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Impactos do uso excessivo de telas no desenvolvimento de crianças e adolescentes

Liliana Martins Marinho

 

DOI: 10.5281/zenodo.16949169

 

 

RESUMO

O artigo está estruturado em três capítulos, cada um abordando aspectos distintos do tema de forma aprofundada. O primeiro capítulo discute os principais pontos relacionados ao uso de telas na infância, com ênfase nos efeitos da exposição precoce e prolongada às tecnologias digitais, além de apresentar recomendações para o uso equilibrado e saudável desses recursos. O segundo capítulo explora os impactos das telas no desenvolvimento humano, considerando tanto os efeitos cognitivos quanto os emocionais, sociais e físicos. Por fim, o terceiro capítulo analisa como o uso excessivo de tecnologias influencia a aprendizagem, destacando que tais efeitos não se restringem ao contexto brasileiro, mas também são observados em diferentes países, evidenciando a dimensão global desse fenômeno. A conclusão do artigo revelou que o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento e aprendizagem das crianças e adolescentes, exigindo equilíbrio, orientação e conscientização familiar.

 

PALAVRAS-CHAVE: Tempo de tela. Aprendizagem. Impactos cognitivos.

 

 

ABSTRACT

The article is structured in three chapters, each addressing different aspects of the topic in depth. The first chapter discusses the main points related to screen time in childhood, with an emphasis on the effects of early and prolonged exposure to digital technologies, as well as presenting recommendations for the balanced and healthy use of these resources. The second chapter explores the impacts of screen time on human development, considering both cognitive and emotional, social, and physical effects. Finally, the third chapter analyzes how excessive technology use influences learning, highlighting that these effects are not limited to the Brazilian context but are also observed in different countries, highlighting the global dimension of this phenomenon. The article's conclusion revealed that excessive screen time harms the development and learning of children and adolescents, requiring balance, guidance, and family awareness.

 

KEYWORDS: Screen time. Learning. Cognitive impacts

 

 

Introdução

 

Nos últimos anos, o uso de tecnologias digitais tornou-se cada vez mais presente na vida de crianças e adolescentes, ocupando um espaço central em suas rotinas diárias e influenciando significativamente suas formas de interação social, aprendizagem, entretenimento e lazer. Dispositivos como smartphones, tablets, computadores e televisores passaram a integrar o cotidiano infantil desde os primeiros anos de vida, sendo utilizados tanto para fins educativos quanto recreativos. A ampla disponibilidade desses recursos digitais proporciona diversas oportunidades de aprendizado interativo, acesso à informação, estímulo à criatividade e socialização virtual. Entretanto, a utilização precoce, frequente e prolongada dessas tecnologias suscita importantes questionamentos acerca de seus impactos no desenvolvimento integral das crianças, abrangendo aspectos físicos, cognitivos, emocionais e sociais, demandando atenção de pais, educadores e profissionais da área de saúde.

No primeiro capítulo deste artigo, são apresentadas informações sobre o uso de tecnologias digitais na infância, destacando tanto suas oportunidades quanto os riscos potenciais para o desenvolvimento infantil. Discutem-se os efeitos da exposição precoce e prolongada a dispositivos como televisores, tablets e smartphones, considerando dimensões cognitivas, emocionais e sociais. O capítulo também aborda a intensificação do uso de telas durante a pandemia de Covid-19, período em que muitas crianças passaram a utilizar essas tecnologias como ferramenta de aprendizagem remota. Adicionalmente, são destacadas as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital para um uso equilibrado das tecnologias, incluindo limites de tempo de exposição e mediação ativa por parte dos responsáveis, com o objetivo de promover um desenvolvimento infantil saudável e seguro. Para a elaboração deste capítulo, foram utilizadas citações e fundamentações teóricas provenientes principalmente de Puccinelli et al. (2023) e do Manual do Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021).

O segundo capítulo concentra-se na análise dos impactos do uso de tecnologias digitais na infância, contemplando tanto os benefícios potenciais quanto os riscos associados, visando oferecer uma compreensão equilibrada e fundamentada do tema. A crescente inserção de crianças e adolescentes no ambiente digital tem atraído a atenção de pesquisadores, educadores e profissionais da saúde, dada a influência da tecnologia sobre o desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional nessa faixa etária. Estudos recentes evidenciam não apenas a ampla conectividade entre os jovens brasileiros, mas também os desafios e riscos decorrentes do uso intenso de dispositivos digitais. Para a elaboração deste capítulo, foram utilizados principalmente fundamentos teóricos e citações de referência, incluindo o Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021), Crispim et al. (2021) e Carneiro, Figueiredo e Ladeira (2020).

