Estratégias pedagógicas com crianças com deficiências no complexo infantil no município de Cametá/Pará
Maria Tita Rodrigues Assunção[1]
Egídio Martins
RESUMO
O presente artigo é produto de uma pesquisa de mestrado intitulada, a ludicidade na educação especial inclusiva: um estudo dessa abordagem no Complexo Infantil D. José Elias Chaves, no município de Cametá/Pará. A pesquisa objetivou analisar a importância da ludicidade na educação especial inclusiva, investigando como essa abordagem é aplicada no Complexo Infantil D. José Elias Chaves e seus impactos no desenvolvimento e aprendizagem das crianças com deficiência. É uma pesquisa qualitativa, com apoio na pesquisa de campo, de modo que utilizamos dados coletados no lócus dos sujeitos pesquisados. Como instrumento de coleta de dados, apoiamos em questionário. As análises dos dados seguiram as recomendações de Bardin (2016), após o recolhimento das respostas da entrevista foi elaborada análise consideração a teoria pesquisada as literaturas e documentos. A pesquisa apontou que a educação inclusiva, principalmente no espaço infantil precisa dar conta de atender complexidade que existe no contexto da educação. Conclui-se, portanto, que os jogos e brincadeiras são instrumentos primordiais para construir personalidade na criança, momento de intenso processo de crescimento pessoal e social, daí a importância que os familiares e professores incentivem as brincadeiras na educação infantil como referência para proporcionar as crianças momento de satisfação e desenvolvimento socioeconômico, político e cultural para os sujeitos em fase de crescimento.
Palavras-Chaves: Inclusão; ludicidade; Educação infantil
INTRODUÇÃO
O presente artigo é produto de uma pesquisa de mestrado em fase de conclusão, intitulada, a ludicidade na educação especial inclusiva: um estudo dessa abordagem no Complexo Infantil D.José Elias Chaves, no município de Cametá/Pará. A pesquisa objetivou analisar a importância da ludicidade na educação especial inclusiva, investigando como essa abordagem é aplicada no Complexo Infantil D. José Elias Chaves e seus impactos no desenvolvimento e aprendizagem das crianças com deficiência.
A ludicidade desempenha um papel fundamental na educação especial inclusiva, proporcionando ambiente de aprendizagem mais dinâmico, interativo e acessível para estudantes com necessidades educacionais especiais. Por meio de jogos, brincadeiras, músicas, histórias e outras atividades lúdicas, é possível estimular o desenvolvimento cognitivo, motor, emocional e social das crianças, favorecendo a inclusão e a participação ativa no processo educativo.
A educação especial em uma perspectiva de inclusão se faz cada vez mais necessária a ludicidade, ou seja, brincadeiras, jogos, atividades atraentes, etc, irão auxiliar no processo de inclusão e adaptação dos alunos. Através do lúdico o professor conseguirá desenvolver os alunos em diferentes aspectos, sejam emocionam, cognitivos, de convivência, interação, entre outros, tornando esse processo e as aulas atraentes para todo o público alvo destinado.
Para dar conta de analisar o objeto proposto, seguimos a seguinte questão central: como a ludicidade está sendo trabalhada na inclusão dos alunos PcDs no complexo Infantil D. Elias Chaves? Quais os benefícios das atividades lúdicas na inclusão dentro da sala e aula regular e no Atendimento Educacional Especializado? Qual o papel do professor em relação aos jogos e brincadeiras no processo de inclusão? Para apoiar a questão apresentado, objetivamos analisar a importância da ludicidade na educação especial inclusiva, investigando como essa abordagem é aplicada no Complexo Infantil D. José Elias Chaves e seus impactos no desenvolvimento e aprendizagem das crianças com deficiência.
É uma pesquisa qualitativa, esta por sua vez fundamenta-se em uma abordagem que busca compreender fenômenos em sua complexidade, considerando aspectos subjetivos e contextuais. Pautamos ainda na pesquisa de campo, de modo que utilizamos dados coletados no lócus dos sujeitos pesquisados. Como instrumento de coleta de dados, apoiamos em questionário contendo 10 questões que foram direcionados ao professor da turma do Jardim II, o qual foi respondido presencialmente e assim conseguir captar os detalhes da formação das crianças que fazem parte do AEE e a participação da ludicidade no desenvolvimento dos alunos.
