullying fossem mais facilmente detectadas pelo professor, mas esta não é a realidade das escolas brasileiras.

 

“A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cidadã, de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre estudantes e na sociedade”. Lauro Monteiro Filho.

 

O bullying é resultado de uma situação de relacionamentos que já seguem a criança de fora para dentro da escola, seja na passividade da vítima, na falta de empatia dos agressores, ou na permissividade do espectador. O que importante ensinar os conceitos de bullying e ensinar crianças e adolescente para que não cometam ou consintam esse comportamento é ensinar, desde os primeiros dias de aula, até os últimos, caráteres éticas e colaborativas, que devem permear todas as situações ao longo da vida do aluno, tanto na convivência com os colegas, dentro ou fora da escola. O bullying, por si só, é uma consequência de valores mal interpretados que devem ser extinguidos da sociedade. Ao se trabalhar valores falam e mostra que não podem cometer agressão, e que devemos viver como o senso de respeito de coletividade e colaboração, acomete simultaneamente na diminuição da violência dentro e fora da escola.

Nas palavras de Paulo Freire, em cujas ideias se enraízam a educação popular, as práticas educativas devem estar orientadas para desenvolver a capacidade de ler a realidade e dizer a própria palavra, o mesmo adolesce reflexões para o ato de conhecer, referindo-se que o conhecimento adquire o seu sentido no processo de realização do ser humano, que por sua vez, concerne à sua ontológica de “ser mais”. O conhecimento faz parte da totalidade da vida humana. Para trabalhar com problemática do bullying é preciso conhecê-lo, buscar o conhecimento em comunhão.

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[...] ninguém educa ninguém, como tão pouco se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, midiatizados pelo mundo, pelos objetos cognoscíveis que na prática “bancária” são possuídos pelo educador que os descreve ou os deposita nos educandos passivos. (FREIRE, 1983 p,79).

 

No processo de conhecer definido por Paulo Freire, não há como transferir conhecimento, ou seja, só haverá intervenção contra o bullying, quando os educadores, educandos e a família estiverem propriedade/embasamento do que estão trabalhando. Portanto, conhecer é sempre um ato dialógico que envolve sujeitos “o conhecimento do mundo é também feito através das práticas do mundo" (Freire, 2011, p.34).

 

 

O PAPEL DA FAMÍLIA

 

Numerosos estudos assinalam para a relação entre a violência na escola e o ambiente familiar. Crianças tendem a repetir, mesmo que de forma velada, o comportamento que aprendem em casa. É no ambiente familiar que a criança começa a aprender relações de confiança em si e no outro, formas de socializar, de dialogar e negociar em casos de conflitos, tolerar frustrações, lidar com hierarquias e diferenças.

Pais muito autoritários ou muito permissivos podem estar ensinando, mesmo que de maneira indireta, formas distorcidas de relações interpessoais. Ao notar que os filhos são alvos de bullying, os pais devem, antes de mais nada, acolhê-los, tranquilizá-los e, em seguida, acionar a escola. A percepção de compreensão e amparo no núcleo familiar é fundamental para a criança, se ela confiar que está amparada, terá mais coragem para reagir ou recorrer aos familiares, e se acaso o problema persistir, e se tornará menos predisposta a acreditar nos apontamentos degradantes dos outros a seu respeito. Já os pais que perceberem que o filho está praticando bullying precisam intervir imediatamente, não só para interromper o ciclo tão prejudicial à vítima, mas para educar a criança para o convívio social saudável, respeitoso e solidário.

Em vez de julgar e punir arbitrariamente, reforçando indiretamente a crença da criança de que relacionamentos são pautados em simples imposições, devem procurar ouvir antes, perceber a falha de entendimento da criança e explicar o significado de empatia. Somente dessa forma, ela se sentirá à vontade para comunicar aos pais sempre que tiver problemas de relacionamentos e dificuldade em compreender pessoas e reações diferentes das esperadas. É preciso ter em mente que escola e família devem trabalhar sempre conjuntamente, e não empurrando o problema uma para a outra, delegando e acusando.

 

 

OS PRÓPRIOS PAIS ACABAM SENDO CONDESCENDENTES COM O BULLYING?