No terceiro e último capítulo, é abordada a perspectiva sociocultural de Lev Vygotsky, destacando que a aprendizagem constitui um elemento central para o desenvolvimento humano, mediado por interações sociais e culturais (Silva e Bezerra, 2024). A infância é reconhecida como período crucial para a apropriação do ambiente, a formação do raciocínio lógico, da consciência crítica e das funções cognitivas superiores, processos que são ampliados pela educação escolar. O ambiente familiar exerce papel fundamental nesse contexto, proporcionando vínculos afetivos, estímulos e experiências que a criança transporta para a escola, incluindo a interação precoce com tecnologias digitais, que moldam suas experiências culturais e de aprendizado desde os primeiros anos de vida.

As mudanças nas dinâmicas familiares, especialmente em decorrência do aumento do uso de dispositivos eletrônicos, têm impactado o tempo destinado a atividades ao ar livre, as preferências recreativas e a diversidade de estímulos, podendo influenciar negativamente o desenvolvimento infantil (Silva e Bezerra, 2024). Pesquisas recentes indicam que o uso excessivo de tecnologias digitais está associado a impactos negativos no desempenho escolar, na saúde mental, na qualidade do sono e nos hábitos alimentares de crianças e adolescentes, sendo mais pronunciados em casos de uso frequente e recreativo (Silva e Rocha, 2025). Para a elaboração deste capítulo, foram utilizadas as ideias de Anjos et al. (2018), Silva e Bezerra (2024) e Silva e Rocha (2025).

Diante desse cenário, o presente artigo tem como objetivo analisar de maneira aprofundada os efeitos do uso de tecnologias digitais no desenvolvimento infantil e adolescente, bem como suas implicações na aprendizagem. Estruturado em três capítulos, o estudo aborda inicialmente o contexto familiar e escolar, em seguida detalha os impactos do tempo de tela no desenvolvimento humano e, por fim, explora como essas práticas influenciam o desempenho acadêmico e a aquisição de competências cognitivas e socioemocionais. Espera-se, assim, fornecer informações relevantes e orientações para pais, educadores e profissionais da educação, incentivando práticas equilibradas e conscientes no uso de tecnologias digitais, de modo a promover um desenvolvimento saudável, seguro e integral das crianças desde os primeiros anos de vida.

 

 

O Uso das Telas na Infância: Desafios e Recomendações

 

Neste capítulo, serão abordados os principais aspectos relacionados ao uso das telas na infância, incluindo sucintamente, os efeitos da exposição precoce e prolongada às tecnologias digitais no desenvolvimento das crianças, bem como as recomendações para um uso equilibrado e saudável desses recursos.

Atualmente, as famílias enfrentam um desafio crescente relacionado à presença constante das telas no ambiente doméstico. Dispositivos tecnológicos como televisores, celulares e tablets estão cada vez mais integrados à rotina diária de adultos e crianças, o que contribui para que os pequenos tenham contato com essas tecnologias desde os primeiros anos de vida. Com o avanço acelerado da tecnologia e a facilidade de acesso a conteúdos digitais, é comum que pais e responsáveis recorram ao uso desses recursos em diversas situações cotidianas. Frequentemente, as telas são utilizadas como uma forma de acalmar ou distrair as crianças em momentos de estresse, inquietação ou tédio (Puccinelli et al. 2023). Além disso, elas são percebidas por muitos cuidadores como aliadas no processo educativo, por meio de jogos, vídeos e aplicativos voltados ao desenvolvimento infantil (Guedes et al., 2020; Zimmermann, Christakis & Meltzoff, 2007 apud Puccinelli et al. (2023). Também é comum seu uso como alternativa prática para manter os filhos ocupados enquanto os adultos realizam outras atividades, como tarefas profissionais ou domésticas (Zimmermann et al., 2007 apud Puccinelli et al. 2023),