As análises dos dados seguiram as recomendações de Bardin (2016), após o recolhimento das respostas da entrevista foi elaborada uma análise levando em consideração a teoria pesquisada as literaturas e documentos. A pesquisa apontou que a educação inclusiva, principalmente no espaço infantil precisa dar conta de atender complexidade que existe no contexto da educação, possibilitando que as escolas possam dar conta de proporcionar ações efetivas para que os professores atendam com qualidade os educandos com deficiência.
Os professores e as professoras da escola Complexo Infantil desenvolvem práticas pedagógicas a partir da ludicidade para trabalhar com as crianças deficiente. Conclui-se, portanto, que os jogos e brincadeiras são instrumentos primordiais para construir personalidade na criança, momento de intenso processo de crescimento pessoal e social, daí a importância que os familiares e professores incentivem as brincadeiras na educação infantil como referência para proporcionar as crianças momento de satisfação e desenvolvimento socioeconômico, político e cultural para os sujeitos em fase de crescimento.
O artigo estar dividido em duas partes, na primeira destacamos estratégias pedagógicas adaptadas às crianças com deficiência, enfatizamos como os professores desenvolvem práticas pedagógicas que atendem as crianças com deficiências. No segundo momento, destacaremos as estratégias utilizadas pelos docentes na adaptação das atividades lúdicas para o trabalho com Pcds na ed. Infantil, nesse momento demonstraremos como os professores criam estratégias para possibilitar a inclusão dos alunos com deficiência no contexto da sala de aula. Por fim, as considerações finais, onde apresentamos as sínteses do estudo.
Estratégias pedagógicas adaptadas às crianças com deficiência
Para analisar a questão proposta, nos pautaremos no seguinte questionamento. Quais impactos se observa no aprendizado e no desenvolvimento dos alunos com deficiência por meio dos jogos e brincadeiras? Essa questão é de suma importância para sabermos como os docentes da escola Complexo infantil vem trabalhando as atividades educativas para dar conta de atender as crianças com deficiência. As respostas para essa pergunta são positivas, porém há falas que direcionam para os desafios que se encontram os educandos com deficiência.
Nesse sentido, Almeida (2003) menciona que trabalhar os educandos com deficiência na educação infantil é preciso estratégias no processo ensino-aprendizagem, de modo que são discentes ainda muito pequeno, as explicações mencionadas pelos professores podem comprometer a compreensão dos conteúdos pelos educandos, uma das entrevistadas apresentou como vem trabalhando com as crianças.
Ao iniciar o ano letivo agente organiza nosso planejamento com todos os professores da escola, esse planejamento foca nas atividades que as crianças conseguem aprender e dar conta de realizar as atividades, como são crianças pequenas agente trabalha muito com os jogos e brincadeiras, estas por sua vez deve estar compatível com as condições dos educandos. Percebemos que com as brincadeiras e jogos os alunos aprendem mais, sentem mais alegres e seguros na apropriação dos conhecimentos, como muito estão no conhecimento das letras, das sílabas e frases, eles ficam felizes quando reconhecem as letras, frases e palavras. Uma demonstração que nossas estratégias estar funcionando (Informante, 2, 05/05/2025).
A fala da entrevistada demonstra que a escola organiza o planejamento no sentido de construir estratégias pedagógicas para dar conta de inserir os educandos no processo ensino-aprendizagem. Nessa concepção Aguiar (2006) enfatiza que trabalhar com educação infantil faz-se necessários que os educadores desenvolvam atividades que atenda as demandas das realidades dos discentes. O autor menciona ainda que uma escola inclusiva procura apresentar proposta educativas que se articula com as condições dos sujeitos que se encontra com dificuldades para exercer a cidadania como cidadão de direito.
