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Prática esportiva: tênis de mesa em escola de tempo integral

Leandro de Oliveira dos Santos

 

DOI: 10.5281/zenodo.17114132

 

 

RESUMO

O tênis de mesa, ao ser incorporado no contexto escolar, especialmente em escolas de tempo integral, demonstra grande potencial pedagógico por sua acessibilidade, simplicidade de infraestrutura e múltiplos benefícios. A modalidade contribui para o desenvolvimento motor, cognitivo, socioemocional e cultural dos estudantes, além de promover inclusão, cooperação e respeito às regras. Estudos de caso apontam para impactos positivos no clima escolar, na autoestima e na participação dos alunos, reforçando seu papel como ferramenta de transformação social. Apesar dos desafios relacionados à infraestrutura, formação docente e políticas públicas, o tênis de mesa se apresenta como prática promissora para enriquecer o currículo e consolidar uma cultura esportiva escolar.

 

Palavras-chave: Tênis de Mesa. Educação Física. Escola de Tempo Integral. Inclusão. Desenvolvimento Integral. Cultura Esportiva.

 

 

Introdução

 

A Educação Física escolar no Brasil tem passado, nas últimas décadas, por um processo de ressignificação. Se antes era vista apenas como espaço de movimento e recreação, hoje assume papel pedagógico, social e cultural. O esporte escolar deve ser compreendido como um direito do estudante, um meio de promover inclusão, saúde e cidadania. Nesse cenário, a modalidade tênis de mesa apresenta grande potencial, pois alia simplicidade de infraestrutura a benefícios que dialogam diretamente com as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ao ser implementado em escolas de tempo integral, o tênis de mesa transcende a ideia de atividade complementar e se torna um recurso pedagógico capaz de mobilizar diferentes dimensões da aprendizagem.

 

 

Revisão de Literatura

 

A literatura científica aponta para o esporte escolar como ferramenta fundamental no desenvolvimento integral do estudante. Segundo Paes e Balbino (2020), o esporte educacional deve privilegiar inclusão, respeito e participação. Souza (2021) ressalta que a prática esportiva, quando tratada como instrumento pedagógico, amplia não apenas as habilidades motoras, mas também aspectos cognitivos e sociais. A BNCC (Brasil, 2018) reforça a necessidade de diversidade de práticas corporais, permitindo que modalidades como o tênis de mesa encontrem espaço no cotidiano escolar. Essa diversidade garante que estudantes com diferentes perfis e interesses sejam contemplados.

 

 

História e Cultura do Tênis de Mesa

 

O tênis de mesa surgiu no século XIX, na Inglaterra, como adaptação de jogos de salão. Com rápida difusão, tornou-se esporte oficial em 1926, com a criação da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF). No Brasil, ganhou notoriedade nas décadas de 1950 e 1960 e se consolidou a partir do sucesso de atletas como Cláudio Kano e Hugo Hoyama. Entretanto, mais do que resultados esportivos, o tênis de mesa também se destaca como prática cultural, presente em clubes comunitários, centros educacionais e programas sociais. Essa inserção em diferentes contextos o torna acessível e promissor como atividade escolar.

 

 

Benefícios do Tênis de Mesa para os Estudantes

 

A prática do tênis de mesa proporciona benefícios que se estendem além do físico, alcançando aspectos cognitivos, socioemocionais e culturais. Do ponto de vista motor, desenvolve a coordenação óculo-manual, reflexo e agilidade. No campo cognitivo, exige tomada de decisão rápida, raciocínio lógico e concentração. Já nos aspectos socioemocionais, favorece a convivência, o respeito às regras e a resiliência diante de vitórias e derrotas. Por fim, no âmbito cultural, possibilita discutir sua trajetória histórica e compreender como práticas corporais se transformam no tempo. Metodologias Inovadoras para o Ensino do Tênis de Mesa.

Para além da prática tradicional, o ensino do tênis de mesa pode ser enriquecido com metodologias ativas. A gamificação, por exemplo, cria desafios progressivos que mantêm os estudantes engajados. O uso de tecnologias digitais, como aplicativos de análise de movimento ou placares eletrônicos, aproxima o esporte da realidade tecnológica dos jovens. Projetos interdisciplinares também podem integrar o tênis de mesa a disciplinas como Matemática e História, promovendo uma abordagem mais ampla.

 

 

Experiências e Estudos de Caso

 

Relatos de escolas brasileiras mostram que o tênis de mesa tem potencial de atrair alunos que antes se mostravam desmotivados nas aulas de Educação Física. Um estudo em São Paulo (2022) revelou que a prática regular da modalidade contribuiu para a melhoria do clima escolar, aumento da autoestima dos estudantes e maior participação em atividades coletivas. Esses resultados indicam que, quando inserido em contextos educacionais, o esporte pode atuar como ferramenta de transformação social.

 

 

Desafios e Perspectivas Futuras

 

Apesar de sua acessibilidade, a implementação do tênis de mesa enfrenta desafios como a falta de recursos financeiros, escassez de professores capacitados e ausência de políticas públicas específicas. Ainda assim, observa-se avanço em programas de incentivo promovidos por federações e secretarias de educação. As perspectivas futuras indicam que, com investimentos contínuos, o tênis de mesa poderá se consolidar como modalidade de destaque nas escolas de tempo integral.

 

 

Discussão Crítica

 

Ao analisar o papel do tênis de mesa no contexto escolar, é preciso refletir sobre desigualdades estruturais. Escolas localizadas em áreas de vulnerabilidade social muitas vezes carecem de infraestrutura mínima, o que pode limitar a implementação de projetos esportivos. Além disso, a formação docente precisa incluir conteúdos específicos de modalidades alternativas, permitindo que professores se sintam preparados para conduzir práticas inovadoras.

 

 

Considerações Finais

 

O tênis de mesa, por seu caráter inclusivo e pedagógico, apresenta-se como excelente alternativa para enriquecer o currículo escolar. Ao ser trabalhado de maneira planejada, favorece o desenvolvimento integral dos alunos e fortalece a construção de uma cultura esportiva na escola. Sugere-se que gestores e professores ampliem iniciativas nesse sentido, consolidando a modalidade como parte integrante das políticas educacionais.

 

 

Referências Bibliográficas

 

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

 

FARIA JÚNIOR, Alfredo Gomes de. Educação Física Escolar: fundamentos de uma prática pedagógica. São Paulo: Cortez, 2019.

 

PAES, Roberto Rodrigues; BALBINO, Hermes Ferreira. Pedagogia do Esporte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.

 

SOUZA, João Carlos de. O esporte como ferramenta pedagógica. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

 

SILVA, Mariana de Oliveira. Esporte educacional e inclusão social. Campinas: Papirus, 2022.

 

RODRIGUES, Carlos Alberto. Educação integral e práticas corporais. Porto Alegre: Penso, 2023.

 

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