Inclusão: o ensino-aprendizado de crianças com surdez
Byatriz Domingos
Joice Guimarães Correa
DOI: 10.5281/zenodo.16989802
RESUMO
O presente projeto tem como intenção abordar sobre a inclusão de crianças com surdez na aprendizagem, tendo como conhecimento os paradigmas que rodeiam a nossa sociedade e que, por conseguinte, atinge igualmente os ambientes escolares. Sendo assim, situações realistas foram problematizadas para que assim seja possível ter uma visão de como as dificuldades no ensino-aprendizagem podem ser solucionadas, visando uma educação favorável para todos os envolvidos afins de permitir um espaço educativo irrestrito e abrangente que respeite a diversidade. Além disso, o objetivo do trabalho também esclarece sobre a importância da participação não só dos professores, mas como também de toda a equipe pedagógica, equipe administrativa, funcionários, pais e a sociedade na intenção de disponibilizar o acesso de qualidade às crianças surdas na escola, assim como também tornar a língua de sinais (Libras) conhecida como um meio de comunicação e inclusão.
Palavras–chave: Inclusão. Respeito. Língua de sinais (Libras). Planejamento.
INTRODUÇÃO
Objetivo
A fim de promover uma pesquisa sobre a educação inclusiva, a dissertação que se encontra neste trabalho busca esclarecer como é possível oferecer um ensino-aprendizagem de qualidade para crianças com surdez assim como ocorre com outras crianças que não possuem algumas limitações, isto é, promover um ambiente mais acolhedor e que incentive a participação dos sujeitos. Desse modo, uma instituição que busca a inclusão terá alunos com um bom desempenho, além de outros pontos que asseguram uma boa educação.
A igualdade de direitos também é um assunto que será abordado nesse presente projeto, tendo como conhecimento que todo cidadão tem direito a educação sendo crianças ou adultos que ainda não finalizaram seus estudos no ensino regular. Em virtude disso, a limitação auditiva que uma pessoa pode ter não deve ser vista como um problema em seu processo de aprendizagem, ou seja, o docente precisa se apoiar nas ferramentas de ajuda que tecnologia hoje em dia oferece tendo em mente que sua ação deve estar de acordo com a Base Nacional Comum (BNCC) e com o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola em que atua.
Assim sendo, a formação adequada do professor se torna um dos aspectos mais importantes para que seja possível alcançar a qualidade da educação para todos. Além disso, todos os envolvidos devem se adequar para que paradigmas que se encontram nos ambientes escolares sejam diminuídos, logo, tanto a equipe pedagógica, quanto a equipe administrativa, funcionários e a sociedade como um todo tenha um olhar voltado à inclusão. Portanto, por meio desse projeto será abordado assuntos relacionados a importância das escolas se adequar as crianças que possuem diferentes graus de deficiência auditiva, a maneira que o ensino aprendizagem pode ser ofertado e de que forma isso atinge e envolve a sociedade.
Sobretudo, é importante ressaltar os paradigmas que ainda estão presentes na educação, mesmo nos dias atuais em que a tecnologia se tornou um dos meios para auxiliar qualquer pessoa em diferentes áreas ainda assim é possível encontrar instituições escolares que não estão preparadas para atender um aluno com surdez. Nota-se que a presença de um intérprete, além de ser um direito, se faz muito importante para a aquisição do conhecimento para aquela criança que necessita aprender da mesma forma que as outras, todavia, não é isto que vem acontecendo na maioria das escolas.
O processo de ensino-aprendizagem de alunos surdos pode por algumas vezes ser complexo, isso exige esforço não só do educando como também do grupo social que está envolvido na educação. A adaptação dos professores nas aulas é um dos primeiros passos fundamentais, da mesma forma que a utilização de recursos multifuncionais, com a participação de outros alunos que não possuem surdez, pode disponibilizar uma educação de qualidade e mais prazerosa.
Tendo isto em mente, a sociedade contemporânea precisa buscar por recursos que possibilitem o acesso de pessoas surdas na educação. E a escola como um dos primeiros ambientes em que o ser humano tem contato com a socialização, deve ser também um local que torne possível momentos de interação uns com os outros para que assim possam aprender que ser “diferente” não deve ser um problema e reconheçam o quanto o mundo é diversificado. Com isso, crianças com surdez não se sentirão excluídas e muito menos menosprezadas, já que é desde de pequenos que a educação de qualidade e o respeito deve ser ofertada.