A concepção do autor mencionado estar articulado com os dados da pesquisa, demonstrando que os professores/as que direcionam para um planejamento das atividades educativas inseridos as brincadeiras e jogos. As falas dos entrevistados enfatizam que essa postura de inserir as atividades lúdicas proporcionam rendimento na capacidade dos educandos entenderem os conteúdos de forma criativa, prazerosa e alegue. Para Caroline (2021), os jogos e brincadeiras são estratégias primordiais para se trabalhar com as crianças da educação infantil, visto que são atividades que proporcionam aos educandos para uma construção de aprendizagem capaz de articular a realidade dos sujeitos com os conteúdos que estão sendo apresentados.
O autor enfatiza ainda que são pontos positivos construir conteúdos escolares com as atividades lúdicas, visto que muitas vezes as crianças nem reconhecem que estão se apropriando das informações escolares que servirão para formação como sujeitos em processo de aprendizagem. Cintra (2010), destaca que os jogos e brincadeiras são estratégias pedagógicas de suma importância para desenvolver com as crianças com deficiência, de modo que são crianças que precisam de apoio para se aprimorar do conhecimento que estão sendo apresentados no contexto escolar. Nessa direção, a fala de uma entrevistada reconhece que os jogos e brincadeiras fazem diferença no comportamento intelectual da criança.
Quando me deparei que na minha turma tinha criança com autismo fiquei preocupada, de modo que não tinha muita noção de como encaminhar atividades pedagógica para contribuir com a criança, foi nesse desespero que procurei a coordenação pedagógica para pedir ajuda no sentido de auxiliar nas estratégias de ensino-aprendizagem para as crianças com deficiência. A coordenadora me incentivou encaminhar com as crianças os jogos e brincadeiras de diversas naturezas, procurando identificar quais os jogos as crianças se sentiam mais confortável, fiz um diagnóstico para selecionar o que mais se adequava a realidade dos discentes, compreendi que os bingos, os fantoches, e outras atividades deram muito certo para fazer as crianças entenderem os conteúdos que eu queria repassar em sala de aula ( Informante, 05/05/2025.
As falas mencionadas pela entrevistada chamam atenção para pontos positivos das atividades lúdicas inseridas no processo ensino-aprendizagem dos discente, enfatizando que as brincadeiras e os jogos proporcionaram momentos fundamentais para que as crianças pudessem aprender com desenvoltura. Conforme Freitas (2007) trabalhar com as crianças deficientes faz-se necessário que os educadores construam momentos de aprendizagem num ambiente propício para os sujeitos com deficiência.
A partir das análises mencionadas e do quadro que apresentamos, questionamos aos entrevistados se existe algum jogo ou brincadeira específica que tenha trazido resultados significativos, ao mesmo tempo pedimos para os sujeitos da pesquisa que compartilhasse uma experiência. Essa pergunta foi muito interessante porque a entrevistada nos apresentou experiência relevante para apresente pesquisa, enfatizando que de fato as brincadeiras e os jogos interferem no processo ensino-aprendizagem com propriedade para as crianças.
Minha experiência foi logo no início do ano letivo quando inicie trabalhar com as crianças, confesso que não sabia como fazer, foi ai que no planejamento da escola, a coordenadora apresentou os alunos que estavam na escola e que eram deficiente, ao mesmo tempo a coordenadora pedagógica mencionou que os professores que iriam trabalhar com os educandos com deficiência ela iria conversar, na nossa conversa incentivou que uma das estratégias pedagógicas para contribuir com as crianças deficiente seria desenvolver os jogos e brincadeiras, a coordenadora enfatizou que tinham alguns jogos na escola outros precisaria der construídos de foram intencional com as crianças para aprimorar ainda mais as informações com os alunos ( Informante, 3, 06/05.2025).
A fala da entrevistada demonstra experiência rica sobre as relações das crianças com a ludicidade, enfatizando que no início não tinha condições de apresentar uma educação satisfatória para a criança com autismo, a partir desse desafio a professora passou inserir nas atividades pedagógicas as brincadeiras e jogos, como recursos estratégicos para contribuir com o desenvolvimento da criança. Nesse sentido, Aguiar (2006), chama atenção que as brincadeiras e jogos são instrumentos fundamentais para trabalhar com as crianças deficientes porque proporciona aos educandos momento de satisfação, alegria, ao mesmo tempo aprendizagem, os educandos aprendem brincando.
