Buscar artigo ou registro:

 

EDUCAÇÃO INFANTIL: ALFABETIZAÇÃO OU LETRAMENTO!

 

Ângela Maria de Oliveira Silva
Lucineia Farias dos Santo
s

 

RESUMO:

O presente artigo intitulado “Educação Infantil: Alfabetização ou letramento!”, tendo como objetivo analisar qual o pensamento do professor da educação infantil em relação ao letramento e alfabetização. Destacamos a importância das práticas de letramento e da alfabetização na educação infantil, para responder as indagações acerca do tema em estudo, explicitamos que foi realizada através da pesquisa bibliográfica, e o método análise do discurso de dois professores da educação Infantil. A partir da análise percebemos que houve unanimidade em relação ao objetivo ambos tem que caminhar juntos, divergindo em alguns momentos de alguns autores que versam sobre o tema separado. Em relação ao discurso docente, as manifestações indicaram que as professoras dão importância para alfabetização e/ou letramento na Educação Infantil, desconstruindo alguns conceitos que dizem que a criança não deva ser alfabetizada e letrada precocemente. Diante disso, entendemos esse estudo como uma maneira de proporcionar ao corpo docente, reflexão crítica sobre sua atuação profissional, da forma de letrar e alfabetizar, para que não gere equívocos em sua atuação em sala de aula agindo de maneira apropriada evitando mera reproduções de conteúdos mecânicos.

 

Palavras-chave: Educação Infantil. Alfabetização. Letramento. Prática docente.

 

SUMMARY:

The present article entitled "Early Childhood Education: Literacy or Literacy!", aiming to analyze what the teacher of the education of children in relation to literacy and literacy. We emphasize the importance of literacy and literacy practices in children 's education, in order to answer the questions about the theme under study, we explain that it was carried out through bibliographical research, and the discourse analysis method of two teachers of Early Childhood Education. From the analysis we realize that there was unanimity in relation to the goal both have to walk together, diverging in some moments from some authors who deal with the separate topic. Regarding the teaching discourse, the manifestations indicated that the teachers give importance to literacy and / or literacy in Early Childhood Education, deconstructing some concepts that say that the child should not be literate and early literate. Therefore, we understand this study as a way to provide the faculty with critical reflection on their professional performance, the form of lettering and literacy, so as not to generate misunderstandings in their classroom performance acting appropriately avoiding mere reproductions of contents mechanics.

 

Keywords: Early Childhood Education. Literacy. Literature. Teaching practice.

 

INTRODUÇÃO

 

A Escola Estadual Palmital está localizada na Comunidade Marco de Cimento a uma distância de 65 km da sede do município de Colíder estado de Mato Grosso, atendendo a um público alvo de aproximadamente 200 alunos regularmente matriculado, distribuídos nas etapas da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. A escolha do tema deu-se mediante há indagações de vários professores no sentido de não compreender se alfabetiza ou não a criança de educação infantil, visto que há uma divergência em relação ao que é cobrado pela comunidade escolar e o que é proposto, tendo como objetivo analisar qual é o pensamento do professor da educação infantil sobre alfabetização e letramento. Refletindo sobre a criança torna-se pertinente a discussão sobre a importância das práticas de alfabetização e letramento nesta etapa de ensino. Sendo assim, é necessário ponderarmos se essas práticas são realmente necessárias, que propicie às crianças “um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo” (OLIVEIRA, 2002, p.12), ou se são apenas modismos, levando-as a se desenvolverem precocemente, tirando das mesmas outras necessidades, impedindo-as de “[...] sorrir, conversar, brincar, em que têm de estar todo o tempo atentas às questões de alfabetização” (BARROS, 2009, p.51).

Neste sentido precisamos ter uma melhor compreensão acerca do conceito de alfabetização e letramento, já que temos discursos variados e que partem de autores que versam sobre o tema, da legislação vigente e dos professores que atuam na Educação Infantil. Assim, esses discursos diversos, podem fazer com que o assunto seja estudado com diferentes olhares, mas também pode acontecer de representarmos tanto alfabetização quanto letramento de modo fragmentado, suprimindo e confundindo as especificidades de cada um.