 

          Justamente isso. Existe um grupo, e não é pequeno, de pais que se hasteiam em defesa dos filhos incondicionalmente, qualquer que seja a situação, ainda que às vezes não tenham consciência do que fazem. Alguns até falam: “Quem se meter com meu filho está se metendo comigo também”.  E isto é um impulso de proteção cego, irracional. Mesmo alertados pela escola ou por outas pessoas, e por outros pais, eles se negam a ver e a ouvir o óbvio, ou seja, estão abrindo a mão da tarefa de dar uma boa educação aos filhos.

 

 

BULLYING NOS ANOS FINAIS.

 

Bullying significa agredir alguém verbal ou fisicamente, repetidas vezes, acarretando medo e constrangimento de forma intencional. O que à princípio parece ser um simples apelido ou uma brincadeira inofensiva pode gerar grandes consequências na vida de uma pessoa, como a queda no rendimento escolar, algumas doenças psicossomáticas, mudanças em traços da personalidade, isolamento e em casos extremos ocorre grandes tragédias. É imprescindível ler, se informar, manter-se atento para poder evitar e saber como agir em possíveis casos de bullying.  Então como ensinar às crianças e adolescentes como se proteger sem agredir, sem atacar? Como lidar com assuntos tão antigos, como o preconceito, em um mundo cada vez mais enérgico? Essas e outras questões irão ser respondidas no decorrer do processo de estudo dos alunos visto que estamos voltando as aulas presenciais, que estavam paradas a mais de um ano devido a pandemia do COVID19, e nesta etapa muitos valores que a escola já tinha construído acabou se perdendo e muitos alunos voltaram com valores equivocados ou mudados. Então almejamos semear valores de ética e fraternidade, para possibilitar o florescer de uma sociedade mais igualitária e justa, onde as crianças e adolescente de hoje, serão os futuros guardiões de um mundo onde as diferenças sejam equalizadas e as diversidades sejam consagradas como o mais legítimo dos direitos.

 

 

METODOLOGIA

 

A metodologia a ser trabalhada neste projeto será um estudo descritivo, a ser desenvolvido em sala de aula e em seu entorno, com leitura, produção, e refacção textual sobre orientativos do que é o bullying, importunação sexual, assédio sexual e assédio moral.

E a culminância deste projeto dar- se -a em uma exposição oral e cartazes confeccionados pelos alunos dos anos finais da Escola.

 

 

CONCLUSÃO

 

Há uma grande certeza de que o tema deva ser discutido, uma vez que toda criança e adolescente tem direito a transitar por ambientes seguros e propícios a um desenvolvimento físico, mental e emocional saudável, proporcionado por adultos que os circundam. Conhecer e debater o tema juntamente aos alunos, pais, educadores e sociedade, é melhor caminho para encontrar a prevenção e possíveis soluções para o problema que é o bullying escolar ou em seu entorno. Este debate deve ultrapassar a simples discussão sobre evitar conflitos: se por um lado a criança e  adolescente tem direito a um ambiente equilibrado para um desenvolvimento social, acadêmico e emocional adequado, por outro não se pode fazer da superproteção um atalho para a dissolução do problema então é necessário uma discussão continua, sempre trazer para sala de aula este assunto. Isto parte do amadurecimento aprender a lidar com níveis de dificuldade, pois eles ajudarão a fortalecer a capacidade de superar frustrações e desenvolver, a partir disso, autonomia, habilidade social e autoestima mais sólidas e igualitárias. Esta abrangência vem da interação entre os pares, e é nessa dicotomia que vivem pais e educadores: qual o limite entre a brincadeira e a agressão? Em que momento e como intervir? Procuramos, por meio desse material, oferecer respostas para essas perguntas e alternativas educativas mais eficazes.

 

 

REFERÊNCIAS

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

 

_____________Por uma Pedagogia da Pergunta. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

 

_____________Que fazer: teoria e prática em Educação Popular. 11. ed. Petrópolis: RJ 2011.

 

_____________Educação como prática de liberdade: a sociedade brasileira em transição. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2000.

 

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-09/ibge-um-em-cada-dez-estudantes-ja-foi-ofendido-nas-redes-sociais#

 

https://www.editoraeureka.com.br/site/wp-content/uploads/2015/12/PROJETO-BULLYING.pdf

 

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

 

https://prceu.usp.br/wp-content/uploads/2021/03/eca-2020-30-anos-versao-internet.pdf

 

https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/acoes-internacionais/pesquisa-internacional-sobre-ensino-e-aprendizagem-revela-impacto-do-bullying-nas-escolas

 

http://pdeescola.mec.gov.br/index.php/o-que-e-pde-escola