As análises do autor chamam atenção que a inclusão, requer estratégias para que se possa construir ambiente favorável para a inclusão. Como já foi mencionado anteriormente os jogos e brincadeiras são instrumentos fundamentais para dar conta de contribuir para o desenvolvimento da criança, principalmente no processo ensino-aprendizagem. Para Almeida (2003) a criança ao deparar com um ambiente onde se sinta bem, confortável, a aprendizagem flui melhor.
O autor menciona ainda que as brincadeiras e jogos proporcionam as crianças momentos prazerosos no ato de aprender. Dessa forma, o processo de ensino-aprendizagem torna-se ambiente de satisfação e alegria. É essa a grande vantagem dos jogos e brincadeiras, proporcionando as crianças momentos de realização consigo mesmo, visto que não adianta querer incentivar os alunos quererem aprender se não se sente satisfeito consigo mesmo. Porém, para que a escola pudesse construir momento de aprendizagem com as crianças autistas foram necessários realizar algumas adaptações na prática pedagógica de sala de aula, como fica explicito na fala de uma das entrevistadas.
Posso dizer que não foi fácil construir adaptação com a criança em sala de aula, visto que a escola apesar de ter as estruturas para as crianças da educação infantil, porém ainda falta alguns instrumentos necessários, como por exemplo, a escola não disponibiliza de uma sala que esteja adaptada para criança com brinquedos, jogos de diversas naturezas, a urgência dessa necessidade construímos na sala de aula um espaço acolhedor, onde as crianças se sentisse realmente bastante confortável, foi momento de muita alegria quando conseguimos realizar esse sonho, digo sonho porque era nossa vontade dos professores juntamente com a coordenação pedagógica ( Informante, 4, 06/05/2025).
Essa fala demonstra que a professora do Complexo Infantil vem trabalhando as adaptações pedagógicas de acordo com a necessidade dos educandos, demonstrando que estão preocupados com o processo ensino-aprendizagem dos sujeitos com deficiência. Para Cintra (2010), desenvolver a educação inclusiva requer construções de adaptações de práticas pedagógicas, de modo que as crianças com deficiência possuem limitações em certas atividades, por isso que os professores precisam estar atendo na realidade dos educandos no sentido de encaminhar para ambiente que possa proporcionar ensino-aprendizagem com realização dos discentes.
Caroline ( 2021) enfatiza que os jogos e brincadeiras proporcionam para as crianças exploração do ambiente cultural, compreende que faz parte de um espaço único no universo, onde sua identidade vai-se moldando com o ambiente que estar inserido, de modo que se apropria dos elementos inerente a sua cultura, como a linguagem, a música, os saberes, as vestimentas e as comidas, esses e outros elementos vão sendo apropriados pelas crianças ao se pararem com os jogos e brincadeiras, de modo que as estruturas culturas do qual pertencente vai-se inserindo na realidade da criança no ato de brincar.
A autora destaca ainda que os jogos e brincadeiras são instrumentos potencializadores de fortalecimento de autoestima, de modo que as crianças ao iniciar o processo de internalização dos espaços que estar inserido, constrói segurança de si mesmo, esse processo torna-se de fundamental para os discentes por que compreende que aprender necessita estar segura de sua identidade, de sua autoestima. Para Calissi (2013), quando a criança se encontra numa situação de tristeza, insegurança pessoal torna-se difícil construir aprendizagem com segurança. O autor enfatiza ainda que os jogos e brincadeiras encaminham para o reconhecimento de normas socias, demonstrando que a existência na sociedade são construídos a partir das regras e condutas entre as pessoas, esse momento é de suma importância, porque incentiva as crianças compreenderem que viver precisa dar conta de seguir as normas para que se tenha vida social mais saudável, pautado no respeito e valorização de si mesmo de dos outros.
Os dados da pesquisa apontaram que a professora em sala de aula, utiliza vários jogos e brincadeiras para que possa proporcionar a inclusão da criança, um desses jogos, são bingo, dominó, baralho, vários jogos com caixa de diversos tamanho, entre outros, ficou demonstrado que a docente possui criatividade para desenvolver as brincadeiras com os discentes em sala de aula. Uma postura de educadora comprometida com a formação dos discentes com deficiência, tarefa nada fácil para uma escola que trabalha com educação infantil.