Diante disso, ao atentarmos para a conceituação de alfabetização e letramento, vemos que o termo alfabetização em sua etimologia, “[...] significa a aquisição do alfabeto, ou seja, adquirir as habilidades de escrever e ler consiste na aprendizagem do sistema de escrita ou da tecnologia da escrita” (TEDESCHI, 2007, p.22). Portanto, percebemos que na maioria das vezes a alfabetização é entendida apenas como uma técnica de codificação e decodificação do alfabeto, cuja finalidade é apenas a aquisição de um código, em que se aprende a ler e escrever, porém de modo superficial. De acordo com este conceito, não se pensa essa leitura e escrita na prática social do sujeito, quando há uma reflexão daquilo que se está aprendendo, assim torna-se apenas um “processo de aquisição do sistema convencional de uma escrita alfabética e ortográfica” (SOARES, 2004, p. 11). Neste sentido, a alfabetização é um procedimento simples, mecânico, de modo linear, reduzindo o ler e escrever pura e simplesmente no grafar e decodificar.

Temos o surgimento de outro modo de pensar o “letramento sem letras”, caracterizando-se a ênfase dada a outros tipos de linguagem na educação infantil, como a corporal, a musical, a gráfica, entre outras

Neste panorama surge o letramento, que conforme Soares,

 

[...] é entendido como o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais; distinguem-se (alfabetização e letramento) tanto em relação aos objetos de conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos. (2004, p. 20)

 

Em conformidade com Magda Soares, Goulart mostra que “o letramento estaria relacionado ao conjunto de práticas sociais orais e escritas de uma sociedade” (2006, p. 452). Fatos que fazem com que o termo letramento seja relacionado à assimilação de conhecimentos que estão estabelecidos dentro da “cultura letrada”, onde “não basta apenas saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e do escrever, de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente” (SOARES, 2010, p. 20).

Em oposição às ideias acima citadas, alguns autores dizem que ao relacionar a alfabetização apenas ao ler e escrever, dando ênfase somente ao processo codificação e decodificação, desconsidera-se de que a alfabetização tem que ser vista de modo contínuo e evolutivo, isto é, a aprendizagem e o uso social do ler e escrever vão se desenvolvendo com o tempo, por isso torna-se desnecessário o uso do termo letramento. Nas palavras de Emília Ferreiro (1993, p. 39), isto significa que

 

... não é obrigatório dar aulas de alfabetização na pré-escola, porém é possível dar múltiplas oportunidades para ver a professora ler e escrever, para explorar semelhanças e diferenças entre textos escritos; para explorar o espaço gráfico e distinguir entre desenho e escrita; para perguntar a ser respondido; para tentar copiar ou construir uma escrita; para manifestar sua curiosidade em compreender essas marcas estranhas que os adultos põem nos mais diversos objetos.

 

Nessa perspectiva, a alfabetização passa a ser entendida como um longo processo que começa bem antes do ano escolar em que se espera que a criança seja alfabetizada e consiga ler e escrever pequenos textos. Porém Ferreiro (1993) adverte que as oportunidades de interagir de modo significativo com a escrita não são iguais para todas as crianças. Assim salienta que:

 

Há crianças que chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar na escola, mas começaram a alfabetizar-se muito antes, através da possibilidade de entrar em contato com a língua escrita. (p. 23)

 

Muito pode ser feito na educação infantil na direção apontada, especialmente, para as crianças que teriam menos oportunidades de participar de situações mediadas pela escrita, seja por meio da leitura ou da produção de textos. Assim, concordamos inteiramente com Sólé (2003), quando afirma que:

 

Não se trata de acelerar nada, nem de substituir a tarefa de outras etapas a esse conteúdo (a leitura); trata-se simplesmente de tornar natural o ensino e aprendizagem de algo que coexiste com crianças, que interessa a elas, que está presente em sua vida e na nossa e que não tem sentido algum ignorar. (p.75)

 

Diante de questionamentos ao corpo docente, se é possível alfabetizar a criança de educação infantil, quando as professoras responderam que o mais importante na Educação Infantil é o alfabetizar letrando, suas falas mostram que a alfabetização e o letramento são processos distintos, já que cada um tem suas especificidades, porém, ao mesmo tempo, os discursos das professoras evidenciam que estes são complementares e inseparáveis. Sendo assim, o alfabetizar e o letrar não podem ficar isolados, nesta etapa de ensino não se propõe a escolha de um ou outro, mas sim os dois juntos, como ficou claro nas falas abaixo:

Alfabetização e Letramento precisam caminhar juntos, já que um depende do outro [...]. Sendo assim, alfabetizar e letrar, devem acontecer simultaneamente, proporcionando a criança decodificar os códigos linguísticos e ao mesmo tempo ter consciência crítica sobre a real função e importância dos textos escritos. (professora 02) [...] alfabetização e letramento devem permanecer em junção [...]. Não acredito que um tenha mais importância que o outro. Tem que ser desenvolvido de acordo com o processo de cada grupo. (professora 01)

