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A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM TEA (TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO)
ELIANE LEAL LIMA[1]
Artigo científico apresentado à Universidade Candido Mendes – UCAM, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL.
RESUMO
O presente trabalho visa dissertar sobre o tema A Psicopedagogia e Aprendizagem das Crianças com TEA (transtorno do Espectro do Autismo), bem como descrever o autismo de uma forma clara. O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado pela ciência há quase seis décadas, mas sobre o qual ainda permanecem, dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes questões por responder. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sempre representou um grande desafio para todos os profissionais que trabalham com crianças que apresentam o transtorno, devido ao seu papel na comunicação humana. O objetivo deste estudo foi revisar criticamente a literatura a respeito do conceito de competência social e dos estudos atualmente existentes na área de autismo e inclusão escolar. Visando ressaltar a necessidade do profissional psicopedagogo na vida acadêmica dos alunos com espectro do autismo, bem como a importância do trabalho do psicopedagogo na orientação ao professor e acompanhamento da criança com autismo. Este artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, tratando-se de levantamento, seleção e análise de textos já publicado de vários autores. Buscou-se a inclusão das crianças com autismo no ensino comum desde a educação infantil.
Palavras-chave: Autismo. Aprendizagem. Importância. Psicopedagogo.
Introdução
O presente trabalho visa dissertar sobre A Psicopedagogia e Aprendizagem das Crianças com TEA (transtorno do Espectro do Autismo), bem como descrever o autismo de uma forma clara. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sempre representou um grande desafio para todos os profissionais que trabalham com crianças que apresentam o transtorno, devido ao seu papel na comunicação humana. O objetivo deste estudo foi revisar criticamente a literatura a respeito do conceito de competência social e dos estudos atualmente existentes na área de autismo e inclusão escolar A grande importância deste trabalho é mostrar que mesmo com as inúmeras dificuldades, é possível realizar uma inclusão eficaz. Tendo como objetivo ressaltar a necessidade do profissional psicopedagogo na vida acadêmica dos alunos espectro do autismo, bem como a importância do trabalho do psicopedagogo na orientação ao professor e acompanhamento da criança com autismo.
É importante frisar que o profissional da psicopedagogia cabe, acompanhar e orientar o processo de ensino aprendizagem de forma a promover aquisição dos conteúdos acadêmicos, respeitando o repertório de habilidade que o indivíduo já possui e adaptar o material acadêmico quando necessário. Sabendo que nenhum método de intervenção em autismo é eficaz se não tiver plena participação dos pais, das escolas e das equipes que lidam com essas pessoas.
Este artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, tratando-se de levantamento, seleção e análise de textos já publicado de vários autores sobre A Psicopedagogia e Aprendizagem das Crianças com TEA (transtorno do Espectro do Autismo) sendo eles: Olivier, Cunha entre outros.
Desenvolvimento
Autismo é um termo geral usado para descrever um grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro, conhecido como transtornos globais do desenvolvimento (TGD). Os outros transtornos globais do desenvolvimento são transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação (TGD-SOE), síndrome de Asperger, síndrome de Rett e transtorno desintegrativo da infância. Muitos pais e profissionais usam o termo “transtornos do espectro do autismo” (TEA) quando se referem a este grupo de transtornos.
O Autismo pode ser definido como uma alteração cerebral, afetando a comunicação do indivíduo com o meio externo. O autista nasce com transtorno neurobiológico, ou seja, uma alteração no desenvolvimento que faz com que ele tenha dificuldades no relacionamento com as pessoas e com o ambiente onde vive. Ele precisa, assim, de ajuda para se desenvolver e superar suas limitações.
Alguns autista apresentam normalidade na inteligência e fala, enquanto outros apresentam também retardo mental, mutismo ou outros retardos no desenvolvimento da linguagem.
Podem ainda ser fechados e distantes, presos a comportamentos restritos e a rígidos padrões de comportamentos. Às vezes, podem desenvolver rituais em outros distúrbios, como balançar-se, agitar as mãos e os braços, entre outros. Há casos raros de autistas com inteligência extrema, geralmente para cálculos matemáticos ou rápida memorização de muita informação, mas isso parece ocorrer de forma mecânica, ou seja, apenas decoram ou desenvolvem essas habilidades, não tendo uma real compreensão do que relatam. (OLIVIER, 2008).