Estratégias utilizadas pelos docentes na adaptação das atividades lúdicas para o trabalho com Pcds na ed. Infantil
A partir das falas das entrevistadas identificamos quatros estratégias desenvolvidas pelas professoras na educação infantil com crianças com deficiência. As estratégias são: Adaptação da Metodologia de Ensino, uso de recursos de apoio, estabelecimento de rotinas e regras claras, promoção de responsabilidade e recompensas. Essas estratégias foram percebidas nas falas das entrevistadas que utilizam no contexto de suas práticas pedagógicas, no sentido de apresentar ensino-aprendizagem que esteja articulado com as demandas dos educandos da escola Complexo Infantil Dom José Elias, nas falas das entrevistadas enfatizam que realizam adaptações da metodologia de ensino.
Trabalhar com as crianças de educação infantil faz-se necessário que nós professores desenvolvam ações pedagógicas que estejam articuladas com as necessidades dos discentes, nesse sentido nossa adaptação vai na direção de adaptação de ações pedagógicas no contexto da sala de aula. Após realização de diagnósticos que de fato as crianças são estudantes com deficiência, nós passamos construir conjunto de jogos e brincadeiras compatível com a realidade dos estudantes. Os jogos e brincadeiras são adaptações de acordo o nível de desenvolvimento de aprendizagem da criança, uma preocupação de suma importância para garantir uma formação segura e respeitosa para com os discentes (Informante, 3, 06/05/2025).
A citação acima enfatiza que os professores da escola pesquisada estão preocupados com o processo ensino-aprendizagem dos discentes, construindo estratégias de adaptações pedagógicas para encaminhar o ensino-aprendizagem dos sujeitos com deficiência. As adaptações das ações educativas em sala de aula, são desenvolvidas a partir dos jogos e brincadeiras, esta por sua vez são apresentadas de diversas maneiras, sempre relacionados para que as crianças aprendam os conteúdos desenvolvidos. De acordo com Caroline (2021), os jogos e brincadeiras são de fundamentais importância para fortalecer a aprendizagem das crianças.
É importante compreender que tanto os jogos, como as brincadeiras são indispensáveis para a aprendizagem. A utilização de recursos pedagógicos possibilitam que as crianças se envolvam de maneira positiva, buscando processo significativo para o cotidiano dela, é onde ela e o seu professor se relacionam de modo prazeroso, reconhecedor e interativo. Trabalhando o desenvolvimento ao longo do caminho da criança, pode adquirir através do jogo e da brincadeira, a sua personalidade e se descobrir. Vale lembrar que quando se brinca naturalmente, o corpo se expressa de forma espontânea, mostrando a maneira de como reagir a tal momento, no que poderá estar passando, se há problemas pessoais e participação durante alguma atividade (Caroline, 2021, p. 2).
A partir das análises da autora compreendemos que os jogos e brincadeiras proporcionam para a criança nova perspectiva de pensar, de compreender o universo social que estar inserido ao seu redor. São momentos de intensa descoberta de si mesmo e do mundo. Aguiar (2006) enfatiza que os jogos e as brincadeiras impulsionam para a simbolização de uma realidade que a criança irá vivenciar quando adulto, porém, essa vivência quando criança incentiva para compreender com mais segurança o momento que irá viver, uma vida que era brincadeira agora passa a ser real.
Cintra (2010) chama atenção para que a criança possa brincar e se desenvolver precisa de espaço, de momento com ela mesma, de modo que o ambiente faz todo a diferença no ato de jogar e brincar para a criança. Como por exemplo, brincar na rua torna-se ariscado por causa de acidentes, brincar perto de fogo também é perigoso, certo é que a criança precisa ter ambiente seguro e propício para que brinque e jogue num ambiente seguro para construir ambiente saudável.