De acordo com Nobre et al. (2021) apud Puccinelli et al. (2023), a exposição das crianças às telas tem ocorrido desde fases muito precoces da infância, evidenciando uma intensificação na presença de dispositivos eletrônicos em seu cotidiano. Apesar de a televisão ainda ser o meio de comunicação mais utilizado nesse período inicial da vida, observa-se uma crescente utilização de aparelhos móveis interativos, como tablets e smartphones, que vêm modificando significativamente esse panorama. Esses dispositivos, que oferecem experiências interativas e personalizadas, tornaram-se parte habitual da rotina de bebês e crianças pequenas, sendo empregados não apenas para fins recreativos, mas também com objetivos educativos e como estratégia de apoio à organização do tempo dos cuidadores (Hiniker et al., 2019; Radesky & Christakis, 2016 apud Puccinelli et al., 2023). Esse contato precoce com a tecnologia digital tem gerado amplas discussões a respeito de seus impactos no desenvolvimento infantil, especialmente no que diz respeito ao tempo de exposição e à natureza do conteúdo consumido pelas crianças.

Puccinelli (2023) cintando outros autores ainda destacou que o uso de telas durante a infância foi significativamente intensificado no contexto da pandemia de Covid-19 (Aguilar-Farias et al., 2021; Pedrotti et al., 2021; Riter, 2021). Esse aumento ocorreu, inclusive, entre crianças pequenas, muito das quais passaram a utilizar dispositivos digitais como meio de participação em atividades escolares remotas. Tal realidade, embora compreensível diante das circunstâncias emergenciais, tem sido associada a potenciais impactos negativos, conforme apontam os achados de algumas pesquisas recentes.

Essa intensificação no uso de dispositivos digitais durante a pandemia reflete um fenômeno mais amplo que tem se acelerado nos últimos anos: a crescente presença de tecnologias no cotidiano das crianças, especialmente nas primeiras fases da vida. Tais tecnologias, muitas vezes incorporadas em produtos voltados à infância, trazem consigo questões que precisam ser cuidadosamente consideradas, uma vez que o impacto dessas ferramentas no desenvolvimento infantil ainda está em debate. A regulamentação desses recursos se torna, portanto, um passo essencial para garantir que seu uso seja alinhado com as necessidades cognitivas e emocionais das crianças. Levando isso em consideração, podemos observar que a tecnologia não está presente apenas em celulares, televisão, tablets e computadores, mas também em dispositivos cada vez mais comuns no ambiente doméstico, como babás eletrônicas e produtos de puericultura. Essa expansão da tecnologia no universo infantil exige um olhar atento sobre suas implicações, não apenas no contexto escolar, mas também na vida cotidiana das crianças, desde os primeiros momentos de sua existência, como podemos ver nesse trecho do Manual de Orientação desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021)- Sociedade Brasileira de Pediatria:

 

“Cada vez mais frequente, não só o uso de tecnologias, como babá eletrônica e outros tipos de equipamentos de monitorização nos quartos de bebês e crianças. Mas também, o uso de smartphones e celulares que a mãe usa e que é repassado para o bebê manusear, como se fosse algum brinquedo, para distrair a atenção. Ou mesmo produtos que são comercializados como artigos de puericultura ou do mobiliário infantil, com telas e outras tecnologias de visualização e sons ou jogos e vídeos com desenhos animados e coloridos bastante atrativos. Estes produtos precisam, ainda, ser regulamentados no Brasil, de acordo com padrões e critérios para o desenvolvimento cognitivo e emocional saudável. Mas, nada substitui o contato, o apego e o afeto humano, o olhar, o sorriso, a expressão facial e a voz da mãe/pai/família/cuidadores com a supervisão constante para segurança e limites, nos cuidados imediatos durante a primeira infância, de 0 até os 6 anos de idade.” (GRUPO DE TRABALHO SAÚDE NA ERA DIGITAL, 2019-2021, p.4).

 

Apesar dessa familiaridade crescente com as telas ser reflexo do mundo contemporâneo, o site do Colégio Rio Branco aborda o assunto dizendo o quanto é necessário que os adultos responsáveis pela educação das crianças adotem uma postura atenta e crítica em relação ao tempo dedicado a esses dispositivos. Estabelecer limites claros e adequados à idade é essencial para garantir um uso equilibrado, prevenindo possíveis impactos negativos no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo.