Convém explanar que o alfabetizar letrando não deve ser visto como um novo método de alfabetização, que vai revolucionar na forma de encaminhar às crianças na aquisição da leitura e da escrita, mas sim na ressignificação do sentido da alfabetização, fazendo com que esta não seja vista apenas como um processo de codificação e decodificação mecânica, e sim como um meio de levar a criança a conviver e descobrir, interagir e aprender, apropriar e usar as práticas reais de leitura e escrita, tornando-as significativas em seus processos de aprendizagem.

 

Alfabetizar letrando é, portanto, oportunizar situações de aprendizagem da língua escrita nas quais o aprendiz tenha acesso aos textos e a situações sociais de uso deles, e que seja levado a construir a compreensão acerca do funcionamento do sistema de escrita alfabético (SANTOS; ALBUQUERQUE, 2007, p.99).

 

O último relato da nossa pesquisa sintetiza perfeitamente o papel do professor ao iniciar às práticas de alfabetização e letramento na Educação Infantil, de acordo com esse discurso. O professor deve ter em mente a distinção e as relações entre a alfabetização e o letramento, e a partir daí traçar objetivos que levam em consideração tanto o processo de desenvolvimento do aprender a ler e a escrever quanto a utilização de escrita e leitura nas práticas sociais. (professora 01).

Dessa forma, é preciso que o professor tenha antes de tudo, propriedade do conceito de alfabetização e de letramento, que saiba distingui-los e que consiga garantir as especificidades de cada um dentro do processo de ensino-aprendizagem. Que sua ação não seja apenas a aderência ou a fuga de uma moda, mas sim uma ação consciente e reflexiva daquilo que está

adotando como prática profissional.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Compreendemos que a mediação pedagógica é uma condição maior do trabalho docente, inclusive dos profissionais que atuam na educação infantil. Pois requer que o professor dote sua prática pedagógica de intencionalidade, no sentido de ter como referência o produto de sua ação perante as crianças para que seus objetivos sejam alcançados. Diante disso cabe ao professor ampliar e qualificar o que foi iniciado pelas crianças, fazendo intervenções sempre que necessário para garantir que elas se apropriem das capacidades humanas proporcionadas naquele momento da história.

Favorecer a aquisição de habilidades que permitam à criança analisar de forma crítica o mundo que a cerca, para que seja capaz de enfrentar novos problemas e conviver com os outros de forma cooperativa;

Atender necessidades psicossociais, possibilitando a ampliação de suas experiências, com base nas próprias vivências e situações concretas do cotidiano. Desenvolver e explorar, de forma interdisciplinar, todas as áreas do conhecimento;

Ampliar o vocabulário e desenvolver a linguagem, sob o enfoque descritivo e narrativo;

Incentivar a curiosidade, o entusiasmo, a imaginação, a representação gráfica. (Revista Ama e Educando 8/2009, p 9).

A escola é um espaço propício para estimular o letramento na educação infantil, porém o trabalho deve ser direcionado em um ambiente facilitador, estimulante e atraente, assim desenvolverá o prazer de frequentar a escola e, consequentemente estará criando futuros leitores.

Ferreira (2004) contribui salientando que o brincar é uma ação social não separada do mundo real. Embora envolva situações imaginárias, como costumamos chamar de faz de conta. Professores voltados à educação infantil devem nutrir a escuta e a fala das crianças, porque são instrumentos importantes de dar sentido ao mundo.

Segundo os psicólogos do desenvolvimento infantil entre os três e quatro anos a criança começa a ser mais livres e autossuficientes, não dependem tanto da mãe ou de quem cuida delas anteriormente, elas já são capazes de dominar melhor o próprio corpo, comem sozinha, correm, saltam e controla sua produção de xixi e cocô. Sendo esta fase uma expressão de auto domínio, pois já podem lançar-se a novas aventuras. São idades divertidíssimas e muito movimentadas, momento em que a criança correm, saltam e exploram tudo o que vê; está aprendendo a orientar seu corpo no espaço. Por isso são bem vindas todas as atividades lúdicas e jogos corporais que estimulam o movimento psicomotor tem a imaginação transbordante de fantasias sobre todos os tipos de aventuras. Segundo Oliveira (2006a), o humor, o entusiasmo e a alegria são elementos fundamentais a educação. Sem dúvida, possibilitam a constituição de um ambiente acolhedor, que convida a criança a desejar o desejo de aprender, a fazer de suas fantasias alimento para a construção de conhecimentos.