A autora chama atenção que construir espaço propício para que a criança brinque é de suma importância, de modo que tanto na escola como na família faz-se necessário reservar espaço para que a criança tenha momento de brincadeira. De acordo com ide (2008) os jogos e brincadeiras ficaram mais escassos nos dias atuais, devido a inserção das tecnologias, onde muitas crianças passaram substituir as brincadeiras e jogos por tecnologias que não incentivam a criatividade, a memória para novos eventos de ampliação da intelectualidade.
As estratégias utilizadas pelos professores da escola pesquisada, variam de acordo com as demandas dos discentes com deficiência. Os professores se apoiam no uso de recursos de apoio, segundo os posicionamentos dos docentes, percebemos que a utilização dos recursos de apoio são estratégias fundamentais para dar conta de atender os alunos com deficiência no campo da educação infantil. São recursos que proporcionam encaminhar o ensino-aprendizagem na perspectiva da inclusão.
Ide (2008) chama tenção que para que a criança tenha espaço de brincadeiras faz-se necessário que os responsáveis como os familiares e professores compreendam a necessidade de reservar momento de brincadeiras e jogos para as crianças. Conforme, Megda ( 2024), os espaços da brincadeira não pode ser um momento de estresse, precisa dar conta de enfatizar momento de satisfação, onde a criança esteja solta para brincar e jogar, de modo que nesse ambiente possa entender que são climas de avanços para sua vida.
Ao brincar a criança escolhe diversos papéis, assume diversos compromisso no ato de realizar os jogos e brincadeiras, esses momentos são de suma importância porque os sujeitos vão-se adaptando num clima que quando adulto irá assumir na sociedade. Megda (2024) enfatiza que construir diversos personagens pela criança são momentos ricos de construção de aprendizagem, porque os sujeitos vão descobrindo que a personalidade perpassa por transformação de identidade, descobre sua essência, sua vontade de realizar tarefas. Essas escolhas no ato de brincar são de suma importância para o crescimento intelectual da criança.
Quando a criança está brincando e jogando, automaticamente vai além de sua imaginação, cria fantasias, inspira muitas vezes em uma personagem, desenho favorito e é assim que ocorre a sua interação. No entanto, muitos professores não oferecem essa oportunidade para seus alunos, não os deixando escolher do que querem brincar e jogar, estabelecendo de forma impositiva o que os mesmos devem fazer e como. Vive-se o tradicionalismo, no qual o professor decide o que é melhor para a criança, sem olhar o que a criança necessita do momento, seu espaço, suas atitudes, sua liberdade, para que, no futuro seja um adulto capaz de realizar escolhas de ter opinião e de ser crítico ( Megda, 2024, p. 7).
A autora menciona ainda que os jogos e brincadeiras não podem ser considerados como passa tempo, mas como instrumento pedagógico para contribuir crescimento socioeconômico, político e intelectual da criança. Para Manson ( 2002) as brincadeiras precisam ser levadas a sério pelos adultos ao disponibilizarem ás crianças, de modo que são momentos que a criança tem como referência para sua existência, o autor destaca ainda que deixando passar esse momento da fase do ser humano não terá outro, pois a criança cresce e toca a vida como adulto, por isso são fases da vida que não pode deixar escapar, são únicos e fundamentais para incentivar a criança tornar-se pessoa de caráter, de personalidade, com uma índole forte de adultos capaz de dar conta da realidade que irá enfrentar.
Uma outra estratégia utilizada na escola pesquisada, são os estabelecimentos de rotinas e regras claras, os dados coletados enfatizam que os professores construíram ambiente saudável e confortável para que os discentes possam sentir-se bem consigo mesmo e com os outros. Essas rotinas são planejadas como atividades pedagógicas capaz de inserir os alunos nas atividades educativas. Nesse sentido, compreendemos que os professores trabalham numa perspectiva inclusiva, dando ênfase aos educandos com deficiência, como fica explicito na fala de uma entrevistada.