O site ainda aborda informações importantíssimas retiradas do Manual de Orientação sobre Saúde na Era Digital, crido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Nesse material, especialistas na área da saúde e do desenvolvimento infantil recomendam limites específicos para o tempo de exposição às telas, conforme a faixa etária da criança. Essas orientações visam promover um uso mais equilibrado da tecnologia, preservando o bem-estar físico, emocional e social dos pequenos. De acordo com os profissionais, os seguintes limites são considerados adequados:

Além da limitação do tempo de exposição às telas, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também propõe orientações qualitativas quanto ao uso responsável da tecnologia por crianças e adolescentes. Essas recomendações visam não apenas reduzir os riscos associados ao uso excessivo, mas também promover hábitos mais saudáveis de convivência familiar e bem-estar:

Diante do que foi apresentado, fica evidente que o contato precoce e constante das crianças com dispositivos eletrônicos é uma realidade inevitável no contexto atual, ainda mais intensificada pela pandemia de Covid-19. Embora as telas ofereçam diversas oportunidades de aprendizagem e entretenimento, o uso excessivo e descontrolado pode gerar impactos negativos no desenvolvimento infantil e adolescente. Esses efeitos serão detalhadamente abordados no próximo capítulo, que investigará os desdobramentos da exposição às telas nas dimensões cognitiva, emocional e social, além de discutir as práticas recomendadas para um uso saudável e equilibrado da tecnologia na infância.

Nesse sentido, é fundamental que os responsáveis adotem uma postura consciente, orientada por evidências científicas, como as propostas pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Estabelecer limites claros para o tempo e as condições de uso dos dispositivos, juntamente com a mediação ativa do conteúdo consumido, é essencial para garantir que a interação das crianças com as telas seja benéfica e segura. Portanto, o desafio que se impõe às famílias e à sociedade consiste em promover um ambiente em que a tecnologia seja uma aliada no desenvolvimento infantil, e não um fator de risco, assegurando às crianças o direito a uma infância saudável, equilibrada e protegida.

 

 

Impactos do uso de telas na infância

 

Nos últimos anos a presença das tecnologias digitais tornou-se cada vez mais evidente no cotidiano das crianças. O uso de dispositivos como smartphones, tablets, computadores e televisores tem se intensificado de forma significativa, especialmente após os recentes períodos de isolamento social impostos pela pandemia de Covid-19, como vimos no capitulo anterior. Embora essas ferramentas ofereçam inúmeras possibilidades educativas e de entretenimento, o contato precoce e prolongado com telas levanta importantes questionamentos sobre seus efeitos no desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças. Este capítulo se propõe a analisar os impactos do uso de telas na infância, discutindo tanto os potenciais benefícios quanto os riscos associados a essa prática, a fim de contribuir para uma compreensão mais equilibrada e fundamentada sobre o tema.

A crescente presença de crianças e adolescentes no ambiente digital tem despertado atenção de pesquisadores, educadores e profissionais da saúde, especialmente diante dos impactos positivos e negativos que o uso da internet pode gerar nessa faixa etária. Nesse contexto, dados recentes evidenciam não apenas a ampla conectividade entre os jovens brasileiros, mas também os riscos e desafios associados ao uso intenso da tecnologia. Um levantamento nacional oferece um panorama detalhado sobre esse cenário:

 

A pesquisa TIC KIDS ONLINE – Brasil (2018), realizada pelo Cetic.br/NIC.br5 em amostra representativa de 2964 famílias com entrevistas de crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos, demonstrou que 86% estão conectados o que corresponde a 24,3 milhões de usuários da Internet, com a variação entre 94% e 95% nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e 75% nas regiões Norte e Nordeste. Este uso ocorre pelo telefone celular em 93%, com compartilhamento de mensagens instantâneas 80% (Sexo Feminino; SF) e 75% (Sexo Masculino; SM), uso de redes sociais 70% (SF) e 64% (SM), fotos e vídeos 53% (SF) e 44% (SM), jogos online 39% (SF) e 71% (SM) e off-line 56% (SF) e 65% (SM), além de assistir vídeos, filmes e programas ou séries na Internet 83%, tanto no SF como no SM. Posse de perfil em redes sociais é referida por 82% do total da amostra. Relataram riscos de conteúdos sensíveis sobre alimentação ou sono em 20%, formas de machucar a si mesmo em 16%, formas de cometer suicídio em 14% e experiências com o uso de drogas em 11%. Ao redor de 26% foram tratados de forma ofensiva (discriminação ou cyberbullying) e 16% relataram acesso às imagens ou vídeos de conteúdo sexual. No total da amostra, 24% ficaram muito tempo na Internet e 25% não conseguiram controlar o tempo de uso, mesmo tentando passar menos tempo na Internet.”[...] (GRUPO DE TRABALHO SAÚDE NA ERA DIGITAL, 2019-2021, p. 2).