Essa é a idade ideal para estimular e potencializar o pensamento criativo, sendo esta criança movida pela curiosidade; absorve tudo, perguntam tudo, tocam em tudo, juntam tudo, olham tudo e escutam tudo com atenção porque é nessa fase que querem saber tudo, quanto maior for a estimulação nessa direção melhor poderá ser desenvolvida sua inteligência perceptiva sua sensibilidade e sua interação com o meio. Realizar um conjunto de atividades baseadas no diálogo na expressão e na utilização de diferentes linguagens será um trabalho que modificará sensivelmente a qualidade do relacionamento da criança com a linguagem consigo mesma e com o mundo.

Para responder algumas indagações referente ao nosso trabalho de pesquisa, foi necessário a realização de algumas etapas; a pesquisa bibliográfica permitiu aprofundamento e ampliação dos pressupostos teóricos de autores que discutem a temática em nosso estudo.

Por último, explicitamos que a metodologia de pesquisa utilizada para termos um melhor entendimento do que foi dito pelas professoras, teve como parâmetro a Análise do Discurso.

Pensando conforme Orlandi (1999),

 

A Análise do Discurso [...] trata do discurso. E a palavra discurso tem em si a ideia de curso, de percurso, [...] de movimento. O discurso é assim palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando. Por esse tipo de estudo se pode conhecer melhor o homem [...]. O discurso torna possível tanto a permanência e a continuidade quanto o deslocamento e a transformação do homem e da realidade em que ele vive. (p.15).

 

Ao focarmos nosso estudo por meio da Análise do Discurso, vemos o homem a partir de sua capacidade de inserção e percepção do mundo que o cerca, ou seja, o discurso faz com que o sujeito não se torne um ser neutro, já que possui uma disposição de significar e significar-se por meio do discurso. Analisar o discurso seria então, muito mais que olhar um enunciado apenas em sua superfície, visto que, o discurso é constituído e cercado por relações de poder, e entre essas relações, por exemplo, estão aspectos históricos, sociais, culturais, ideológicos, ou seja, são práticas discursivas e sociais concretas, tornando o discurso intenso e em constante movimento.

Ao analisar o discurso das professoras de seus pensamentos sobre alfabetização e/ou letramento, no conjunto de depoimentos coletados houve uma unanimidade em reconhecer a importância de se alfabetizar letrando visto que ambos caminham juntos e obtém resultados satisfatórios em suas atividades práticas.

Sendo assim é proposta pelas professoras atividades presentes de modo significativo na educação infantil, consideradas de cunho lúdico como a repetição de parlendas, a brincadeira com frases e versos, trava-línguas, cantigas de roda, memorização de poemas, são considerados importantes passos em direção à alfabetização.

Curiosamente atividades bastante comuns na educação infantil como os rabiscos, desenhos, jogos e brincadeiras de faz de conta não são consideradas atividades de alfabetização, quando na verdade representam a fase inicial da aprendizagem da língua escrita, constituindo segundo Vygotsky (1984), a pré-história da linguagem escrita, ocasião em que a criança atribui aos rabiscos, desenhos ou objetos a função de signos.

De acordo a Vygotsky (op. Cit.), o professor não deve levar em conta, como ponto de partida para ação pedagógica, apenas o que a criança já conhece ou fa, mas, principalmente, deve levar em conta suas potencialidades cognitivas, fazendo outros desafios e mais exigentes no sentido de envolvê-las em novas situações de modo a provocá-las, permanentemente, à superação cognitiva. Sendo importante destacar que para Vygotsky, as exigências devem vir acompanhadas de apoios adequados para que cada criança possa alcançar êxito em suas experiências. Para ele, tanto o desafio do professor quanto os recursos de apoio são vistos como mediadores do conhecimento da criança, uma vez que, ao enfrentar situações cada vez mais complexas e com maior independência, ela ficará mais autônoma em relação àquela etapa do seu conhecimento.

 

CONCLUSÃO

 

Ao fazer análise dos discurso feito pelos professores foi possível perceber que a professora trabalha tanto com conceitos de alfabetização, quanto com conceitos que envolva o letramento.

Observando o ambiente interior da sala de aula percebemos que há uma preocupação em criar um ambiente alfabetizador nessa turma, uma vez que a construção desse espaço é fundamental para que seja apresentado a criança da educação infantil o mundo da escrita.