O autismo é entendido como um distúrbio que pode variar do grau leve ao severo, sendo considerado como limitrofia, em casos leves. Alguns podem ser diagnosticados como indivíduos com traços autistiscos e, entre outros, também podem ser visto como portadores da Síndrome de Asperger, que é considerado por muitos como um tipo de autismo com inteligência normal.
O autismo, atualmente, pode ser associado a diversas síndromes, mas isso deve ser visto com cuidado, levando-se em conta a margem de erro de diagnóstico e as características de cada síndrome. Os sintomas podem variar amplamente, por isso, prefere-se definir o autismo como um espectro de transtornos, onde a característica básica é a tríade de comprometimentos que confere uma característica comum a todos eles. Além destes sintomas, existem diversas síndromes identificáveis geneticamente ou que apresentam quadros de diagnósticos característicos, que também estão englobadas no espectro do autismo.
Existem vários sistemas de diagnósticos para a classificação do autismo. Os mais comuns são: a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, ou o CID-10, e o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, ou DSM- V (versão atual).
A definição da CID-10 (2000) consiste em que o Autismo infantil é um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (autoagressividade).
De acordo com o DSM-V (2011) O Transtorno do Espectro do Autismo é um distúrbio do desenvolvimento neurológico e deve estar presente desde a infância ou início da infância.
De acordo com a Academia do Autismo o Transtorno do Espectro do Autismo é necessário atender aos critérios A, B, C e D:
- Déficits persistentes na comunicação e na interação social em vários contextos, não atribuíveis a um atraso no desenvolvimento geral, expressando simultaneamente os três déficits:
1.Déficits na reciprocidade social e emocional; que pode variar de abordagem social anormal e incapacidade de manter a alternância na conversa, para reduzir emoções e afetos compartilhados, com a ausência de liderança na interação social.
2.Déficits nos comportamentos de comunicação não-verbal usado em comunicação social; que pode variar de uma comunicação verbal e não-verbal, através de anormalidades no contato visual e linguagem corporal, ou déficits na compreensão e uso da comunicação não-verbal, com a total ausência de expressões faciais ou gestos.
3.Déficits no desenvolvimento e manutenção adequada ao nível de desenvolvimento das relações (além daqueles estabelecidos com os cuidadores); que pode variar da dificuldade em manter um comportamento adequado aos diferentes contextos sociais através de dificuldades na partilha de jogo imaginativo, para a aparente falta de interesse em outras pessoas.
- Padrões de comportamento e interesses restritos e atividades repetitivas que ocorrem em pelo menos dois dos seguintes:
- Fala, movimentos estereotipados ou repetitivos ou manipulação de objetos (estereotipias motoras simples, ecolalia, manipulação repetitiva de objetos, ou frases idiossincráticas).
2.Rotinas de fixação excessiva: padrões ritualizados do comportamento verbal e não-verbal, ou resistência excessiva à mudança (como rituais motores, a insistência em seguir o mesmo caminho ou comer a mesma comida, questionamento repetitivo ou extremo desconforto motivado por pequenas alterações).
- Interesses de intensidade altamente restrita e excessiva (como um elo forte ou preocupações sobre objetos incomuns
- Hiper ou hipo- reatividade ao interesse sensorial ou incomum nos aspectos sensoriais do ambiente (como a aparente indiferença à dor /calor / frio resposta, adverso a sons ou texturas específicas, olfato ou toque exacerbado, o fascínio com luzes ou estímulos com objetos que rolam).
- Os sintomas devem estar presentes na primeira infância (mas pode não chegar a manifestar-se completamente até demandas sociais excederem as capacidades limitadas).
- a combinação de sintomas com deficiência para o funcionamento diário.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde [OMS] (2013), os sintomas do autismo podem dificultar seriamente o cotidiano das pessoas nessas condições e impedir realizações educacionais e sociais.