 

Segundo o GRUPO DE TRABALHO SAÚDE NA ERA DIGITAL (2019-2021), essas informações evidenciam não apenas a importância dos perigos que afetam a saúde em geral, como também destacam os riscos relacionados a distúrbios de saúde mental e alterações no comportamento, conforme os critérios atualizados da CID-11 [1]sobre a dependência digital.

 

“O Núcleo Accumbens Humano é a principal estrutura do Corpo Estriado Ventral, tem um papel central nos circuitos de recompensa cerebral. Cumpre funções emocionais, motivacionais e psicomotoras (Neto, 2014). O uso crescente de mídia social foi relacionado volumes diminuídos do Núcleo Accumbens. Volumes menores dessas regiões foram previamente associados ao desenvolvi-mento e manutenção da dependência de substâncias. Há uma importante contribuição das mudanças neuroplásticas nessa região para patologias em comportamentos motivacionais, impulsivos e habi-tuais que levam à dependência. O que é preocupante, devido ao crescimento do uso de tecnologias digitais em crianças. Alterações na morfologia Estriatal Ventral têm sido repetidamente observadas em transtornos relacionados, como o Transtorno de Jogos na Internet, possivelmente refl etindo adap-tações no sistema de recompensa estriatal (Montag et al., 2018).”( CRISPIM et al., 2021,p.91).

 

À luz dessas considerações, os dados apresentados por Crispim et al. (2021, p. 91) corroboram as evidências destacadas pelo Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019–2021), ao apontarem que alterações estruturais em regiões cerebrais como o Núcleo Accumbens — envolvidas nos circuitos de recompensa, motivação e comportamento impulsivo — estão diretamente relacionadas ao uso excessivo de tecnologias digitais, especialmente em crianças. Tais alterações reforçam os riscos neuropsicológicos associados à dependência digital, conforme reconhecido nos critérios atualizados da CID-11.

O desenvolvimento inicial da linguagem e das capacidades comunicativas, segundo o GRUPO DE TRABALHO SAÚDE NA ERA DIGITAL (2019-2021),  exerce papel essencial na formação das competências cognitivas e sociais das crianças. No entanto, a exposição prolongada e passiva às telas tem sido apontada como um fator recorrente nos atrasos da aquisição da fala e da linguagem durante os primeiros anos de vida. Além disso, a consolidação de rotinas regulares — como os ciclos de vigília e sono — é indispensável para a adequada produção hormonal, promovendo um crescimento físico e mental equilibrado.

Segue dizendo que, alterações no sono têm se tornado cada vez mais prevalentes entre crianças e adolescentes, sendo frequentemente associadas a transtornos mentais precoces, experiências traumáticas e outras condições clínicas. Outro aspecto relevante diz respeito ao processo de maturação neurológica: o córtex pré-frontal, área cerebral relacionada ao controle inibitório, à atenção, ao julgamento e à tomada de decisões, amadurece de forma mais lenta quando comparado ao sistema límbico, que rege as emoções.

Esse descompasso entre razão e emoção se acentua no início da puberdade — entre os 10 e 12 anos — e se estende até a fase adulta, por volta dos 25 a 30 anos. Tal diferença no ritmo de desenvolvimento contribui para os comportamentos característicos da adolescência, marcados por impulsividade, busca por novidades e exposição a riscos, os quais se manifestam com frequência na participação em jogos eletrônicos, desafios virtuais, produção de selfies em locais perigosos e intensa atividade nas redes sociais, GRUPO DE TRABALHO SAÚDE NA ERA DIGITAL (2019-2021),.