Dentre as estratégias utilizadas com as crianças com deficiência, foi alterar as rotinas e regras claras, porém essas rotinas e regras são combinadas com as crianças, demonstrando o que se deve fazer em cada momento, como por exemplo, no momento da saída foi combinado que todos saiam com calma tranquilo, no momento da refeição todos devem respeitar o espaço dos outros, tirar e colocar as louças nos lugares, escovar os dentes após a refeição, pedir o que deseja com cortesia, cumprimentar os colegas, os professores, e os funcionários da escola de modo geral, foram estratégias utilizadas para contribuir na condutas com educandos, tudo isso planeado com os membros da escola ( Informante, 3, 06/05/2025).
A fala da entrevistada responde uma de nossa questão, se há um planejamento específico para a utilização de atividades lúdicas com alunos PcDs? Como é elaborado? O que se observou que o planejamento se efetiva na coletividade, não há um planejamento voltado exclusivamente para as crianças com deficiência, mas um planejamento que envolve todos da escola e da sala de aula. Ficou explicito ainda que nas falas coletadas que as ações educativas para os educandos com deficiência acontecem em conjunto com outros alunos, sem separação, consideração essa postura de fundamental importância, de modo que se realmente se quer incluir faz-se necessário considerar todos como sujeitos pertencentes de um mesmo espaço de estudo.
Caixeta ( 2024) chama atenção que o planejamento da escola não pode acontecer de forma separado, de modo que a legislação recomenda que os educandos com deficiência devem ser atendido na rede regular de ensino, logo, o planejamento também deve seguir essa concepção de proporcionar aos educandos inclusão de forma geral, para o autor não tem sentido a lei mencionar que os educandos devem estar junto com todos os alunos e a escola, construir planejamento separados, isso na concepção do autor é demonstrar um espécie de exclusão, em suas palavras.
Planejar as ações pedagógicas na escola deve se efetivar para todos, de modo que a instituição educativa deve seguir o projeto político pedagógico, este por sua vez representa todas as concepções de ações que devem se efetivados pela escola, assim como pelos coordenadores pedagógicos e pelos professores. A escola não pode construir dois projetos, mas apenas um que dei conta de atender todos os alunos independentemente de sua condição, seja física ou social. A inclusão se efetiva a partir de um planejamento único, onde a escola tenha clareza que todos os alunos na escola são todos iguais em condições de direitos (Caixeita, 2014, p. 12).
A citação acima chama atenção que a escola deve trabalhar planejamento que esteja articulado com as condições reais de todos os educandos da escola, independentemente de sua condição física ou social, uma postura que encontramos nas falas coletadas, quando perguntamos, como os alunos sem deficiência interagem com os discentes PcDs durante as atividades lúdicas? A resposta assegura que o planejamento das atividades não faz distinção dos alunos, todos participam das atividades, uma entrevistada deu exemplo do jogo de bola, quando chega os jogos por exemplo, incentivamos participarem, independentemente de sua condição, uma forma de inserir todos num mesmo ambiente, ao mesmo tempo, demonstrando que a inclusão deve acontecer em todos os aspectos da vida da escola, seja dentro da sala de aula ou fora do ambiente escolar, em suas palavras.
Os alunos sem deficiência participam diretamente com os alunos com deficiência, uma forma de incentivar que na sala de aula não possui separação nem discriminação, todos os educandos já entenderam que na sala de aula todos são amigos, colegas de turma, que um deve ajudar o outro. As atividades lúdicas que são efetivas para em sala de aula todos participam. Agente percebem que eles gostam, sentem-se bem. Ficou evidente que a partir que iniciamos trabalhar a ludicidade na sala de aula facilitou muito a inclusão com os discentes com ou sem deficiência (Informante, 1, 05/05/2025).
A postura da professora entrevista demonstra que a inclusão se efetiva na relação com todos os alunos na sala de aula, não há separação de atividades lúdicas diferenciados. Conforme Caroline ( 2021), a inclusão não deve estar voltado somente para as pessoas com deficiência, ao contrário, é um ato político de que deve se efetivar com todos, mesmo porque para a autora a sociedade como toda deve reconhecer que as pessoas deve ser respeitada a partir de sua condição, por isso que há legislação para assegurar essa demanda.