Para Cunha (2011) a psicopedagogia busca compreender como ocorrem os processos de aquisição do saber e entender as possíveis dificuldades que o aluno encontra nesse processo. Requer primazia da observação para atingir os demais passos: entendimento, prevenção, atuação e intervenção (CUNHA, 2011).
Portanto, na intervenção psicopedagógica a utilização de reforçadores positivos irá estimular o aprendizado, sendo importante que em sua avaliação o profissional elabore um questionário para os pais onde permita perceber quais são os reforçadores positivos que estimulam o autista, ou seja, quais são as coisas que o autista gosta. Ressaltando que esta interferência não irá mudar o nível de autismo de grave para leve, mas irá melhorar o seu desempenho através de uma hierarquia de treinamentos partindo dos pontos emergentes e reforçando os pontos fracos.
Ao profissional da psicopedagogia cabe, acompanhar e orientar o processo de ensino aprendizagem, de forma a promover aquisição dos conteúdos acadêmicos, respeitando o repertório de habilidades que o indivíduo já possui e adaptar o material acadêmico, quando necessário, orientando os profissionais que estão envolvidos na comunidade escolar.
De acordo com Schwartzman, crianças com Transtorno de Espectro de Autista (TEA) possuem necessidades educacionais especiais às condições clínicas, comportamentais, cognitivas, de linguagem e de adaptação sociais que apresentam. Precisam muitas vezes, de adaptações curriculares e de estratégias de manejo adequadas (Schawartzman, et al, 2014).
O psicopedagogo precisa orientar os professores e a equipe escolar a: usa instruções claras, diretas e simples para cada tarefa orientada; usar estímulos visuais para o estabelecimento de rotina e instruções; ensinar comportamentos de obediência a regras; ensinar comportamentos de solicitação; estimular o desenvolvimento da autonomia e da independência; controlar os estímulos antecedentes e consequentes para facilitar a emissão de comportamentos adequados; avaliar a funcionalidade do comportamento; utilizar de reforçamento positivo (elogios, acesso a jogos, uso de brinquedos, carimbos...) para modificação de comportamento.
O psicopedagogo deve realizar uma avaliação sistemática em relação ao conteúdo acadêmico e de posse das informações dos outros profissionais envolvidos, se apropriará dos conteúdos proposto pela escola para a idade e ano escolar adaptando-os, levando em conta a aprendizagem da criança autista em questão. Lembrando que deve ser elaborado um currículo individual, onde serão explanados os objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação.
De acordo com Cunha (2011) ele enfatiza que é preciso que o psicopedagogo esteja consciente das possibilidades educacionais do seu educando, mesmo diante de qualquer inadaptabilidade inicial. Para isso, é preciso que se escolham os meios eficazes que tornarão o currículo escolar coerente com as suas necessidades (Cunha, 2011).
As intervenções para crianças com autismo devem ser sempre voltadas de forma individualizada. Por exemplo, se houver o estabelecimento de um currículo em uma escola, o estudante autista deve estar no centro desse conjunto de métodos que visam a uma educação satisfatória e que contribua com a intervenção do pequeno.
Conclusão
O psicopedagogo é o mediador das relações entre o aluno, a escola e a família. Um facilitador para que o aluno que apresente dificuldades e um comportamento atípico consiga desenvolver sua capacidade de aprendizado e possa assim, desenvolver suas habilidades e autonomia. Na intervenção psicopedagógica se faz necessário uma adaptação de currículo, sendo necessário ainda, ressaltar que não se trata de um currículo que seja paralelo do que é seguido pela turma, primeiramente o psicopedagogo deverá realizar uma avaliação escolar onde possa observar qual é o contexto e o projeto curricular, sendo feitas modificações visando contemplar as necessidades do aluno inserido.
A escola é um espaço para aprender, não deve ser um espaço onde se leve o autista apenas para desenvolver a interação social, a educação do autista deve ser planejada para que possa ter um currículo que atenda suas necessidades, a intervenção tem que ser individual e no ritmo que o autista consegue aprender, não existe uma fórmula pronta para uma metodologia com alunos autistas, portanto a intervenção psicopedagógica deve priorizar as necessidades individuais do aluno.