Contudo, o uso de telas é indispensável no cenário atual em que vivemos, uma vez que estamos inseridos em uma era digital, na qual as escolas buscam constantemente se atualizar para oferecer uma aprendizagem mediada pelas tecnologias. Nesse contexto, “[...] consideramos ainda que a familiaridade com o uso de programas de computador e com a navegação na web são fundamentais para o exercício da cidadania; portanto, devem ser estimuladas pelos professores aos seus alunos” (CARNEIRO; FIGUEIREDO; LADEIRA, 2020, p. 1).

Diante das informações apresentadas, constata-se que a intensificação do uso de tecnologias digitais por crianças e adolescentes suscita preocupações relevantes quanto aos impactos em diversas dimensões do desenvolvimento humano. Os dados demonstram que, embora tais recursos possam favorecer interações sociais e oferecer possibilidades educativas, seu uso precoce, prolongado e muitas vezes não mediado está associado a uma série de efeitos adversos, como atrasos na linguagem, alterações nos ciclos de sono, comprometimento da saúde mental e mudanças estruturais em áreas cerebrais sensíveis aos mecanismos de recompensa e controle inibitório. Esses achados ganham relevância no atual contexto de hiperconectividade e expõem a urgência de políticas públicas e estratégias familiares e escolares que promovam o uso consciente e equilibrado das tecnologias desde os primeiros anos de vida.

Nesse sentido, é imprescindível considerar que os impactos do uso excessivo de telas não se limitam às esferas comportamentais e emocionais, estendendo-se também ao campo da aprendizagem. Processos cognitivos fundamentais — como atenção, memória de trabalho, linguagem e autorregulação — podem ser significativamente afetados por práticas digitais inadequadas, comprometendo, assim, o desempenho acadêmico e a construção do conhecimento em contextos formais de ensino. Diante disso, o próximo capítulo se dedicará a analisar com maior profundidade os efeitos do uso de dispositivos digitais no processo de aprendizagem, considerando tanto as possibilidades pedagógicas quanto os desafios impostos por um ambiente educacional cada vez mais permeado pelas tecnologias.

 

 

As telas e a aprendizagem

 

A perspectiva sociocultural de Lev Vygotsky, segundo Silva e Bezerra (2024), considera a aprendizagem como um componente fundamental para o desenvolvimento humano, argumentando que o desenvolvimento é construído e impulsionado por meio dela. Nesse sentido, a criança adquire e imita comportamentos antes de entendê-los completamente, com as interações sociais e culturais sendo essenciais para o desenvolvimento de suas habilidades. O processo de aprendizagem permite que a pessoa se integre e absorva a cultura à qual pertence, gerando oportunidades para seu crescimento. Assim, o processo de formação não é algo inato, mas sim o resultado das experiências e práticas que atribuem ao indivíduo sua condição humana (Silva e Bezerra, 2024).

Nesse sentido, Silva e Bezerra (2024) destacam que a infância é uma fase crucial para a apropriação do ambiente e dos objetos relacionados à interação social, sendo a educação, mediada pelo docente, essencial para o desenvolvimento do raciocínio lógico, que organiza experiências e possibilita a compreensão de situações mais complexas. Complementando essa perspectiva, a educação escolar assume um papel fundamental ao promover o surgimento de novas funções cognitivas, como a consciência crítica e a capacidade de compreensão, ampliando as oportunidades de interação da criança tanto com o meio quanto com seu próprio interior. Além disso, o ambiente social e cultural em que o indivíduo está inserido exerce influência direta sobre esse processo, e o planejamento pedagógico, dentro do contexto escolar, é estruturado de forma a garantir o desenvolvimento contínuo das funções psicológicas superiores (Silva e Bezerra, 2024).

A educação Infantil, por sua vez, é uma etapa que se nota a expansão do círculo social da criança, que antes se limitava ao núcleo familiar, e agora inclui interações com colegas e professores no contexto escolar. No ambiente familiar, o estudante absorve e incorpora conhecimentos, costumes e práticas que mais tarde são levados para a escola. Isso demonstra que a criança da educação infantil não é um sujeito neutro; ela ingressa no espaço escolar com um repertório prévio de vivências, informações e rotinas adquiridas em casa. O contato com tecnologias digitais é um dos conhecimentos prévios mais relevantes. Em casa, as crianças não só veem os pais ou responsáveis usando esses aparelhos, como também interagem com eles, explorando telas, aplicativos e jogos digitais de forma imersiva o que afeta suas experiências culturais e de aprendizado desde os primeiros anos (Anjos et.al 2018).