Desse modo, as escolas necessitam ter um olhar mais atento para a realidade presente nas salas de aula, incentivando assim a permanência de alunos na educação, a inclusão efetiva e o reconhecimento da Libras como uma língua, um meio de comunicação em que surdos e ouvintes possam aprender e assim quebrar preconceitos instalados na sociedade.
O processo da educação inclusiva
Assim como muitos grupos sociais, os surdos também possuem uma Cultura e história, tanto que sua luta pela busca da igualdade vem muito antes do que algumas pessoas imaginam. Na antiguidade os surdos passaram por várias situações, como em momentos que eram adorados no Antigo Egito e considerados mediadores entre os Deuses e faraós, e em outros momentos registrados na história em que não recebiam o respeito devido e chegavam até mesmo a serem mortos por causa de sua limitação auditiva.
Por conseguinte, esse preconceito contra as pessoas surdas levou à reflexões equivocadas como resultado da falta de informação e conhecimento sobre os graus da deficiência auditiva. O filósofo Aristóteles acreditava que a comunicação era fundamental, como uma indispensável condição que tornava uma pessoa ser considerada humana e como para ele os surdos não tinham uma linguagem assim não poderiam ser considerados humanos.
Em virtude disso e de profusos acontecimentos, termos usados como “surdo-mudo” são pronunciados até os dias atuais por indivíduos que não tiveram a oportunidade de reeducar essa concepção equivocada, já que a grande parte dos surdos não são mudos. Partindo por esse pressuposto, os surdos também possuem sua própria língua, com isso pode se citar nomes como o dos espanhóis Pedro Ponce de León e o padre Juan Pablo Bonet, considerado os primeiros educadores que recorreram ao uso de sinais como um recurso didático e comunicativo na utilização da datilologia.
Todavia, a oralização deixou de ser o foco principal no século XVIII quando o francês Charles Michel de L’épée viu que era possível ensinar os surdos com o uso de sinais, sendo o primeiro educador a reconhecer que os surdos tem sua língua própria. Consequentemente, L’épée também criou o primeiro instituto de educação de surdos do mundo, o Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris.
Com base no ensino-aprendizagem utilizado por Charles Michel de L’épée, o uso da língua de sinais foi muito visível em sua abordagem metodológica, tanto que em uma de suas obras ele cita que:
[...] ensinar surdos é menos difícil do que normalmente se supõe. Apenas temos que introduzir nas suas mentes através dos olhos o que tem sido introduzido nas nossas próprias mentes através dos ouvidos. Estas duas avenidas estão sempre abertas, cada uma levando ao mesmo ponto; desde que não se desviem para a direita ou para a esquerda seja qual for a nossa escolha (CARVALHO, 2013, p. 19 APUD L’ÉPÉE, 1784).
Além disso, o Brasil teve seu primeiro contato com a língua de sinais em 1857, quando Dom Pedro II convidou o francês Ernest Huet para ensinar os surdos a língua no País. Com isso, a Libras se desenvolveu a partir da fundação do Instituto Imperial de surdos-mudos, que atualmente carrega o nome de Instituto Nacional de Educação para surdos, o INES.
Contudo, a luta pela valorização da Libras tem sido uma jornada árdua para aqueles que buscam pela igualdade de direitos, já que mesmo depois da implementação do Instituto no Brasil ocorreu o Congresso de Milão no ano de 1880, onde especialistas em educação de Surdos aprovaram a oralização como
o único meio de ensino as pessoas com diferentes graus de deficiência auditiva, o que foi considerado como um retrocesso.
Todavia, aos passos em que os anos se passaram, o direito dos Surdos teve uma reviravolta com a Lei nº 10.436 de 2002 e o Decreto nº 5.626 de 2005, em que reconheceu a Libras como segunda língua oficial do Brasil:
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002)
Portanto, a escola passa a ser um dos locais como uma das mais fortes influências no ensino desta inclusão educacional e social. Já que além de leis para assegurar o direito da educação para Surdos é necessário visibilizar essa língua como uma forma de comunicação, em que os cidadãos se familiarizem ainda mais com a Libras.