Por meio deste estudo conclui-se que o papel do psicopedagogo em auxiliar a inclusão de autistas na escola regular somente será eficiente através de um olhar sistêmico, enxergando a escola em seu todo, para saber o que é realmente necessário para que o aluno autista tenha suas necessidades atendidas. Toda equipe escolar tem que estar em consonância com a proposta educativa da escola e trabalhar junto para que o espaço escolar atenda não apenas o autista, mas qualquer criança que necessite de uma educação individualizada.
REFERÊNCIAS
BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: A contribuição a partir da prática. Porto Alegre, Artes Média, 1994
CID- 10. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas- Coord. Organiz. Mund. da Saúde; trad. Dorgival Caetano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de ensinar – ideias e práticas pedagógicas. 2 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2013.
CUNHA, Eugênio. Autismo e Inclusão: psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família. 3 ed. Rio de janeiro: Wak Ed. , 2011.
DSM V. MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS Trad. Maria Inês Correa Nascimento... et al.. revisão técnica :Aristides Volpato Cordioli. 5. ed, Porto Alegre: Artmed, 2014.
OLIVIER, Lou. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
SCHWARTZMAN, J. (2011a). Transtornos do espectro do autismo: conceitos e generalidades. In J. Schwartzman & C. Araújo (Eds.),Transtornos do Espectro do Autismo (pp. 37-42). São Paulo: Memmon.
SCHWARTZMAN, J. (2011b). Condições associadas aos Transtornos do Espectro do Autismo. In J. Schwartzman & C. Araújo (Eds.), Transtornos do Espectro do Autismo (pp. 123-143). São Paulo: Memmon.
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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO EDUCACIONAL DE ENSINO
Pammella Christinna Barbosa de Assis
RESUMO
Entendemos que a realização do ensino sobre a educação ambiental no espaço escolar possibilitará melhorar o aprendizado dos discentes, trazendo conscientização da importância para manutenção da vida de um modo geral. Sabemos que a pessoa aprende quando há uma relação entre novas informações, com conhecimentos que já possua e desta maneira, partindo disso constrói novos significados. Os objetivos da educação ambiental, portanto, não estão relacionados à improvável supressão do efeito do homem sobre o meio, mas na busca da harmonia de suas ações com o ecossistema.
Palavras-chave: Educação ambiental; Sustentabilidade; Ecologia.
A educação ambiental tem o poder de transformar o mundo. Através da conscientização sobre os cuidados necessários que devemos manter para a manutenção do meio ambiente a sustentabilidade será colocada em prática, pois usando os recursos naturais de forma inteligente e sem agredir ao meio ambiente estaremos visando um futuro com grandes resultados.
A conscientização e a adoção de ações propiciarão, a médio e longo prazo, a garantia de um planeta com boas condições para a existência e o desenvolvimento das mais diversas formas de vida, inclusive da vida humana.
As crianças estão o tempo todo percebendo o espaço onde vivem. Elas estão atentas a tudo que acontece. Assim, a melhor maneira de trabalhar sustentabilidade com elas é ser sustentável, praticar ações sustentáveis o tempo todo, em todos os momentos da rotina escolar.
Com atitudes sustentáveis, pensando no meio ambiente e também no futuro catástrofes são evitadas, como extinções de espécies animais e vegetais, erosões do solo, assoreamento de rios, aquecimento global, etc.
DESENVOLVIMENTO
A importância do ensino sobre a educação ambiental no ambiente educacional de ensino
A Educação Ambiental tem por objetivo contribuir para a compreensão do ambiente em suas dimensões ecológicas, econômicas, sociais, culturais, políticas, éticas e tecnológicas, de maneira a sensibilizar a todos quanto à importância de sua organização e participação na defesa de todas as formas de vida, assim, incentivar a mobilização dos cidadãos a partir do reconhecimento das causas e das consequências dos impactos socioambientais que afligem o planeta, buscando satisfazer as necessidades fundamentais da humanidade ao mesmo tempo em que são respeitados os direitos das gerações futuras terem acesso a um ambiente saudável (EMBRAPA, 2011).