Portanto, como ficou explicou que as professores entrevistadas utilizam estratégias pedagógicas para contribuir com a inclusão dos alunos em sala de aula, uma postura que não há separação de aluno com deficiência e sem deficiência, todos são sujeitos pertencente de um mesmo processo. A partir das falas das entrevistadas passamos compreender melhor que a inclusão é muito mais do que integração, é inserir os alunos no contexto da sociedade, fazendo com que outras pessoas compreendam que as pessoas com deficiência não sujeitos como qualquer um, a sociedade, juntamente com a escola precisa respeitar e valorizar a todos.
Considerações Finais
A Educação Especial Inclusiva fundamenta-se em diversas dimensões conceituais que orientam práticas pedagógicas e políticas educacionais voltadas à garantia do direito à educação de qualidade para todos os estudantes, especialmente aqueles com deficiências, transtornos do espectro autista (TEA) e altas habilidades/superdotação. Essas dimensões abrangem aspectos filosóficos, legais, pedagógicos, sociais e éticos, promovendo uma abordagem que valoriza a diversidade e a equidade no ambiente escolar.
Tamanha é a importância da educação na vida das pessoas, quando o ser humano é construído a partir de uma educação planejada ou estruturada pedagogicamente, é possível que esse cidadão tenha em sua vida maiores oportunidades de progressão e relação social flexível com sua convivência no dia a dia.
A educação inclusiva tem sido um dos debates políticos educacionais do nosso tempo, por viabilizar estratégias e condições para a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas escolas, revelando a importância na aquisição do aprendizado, como também na socialização dos conhecimentos articulados com as práticas sociais do cotidiano. Infelizmente alguns lugares essa educação ainda é muito vaga, uma vez que, pelo fato dos desafios parte das instituições sentem dificuldades em adequar mecanismo para inserir educação inclusiva de forma plena e atuante.
A pesquisa apontou que a educação inclusiva, principalmente no espaço infantil precisa dar conta de atender complexidade que existe no contexto da educação, possibilitando que as escolas possam dar conta de proporcionar ações efetivas para que os professores atendam com qualidade os educandos com deficiência.
A presente pesquisa analisou como os professores e as professoras da escola Complexo Infantil desenvolve práticas pedagógicas a partir da ludicidade para trabalhar com as crianças deficiente, daí as análises da categoria ludicidade na educação. Falar de ludicidade é compreender complexidade que existe nas estruturas mentais do ser humano, ao mesmo tempo, compreender essência humana em todas as dimensões, porque a ludicidade envolve o contexto socioeconômico, político e cultural de homens e mulheres.
A ludicidade é uma categoria chave porque envolve a essência da humanidade, da espiritualidade que se encontra nas relações de homens e mulheres consigo mesmo e com os outros. É nesse sentido que compreendemos a importância da categoria da ludicidade para entender como os professores da referida escola vem trabalhando no contexto da sala de aula da educação infantil para dar conta de atender os educandos com deficiência.
REFERÊNCIA
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Atividade Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo, SP: Loyola, 2003.
AGUIAR, Olivette Rufino Borges Prado. Reelaborando conceitos e ressignificando a prática na educação infantil. 2006. Tese (Doutorado em Educação).
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: edições 70, 2016
CALISSI, Luciana; O ECA nas escolas: perspectivas interdisciplinares. João Pessoa. UFPB, 2013.
CAROLINE. Thais Rodrigues Cantido. A importância de jogos e brincadeiras na educação infantil. Saber docente em ação. V.05, nº 1, novembro de 2021. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/116318109/1-a-importancia-dos-jogos-e-brincadeiras-na-educacao-infantil-1?. Acessado em: 05/08/2025.
CINTRA, Rosana Carla Gonçalves Gomes. A historidade do lúdico na abordagem histórico-cultural de Vigotski. Revista Rascunhos Culturais •Coxim/MS v.1 n.2 p. 225 - 238 jul./dez.2010.
IDE, S. M. O jogo e o fracasso escolar. In: KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2008.
MANSON, Michael. História dos Brinquedos e dos Jogos. Brincar através dos tempos. Lisboa, Portugal: Teorema, 2002.
[1] Aluna do curso de mestrado da Facultad de Ciencias Sociales interamericana/FICS, do programa de pós-graduação em ciências da educação.