A conduta da escola na inclusão de alunos com surdez
Certamente, cada pessoa tem um ritmo de aprendizagem diferente e isso não significa que um seja melhor do que o outro, mas que cada um possui uma história e cultura única, seja uma pessoa com ou sem deficiência, é necessário ter a chance de aprender conforme a capacidade que apresentam ter.
Da mesma forma, uma criança com deficiência auditiva também deve ter o seu tempo de aprendizagem respeitada. De fato, não se pode negar o desafio do ensino-aprendizagem voltado a uma educação inclusiva, ainda mais levando em conta a estrutura escolar e a falta de preparo de alguns profissionais espalhados pelo País, porém é preciso salientar que a oferta do ensino é de responsabilidade da instituição escolar e não do aluno, isto é, a criança esta na escola para aprender e quem deve ofertar um ambiente propicio para o aprendizado desse discente são os profissionais incluídos na educação.
Embora as adversidades existam e estão presentes em várias áreas sociais como também familiares, os ambientes escolares ainda podem contar com recursos que auxilie no desenvolvimento educacional da criança. Afim de que isso se efetive, o Atendimento Educacional Especializado – AEE, tem como função:
[...] elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos estudantes considerando suas necessidades específicas. (VI - Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva)
Analogamente, as atividades realizadas no AEE se divergem daquelas realizadas nas salas de aulas comuns, tendo em vista que o Atendimento Especializado tem como foco desenvolver as necessidades especiais que cada um possui a fim de ajudar o aluno a romper barreiras que o distancia da educação de qualidade que deve ser disponibilizada a todos. Todavia, o Atendimento Educacional Especializado não substitui a escolarização, pelo contrário, ela agrega no crescimento intelectual como também pessoal do aluno.
Tendo em vista as necessidades que um aluno surdo possui e ciência de que sua primeira língua é a Libras e como segunda a língua majoritária, além de uma sala com recursos multifuncionais é do direito do estudante ter a presença de um intérprete na sala de aula, segundo estabelecido no decreto nº 5.626/05:
As instituições federais de ensino, de educação básica e superior, devem aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação. (BRASIL, 2005)
Nesses termos pode se considerar que a educação especial possui leis que asseguram a participação efetiva do aluno com surdez, fato que deve atingir o ensino-aprendizado de maneira positiva e não apenas ficar só no papel. Sendo assim, a presença do intérprete na sala que possua um surdo é de suma importância, pois assim o estudante não sairá prejudicado e muito menos dependendo apenas da leitura orofacial do professor, o que em frequentes momentos o ensino que utiliza apenas a leitura labial como principal instrumento de comunicação não garante que esse aluno esteja realmente aprendendo algo.
Além da abordagem de uma educação bilíngue, método que facilita a comunicação entre aluno e professor, as escolas igualmente devem contar com outras atitudes que valorizem a especificidade que a criança em questão possui, ou seja, adotar metodologias de ensino que permita o desenvolvimento da autonomia, adaptar o planejamento das aulas conformes as necessidades que esse aluno possui assim como colocá-lo em pontos estratégicos dentro da sala de aula, de preferência na primeira carteira e longe de janelas ou portas para que ele não venha a se distrair.
Assim como a adaptação do planejamento, outras questões como o Plano Político Pedagógico e o currículo escolar devem ser moldados conforme a realidade da escola, sem se esquecer das características pessoais que cada criança porta, afinal o PPP é uma excelente ferramenta quando o assunto é organizar e sistematizar o currículo para o público inserido na instituição escolar. Com isso, valorizando uma educação que adere ao novo, ou seja, onde o processo de aprendizagem aconteça de maneira significativa e que não se limita apenas ao que já foi proposto, mas que busca melhorias aonde falta.
Decerto, a inclusão é um processo complexo que deve ser respeitada e não negligenciada, atendida e não minimizada. As escolas são como um reflexo da sociedade, como um amparo, com o intuito de auxiliar na formação do aluno, ajudá-lo a desenvolver um pensamento crítico tanto politicamente como social. De certa forma isso também atinge àqueles próximos a este individuo em formação, isso envolvendo então os pais como também a sociedade, além da equipe da instituição escolar.