Observando as atividades semanais destinadas as crianças, percebe-se uma preocupação da professora em ensinar o alfabeto, as vogais as primeiras letras... ao mesmo tempo em que se percebe uma intenção em trabalhar com usos sociais da escrita. Para essas atividades foram desenvolvidas através da música, contação de histórias, trabalhos com recortes em jornais, livros, encartes. Pensamos que essas atividades que envolvam a leitura e a escrita no cotidiano poderiam ganhar mais destaques na rotina da turma, mesclando com as atividades de apropriação do sistema de escrita, uma vez que estamos falando de educação infantil.

Tanto as atividades de rotina como também o ambiente da sala de aula trabalham com eventos de letramento e práticas de alfabetização.

Percebemos por meio da análise do discurso docente, que os professores adotam práticas de alfabetização e letramento em suas ações pedagógicas, cremos que o professor não pode tais práticas apenas por modismo, é preciso estar ciente do que está propondo.

Considerando que na educação infantil precisamos aproximar a criança da leitura e da escrita em um contexto funcional e significativo pra elas, sendo apresentado atividades em dois eixos de trabalho:

  • Apropriação do sistema alfabético de escrita- atividades que promovam a compreensão do funcionamento de escrita alfabético e o desenvolvimento d consciência fonológica;

  • Letramento – atividades que promovam aprendizagens sobre diferentes gêneros discursivos orais e escritos que circulam socialmente e suas características (finalidades, conteúdos, estilo e composição próprios, suportes, destinatários e esferas de circulação).

Assim na educação infantil não basta estimular a criança a refletir sobre o funcionamento do sistema de escrita, nem apenas inseri-la em práticas sociais de leitura e escrita ou nos limitarmos a responder a sua curiosidade natural sobre esse tema. Defendemos, que o papel do professor ao longo dessa etapa é planejar atividades que contribuam para a alfabetização na perspectiva do letramento. Consideramos que para isso, no mínimo cinco blocos de atividades são especialmente relevantes a seguir:

  1. Atividades que promovam práticas de leitura e escrita significativas e semelhantes às vivenciadas no contexto extraescolar;

  2. Atividades que promovem a escrita e a leitura pelas próprias crianças;

  3. Atividades e jogos que estimulam a análise fonológica de palavras com e sem correspondências com a escrita;

  4. Atividades e jogos que estimulam a identificação e escrita de letras e o reconhecimento global de certas palavras;

  5. Atividades e jogos que estimulam a discriminação perceptual e coordenação viso motora.

Mediante essas orientações é possível desenvolver um trabalho que garanta o desenvolvimento integral da criança pequena.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Projetos Pedagógicos na educação Infantil/ Maria Carmem Silveira Barbosa, Maria da Graça horn.- Porto Alegre: Grupo a.2008. 128p.

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 1985.

 

_______.FERREIRO, Emília. Com todas as Letras. São Paulo: Cortez, 1993.

 

HOFFMANN, Jussara. A Avaliação e Educação Infantil: Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança/ Jussara Hoffmann:- Porto Alegre: Mediação, 2012.

 

Ler e Escrever na Educação Infantil: discutindo práticas pedagógicas/Ana Carolina Perrusi Brandão, Ester Calland de Souza Rosa, Organização. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

 

OLIVEIRA, M. L. Escola não é lugar de brincar. In: ARANTES, V.A. (Org.) Humor e Alegria na educação. São Paulo: Summus, 2006ª, p 75-102.

ORLANDI, E.P. Análise do Discurso. Campinas: Pontes, 1999.

 

ROJO, Roxane Helena R. (Roxane Helena Rodrigues). Multiletramentos na escola/ Roxane Rojo, Eduardo Moura ]orgs] São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

 

SÁTIRO, Angélica. Brincar de pensar: com crianças de 3 e 4 anos/ Angélica Sátiro; (Introdução Romina Amorebieta, Luciane Ismael Barrionuevo, Guilhermo Segú). São Paulo: Ática, 2012.

 

SOARES, M. Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento. Brasília: INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 1991.

 

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: ArtMed 1998.

 

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

 

LUCIANO, Hélio José1 - UEL EDUCAÇÃO INFANTIL: LETRAMENTO OU ALFABETIZAÇÃO? EIS A QUESTÃO! Grupo de Trabalho – Educação da Infância Agência Financiadora: não contou com financiamento. 2013.