Simultaneamente, o núcleo familiar tem um papel fundamental, já que é nesse ambiente que a criança passa a maior parte do tempo, desenvolve vínculos afetivos e recebe os principais estímulos para seu crescimento e desenvolvimento intelectual. Embora possa prejudicar seu desenvolvimento em situações adversas, o contato com pessoas, objetos e símbolos, mediado pela família, ajuda a integrar a criança na sociedade (Silva e Bezerra, 2024).

No entanto, as autoras escrevem que as dinâmicas familiares vêm passando por mudanças significativas, afetadas, entre outras coisas, pelo aumento do uso de tecnologias digitais. A presença contínua de aparelhos eletrônicos no dia a dia doméstico tem diminuído o tempo dedicado a atividades ao ar livre, mudado as preferências recreativas e restringido a variedade de estímulos diários. Essas alterações influenciam a formação do indivíduo e podem ter efeitos prejudiciais no desenvolvimento infantil, destacando a necessidade de equilibrar o uso da tecnologia com interações face a face e experiências diversificadas.

Segundo Silva e Rocha (2025), há pesquisas recentes que mostram de maneira consistente que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos está ligado a impactos negativos no rendimento escolar em diversos países e contextos culturais. Estudos conduzidos com crianças e adolescentes na China, Austrália, Estados Unidos, Índia, Alemanha e Japão mostram que longas horas em frente à televisão, computadores, redes sociais e vídeos curtos afetam o desempenho escolar, além de impactar a saúde mental, o sono e os hábitos alimentares. Evidências de estudos longitudinais indicam que o uso frequente e recreativo dessas mídias causa um impacto maior do que o uso ocasional, destacando a necessidade de monitorar e regular o tempo de tela. Em geral, quanto mais tempo se passa em atividades digitais, menores são as chances de ter um bom desempenho escolar.

 

[...]”Um estudo transversal com adolescentes chineses revelou que assistir à televisão em dias letivos estava negativamente associado ao desempenho escolar. Além disso, o uso de redes sociais também mostrou uma associação negativa com o rendimento acadêmico desses adolescentes (Yan et al., 2017). Esses achados estão em consonância com pesquisas realizadas na Austrália, onde uma hora extra de tempo de tela (particularmente voltada ao entretenimento) foi associada a um pior desempenho acadêmico. Os pesquisadores concluíram que uma hora a mais por dia de uso de tela aos 14,5 anos corresponde, aproximadamente, à perda de dois níveis nas notas do exame GCSE aos 16 anos (por exemplo, de um B para um D) (Corder et al., 2015).” (Silva e Rocha, 2025, p.3)

 

Os estudos sobre o assunto nos Estados Unidos e na Índia apresentaram os seguintes resultados:

 

[...]”Um estudo nacional com 11.875 participantes entre 9 e 10 anos nos Estados Unidos identificou que um maior tempo de tela estava moderadamente associado à diminuição do desempenho escolar, bem como a piora da saúde mental, aumento de problemas comportamentais e pior qualidade do sono (Paulich et al., 2021). Da mesma forma, uma pesquisa realizada na Índia relatou que estudantes do ensino fundamental que excediam o tempo de tela recomendado apresentavam perda no rendimento escolar (55,61%), além de outros efeitos adversos como consumo excessivo de lanches durante o uso de mídias (82,44%), perda de sono (71,22%) e redução do apetite (65,85%) (Murugan, 2019).” (Silva e Rocha, 2025, p.4)

 

Já na Alemanha e no Japão foram esses os resultados:

 

[...]”Um estudo conduzido na Alemanha com adolescentes entre 10 e 17 anos apontou que um melhor desempenho escolar em Matemática estava associado a um menor consumo de computador/internet (Poulain et al., 2018). Outro estudo longitudinal, realizado no Japão, revelou que entre crianças de 7 a 10 anos, aquelas com menor tempo de tela tinham maiores chances de apresentar desempenho acadêmico elevado, independentemente do nível de atividade física (Ishii et al., 2020).” (Silva e Rocha, 2025, p.4)