Sobre este prisma, a busca pela inclusão não é um trabalho individual, mas sim em conjunto, tanto com a participação dos órgãos administrativos, pedagógico da escola e funcionários, a cooperação dos familiares da mesma forma se faz importante quando estão dispostos a serem incentivo na vida de seus filhos. Assim sendo, quando todos tem o genuíno interesse de se adaptar ao novo então paradigmas são rompidos e o ensino-aprendizado pode ser moldado conforme as necessidades especiais de cada pessoa.
Tendo em vista que a escola precisa ser um ambiente aberto a diversidade, possuindo recursos e metodologias que abrangem as necessidades que um estudante possa apresentar, a execução de um plano de aula e até mesmo um projeto deve ser muito bem pensado, atendendo assim os requisitos necessários que possibilite a presença de todos.
Eventualmente, quando se tem um aluno surdo na sala de aula, a forma de se comunicar, realizar atividades e brincadeiras carece de alguns ajustes para que seja possível a atuação do estudante durante a aula. Logo, o ensino- aprendizagem elaborado por um professor tem que ter como um de seus focos principais o olhar atento a todos seus alunos, sem negligenciar algo tão importante como o desenvolvimento e a participação integral.
Sendo assim, a convivência no dia a dia entre um professor e um estudante trás como um dos pontos principais a socialização, a oportunidade de conhecer uns aos outros de forma adequada devido a aproximação. Graças a convivência no ambiente escolar se torna possível entender quais são as dificuldades e interesses desse aluno, dessa maneira o docente poderá buscar exercícios que atraia a atenção do indivíduo ao mesmo tempo que o auxilie no aprendizado.
Portanto, os exercícios propostos foram desenvolvidos atentando-se para as carências que um aluno surdo possui em determinadas atividades, assim como também com um olhar voltado para as necessidades de aprendizado que a criança possa ter e que dessa forma tenha a chance de aperfeiçoar suas habilidades, da mesma forma utilizando como base para o planejamento do projeto os 6 direitos de aprendizagem na Educação Infantil, explicitados no documento normativo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
CRONOGRAMA
O projeto a seguir foi planejado atendendo as exigências necessárias para um bom desenvolvimento de todos os sujeitos envolvidos dentro da instituição escolar, elaborado para ocorrer na duração de uma semana.
CRONOGRAMA |
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS |
SEGUNDA - FEIRA |
Apresentação do projeto “Cultura Surda”, nesse momento o professor explicara aos alunos sobre a semana cultural e dará abertura para que as crianças comentem sobre as brincadeiras que mais gostam. Além disso, aprenderão alguns sinais da Libras com o auxílio do professor e interprete. |
TERÇA - FEIRA |
Sentados em roda no chão, cartas com diferentes configurações de mãos estará no meio deles, com isso as crianças terão repetir o sinal representado na carta que escolheram. |
QUARTA - FEIRA |
A brincadeira será o telefone sem fio visual. Todos farão uma fila, o último sinaliza para o colega enquanto os outros ficam de costas, o colega que recebeu a informação passa para o outro da frente e assim consecutivamente até chegar no primeiro da fila. O primeiro então sinaliza para todos e último verifica se ele fez o sinal corretamente. |
QUINTA - FEIRA |
Nesse dia a brincadeira adaptada será a matemática bilíngue, onde em um pequeno cartaz conta com as respostas da tabuada de 1 à 10 e duas roletas acima em que o aluno ira girar a seta que apontará para dois números onde ela vai subtrair e dizer o resultado numérico além de apresenta-lo no sinal em Libras. |
SEXTA - FEIRA |
Novamente haverá um momento de interação, irão relembrar as brincadeiras elaboradas durante a semana assim como os sinais aprendidos. O professor trará para a sala cartolinas em que todos ajudarão a montar um quadro de lembranças sobre a semana da Cultura Surda, com fotos do dia e alguns sinais de mãos desenhados. |
RECURSOS
Sobretudo, a representatividade da Cultura Surda nunca foi tão importante quanto nos dias atuais, tendo em mente a busca incessante das pessoas surdas pelos seus direitos como cidadãos. Sendo assim, o ato das escolas permitirem esse acesso da informação é uma oportunidade com que as crianças explorarem uma das diversas identidades de um País diversificado como o Brasil e até mesmo espalhados pelo mundo.
Haja vista disso, no decorrer do projeto da semana Cultural Surda alguns recursos foram utilizados para melhor desenvolvimento, além do convite feito a um interprete ou até mesmo daquele que já trabalha no mesmo ambiente escolar. Com isso, uma interação foi realizada para com que as crianças conhecessem mais sobre o que era Libras e como poderia ser utilizada dentro e fora das escolas.
Em seguida, para recordar os sinais aprendidos os alunos precisaram novamente da presença de um interprete, o que deve os acompanhar durante o ano letivo e não só durante a semana Cultural, ainda mais quando se tem a presença de um surdo na sala de aula. Assim sendo, pequenas cartas que podem ser elaboradas pelo professor, em que nelas contenha imagens de diferentes sinais da língua de sinais brasileira.
Analogamente, nos seguintes dias outros recursos e matérias como papelão e folha podem ser usados para a elaboração da tabuada bilíngue que conta com tais utensílios para que seja possível realizar a brincadeira de mais lúdica e visual, dessa forma os alunos tem a compreensão mais adequada do que esta sendo proposto no projeto.
Como resultado, após a execução das dinâmicas da semana uma recapitulação será realizada na sala de aula com todos os sujeitos envolvidos. Sendo assim, materiais como cartolina, fotografias feitas durante a semana e canetas, ou lápis de cor, são necessários para que possam produzir dois ou três cartazes da lembrança sobre o que foi feito durante os dias que decorreu a semana Cultural da Identidade Surda.
AVALIAÇÃO
Certamente, recursos para prover ambientes inclusivos é algo em que o meio social possui condições para fornecer e nem sempre precisa ser um dos mais caros, de qualquer maneira é fundamental disponibilizar mecanismos de qualidade. Além disso, ofertar para os profissionais da educação cursos de formação é excepcional, levando em conta que não adianta disponibilizar recursos multifuncionais se a equipe pedagógica e administrativa não saber como utiliza-los no dia a dia no ambiente escolar.
Bem como, facilitar o acesso do conhecimento sobre a língua de sinais brasileira (Libras) nas escolas é abrir a mente dos alunos para que possam conhecer o novo, assim como foi ilustrado no projeto apresentado. As crianças tem a facilidade de aprender muitas coisas e oportunizar tal aproximação, com
o meio de comunicação utilizado pelas pessoas surdas, é o mesmo que desde
o presente momento colaborar com a igualdade de educação para todos, parâmetros que vão muito além da compreensão de conteúdos nas salas de aula.
Portanto, o conhecimento sobre a língua de sinais é ofertar ao aluno surdo as mesmas chances de aprendizado que os outros, tornar esse meio de comunicação conhecido pela população desde o ensino escolar é contribuir com a formação do sujeito como pessoa crítica, criativa e reflexiva sobre a sociedade em que esta inclusa. Sendo assim, o ensino-aprendizado só pode ser realmente ofertado com qualidade quando sua atenção esta voltada para a educação de todas as crianças, sem exceção.
CONCLUSÃO
Acima de tudo, a formação profissional dos indivíduos envolvidos nas instituições escolares é um dos principais pontos que devem ser observados, pessoas cientes e dispostas a oportunizar um desenvolvimento integral de todos os alunos são aquelas que conseguem enxergar a necessidade da inclusão em um mundo tão diversificado quanto este presente.
Desse modo, o ensino-aprendizagem desse ser disponibilizado se atentando as necessidades que uma criança com surdez carece, sabendo que também há pessoas com diferentes graus de deficiência auditiva e que isso não significa que seja um empecilho para sua aprendizagem, mas, como a própria comunidade surda relata, uma maneira diferente de compreender o mundo que as cerca. Portanto, os ambientes escolares precisam estar preparados para receber e favorecer não só um espaço integrador, mas como também inclusivo, em que a criança surda possa reconhecer a sua identidade e como um cidadão que possui seus direitos assegurados como pessoa.
Referências:
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 25 abr. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 28 ago. 2025.
BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm
. Acesso em: 28 ago. 2025.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
. Acesso em: 28 ago. 2025.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF: MEC/SEESP, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf
. Acesso em: 28 ago. 2025.
CARVALHO, Rosana Maria. A história da educação dos surdos: da exclusão à inclusão. Curitiba: CRV, 2013.
L’ÉPÉE, Charles Michel de. Institution des sourds et muets par la voie des signes méthodiques. Paris: Nyon, 1784.