 

Na China, uma investigação mais recente com 1.052 estudantes do ensino fundamental, constatou que:

 

[...]”quanto mais os alunos utilizavam vídeos curtos, menor era seu desempenho escolar (Gong & Tao, 2024). Essa relação parece ser observável em diferentes sistemas educacionais e contextos culturais, o que sugere um padrão consistente e robusto.” (Silva e Rocha, 2025, p.4)

 

Estudos sugerem que o uso excessivo de telas pode afetar o desempenho escolar ao interferir em funções cognitivas fundamentais para o aprendizado. Apesar de as mídias digitais poderem, em algumas situações, favorecer a educação, o uso prolongado desses dispositivos, especialmente quando combinado com multitarefas, está associado a uma redução da eficiência cognitiva e a um desempenho acadêmico inferior (Muppalla et al., 2023 apud Silva e Rocha, 2025). Os efeitos são ainda mais alarmantes em crianças pequenas: estudos de coorte indicam que uma maior exposição a telas entre 1 e 2 anos está ligada a escores de desenvolvimento mais baixos nos anos subsequentes, particularmente em crianças cujas mães sofrem de problemas psicológicos (Yamamoto et al., 2023 apud Silva e Rocha, 2025).

O desenvolvimento da linguagem também pode ser impactado pelo tempo de tela, especialmente quando reduz a quantidade e a qualidade das interações entre a criança e seus cuidadores. No entanto, a presença de adultos e a adequação do conteúdo podem minimizar esses efeitos (Muppalla et al., 2023 apud Silva e Rocha, 2025). Ademais, estudos apontam relações bidirecionais entre o uso de telas e habilidades de leitura: maior exposição precoce está relacionada a um desempenho inferior em leitura em idades posteriores, e um desempenho inferior em leitura, por sua vez, está vinculado a um maior uso de telas (McArthur et al., 2021 apud Silva e Rocha, 2025). Conteúdos digitais rápidos e envolventes ainda podem diminuir a atenção e a concentração, restringindo a absorção de informações e reduzindo a efetividade do ensino digital em relação aos métodos tradicionais (Christakis, 2016 apud Silva e Rocha, 2025).

 

 

Conclusão

 

Em resumo, o tempo de tela é um fator significativo no desenvolvimento infantil e no desempenho escolar, apresentando tanto benefícios quanto perigos. Apesar de a tecnologia poder ser empregada de maneira educativa, fornecendo ferramentas que incentivam o aprendizado e o acesso à informação, o uso excessivo de dispositivos digitais tem se mostrado prejudicial a várias funções cognitivas fundamentais, como atenção, memória, raciocínio lógico, linguagem e habilidades de leitura. Pesquisas recentes sugerem que o uso prolongado de telas, particularmente em crianças pequenas, pode afetar o desenvolvimento global da criança, diminuir a capacidade de concentração e impactar a aquisição de habilidades essenciais para o sucesso acadêmico e social.
Ademais, o efeito do tempo de tela não se limita somente ao ambiente escolar, mas abrange também o contexto familiar, pois a criança traz para a escola os costumes, atividades e experiências vividas em casa. Quando não é devidamente mediada, a interação com tecnologias digitais em casa pode restringir a variedade de estímulos, diminuir o tempo de brincadeiras ao ar livre e comprometer a qualidade das interações com os cuidadores. Esses elementos são essenciais para o desenvolvimento da linguagem, cognição e habilidades socioemocionais.

Nesse contexto, fica claro que precisamos de estratégias equilibradas que integrem o uso de tecnologias com atividades presenciais, recreativas e educativas, além de assegurar a supervisão contínua de adultos, tanto na escola quanto em casa. Para que as crianças possam aproveitar as vantagens da tecnologia sem prejudicar seu desenvolvimento integral, é essencial monitorar de forma responsável o tempo de tela e promover experiências variadas. Assim, as políticas educacionais, as orientações familiares e as práticas pedagógicas devem estar em sintonia para maximizar os efeitos positivos das mídias digitais, ao mesmo tempo que reduzem seus impactos negativos. Isso garante um desenvolvimento saudável, equilibrado e apto a enfrentar os desafios acadêmicos e sociais do século XXI.

 

 

Referencias

 

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[1] Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)

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