A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental, em seu Art. 2° afirma: A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
Um dos objetivos nas aulas que trazem conteúdos como educação ambiental é conscientizar e responsabilizar os seres humanos por suas atitudes com relação ao meio ambiente, a fim de que estes atos não venham afetar devastadoramente um futuro próximo ou em longo prazo.
“O desenvolvimento de programas de educação ambiental e a conscientização de seus conteúdos depende deste complexo processo de emergência e constituição de um saber ambiental, capaz de ser incorporado às práticas docentes e como guia de projetos de pesquisa” (LEFF, 2001, P.18).
Observa-se a necessidade da construção de novas visões educacionais que integrem a saúde e o ambiente através de projetos realizados na escola.
O desenvolvimento de trabalhos realizados dentro do ambiente escolar aborda temas como educação ambiental, e educação para a saúde através dos aspectos nutricionais e alimentares.
A educação ambiental, com sua dimensão ampla, é uma grande aliada para direcionar as crianças à sustentabilidade. Logo agrega e fortalece as iniciativas da chamada educação para a cidadania, da ecopedagogia, da educação para sociedades sustentáveis, da educação para a gestão ambiental, enfim, das várias denominações e representações que recebe (TRISTÃO, 2004).
De acordo com o MEC (s/d, p. 2):
Por estes motivos, é essencial que as Diretrizes Curriculares Nacionais do CNE auxiliem no dever atribuído constitucionalmente ao Estado de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (C.F., art. 225 § 1º inciso VI) e na implementação das Políticas Nacionais de Educação Ambiental e de Meio Ambiente (estabelecidas pela Lei nº 9.795, de 27/04/99, regulamentadas pelo Decreto nº 4.281, de 25/06/2002, e pela Lei nº 6.938/81) que exigem também do ensino formal o dever de capacitar as pessoas, em todos os níveis e modalidades de ensino, para a participação ativa na defesa do meio ambiente.
A Educação Ambiental é um processo permanente e contínuo, que não se limita à educação escolar. Contudo, introduzi-la na escola, inclusive na Educação Infantil, é uma das estratégias para o seu desenvolvimento. Além de ser uma importante ferramenta, sua implementação está prevista na Política Nacional da Educação Ambiental, para todos os níveis de ensino, não como disciplina, mas como tema a ser incluído nos diferentes conteúdos programáticos.
A Educação Ambiental, enquanto processo, visa ensinar e praticar a redução do consumo e a busca por produtos mais ecológicos, a fim de evitar e reduzir a geração de resíduos, entender realmente o que é ser sustentável, utilizar ferramentas na vida cotidiana, entender as relações do ser humano com o meio ambiente e como é possível causar menos impactos, entre outras ações, sempre respeitando a natureza e todos os seus elementos.
Comportamentos ambientalmente corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano, contribuindo para formação de cidadãos responsáveis.
A escola é um espaço público que promove o processo de socialização, e prepara o aluno para a cidadania responsável. É um dos espaços fundamentais para a divulgação dos princípios da educação ambiental, permitindo o desenvolvimento de uma postura crítica frente à realidade, estabelecendo uma ligação mais significativa entre as informações veiculadas pelos meios de comunicação e o conhecimento prévio do aluno.
Segundo o PCN (Parâmetro Curriculares Nacional), a questão ambiental vem sendo considerada como cada vez mais urgente para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo homem dos recursos naturais disponíveis. (PCN,1997)
O professor é peça fundamental no processo de conscientização da sociedade no que concerne aos problemas ambientais, pois buscará desenvolver em seus alunos, hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, transformando-os em cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro do país.
“Uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades como leitura, pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde vivem, refletir e criticar as ações de desrespeito à ecologia, a essa riqueza que é patrimônio do planeta de todos que nele se encontram”. (SEIXEIRO,2011apud MUNHOZ 2004, p.81)
O tema Educação Ambiental nas escolas deve ser empregado em todos os níveis de escolaridade, pois tem como objetivo educar cidadãos para que possam agir de modo responsável e cuidar do meio ambiente, visando uma vida saudável no presente e no futuro. A obrigação da Educação Ambiental nas escolas contribui para que o aluno tenha mudanças de comportamento pessoal, adotando atitudes e valores de cidadania que contribuam ao crescimento social.
O Parâmetro Curricular Nacional (BRASIL, 1997) sugere que o tema ambiental seja trabalhado transversalmente na educação, ou seja, propõe que as questões ambientais permeiem os objetivos, conteúdos e orientação didática em todas as disciplinas, no período da escolaridade obrigatória. Ao mesmo tempo, nas perspectivas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 – há indicações de mudanças curriculares no ensino formal onde a Educação Ambiental pode ser apresentada em outro nível (SEIXEIRO, 2011).
A incorporação da Educação Ambiental no processo educacional proporcionou uma discussão sobre as questões ambientais e as consequentes transformações de conhecimentos, valores e atitudes diante de uma nova realidade. Este conceito será continuamente construído por educandos e educadores num processo contínuo e permanente, através de uma perspectiva interdisciplinar, utilizando o conteúdo específico de cada matéria de modo analisar os problemas ambientais de outras regiões.
ARGUMENTAÇÃO
Entendemos que o ensino sobre a educação ambiental no espaço educacional de ensino possibilitará uma real mudança de hábitos, visto que os alunos são considerados multiplicadores de informações, sendo assim, conseguirão levar os ensinamentos para diversos ambientes como roda de amigos e para dentro de suas famílias. Deste modo, procurar-se por meio da prática de ensino e aprendizagem permitir que os educandos tenham acesso a informações relevantes a sua formação, adquirindo hábitos como a preservação do meio ambiente por meio da redução de dejetos eliminados rotineiramente.
A falta de conhecimento da população sobre a educação ambiental é um dos assuntos mais importantes a serem ensinadas as crianças, explorar sua relação com o meio ambiente e os impactos que suas ações podem causar no sentido ecológico é de grande importância para sua vida e as futuras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível perceber que o ensino sobre a educação ambiental no espaço escolar é uma excelente medida, uma vez que não gera custos adicionais, fazendo a utilização de algo que já tenha disponível e que provavelmente seria descartado de maneira errônea no ambiente por falta de conhecimento.
Com o ensino sobre a educação ambiental estaremos plantando em cada discentes uma mudança no comportamento que veremos um grande benefício não só no hoje como também a longo prazo.
REFERÊNCIAS
Educação Ambiental: O que é, conceitos e significado. Fia Business School. Disponível: https://fia.com.br/blog/educacao-ambiental/
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AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM - EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL I
Josevania Guia dos Santos
Marlene Cassol Klaus
Joyce Caroline Morais Rosa
Credy Botoni da Silva
Leilaine Semensate Silva Cruz
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a importância da afetividade no processo de ensino professor e aluno, e também com as relações pedagógicas professor-aluno, direcionando a importância da afetividade pode determinar o sucesso da criança no ambiente escolar e na sua vida futura. Este artigo leva-nos a refletir sobre afetividade, como o professor se torna o mediador dessa afetividade em sala de aula favorecendo a aprendizagem, podendo melhorar o convívio do aluno com o professor, assim tornando possível um relacionamento de amizade e respeito desenvolvendo o seu progresso físico, psíquico, espiritual e moral. Reconhecendo a falta da afetividade, sabendo que o cognitivo associa-se ao afeto. Através das pesquisas mostram que a afetividade é o mediador da aprendizagem e tornando possíveis melhorias nas relações interpessoais, fortalecendo os laços de amizade, respeito solidariedade entre outros.
Palavras-Chaves: Afetividade. Aprendizagem. Educação Infantil
ABSTRACT
This article aims to analyze the importance of affectivity in the teacher and student teaching process, and also with the teacher-student pedagogical relationships, directing the importance of affectivity can determine the success of the child in the school environment and in his future life. This article leads us to reflect on affectivity, how the teacher becomes the mediator of this affectivity in the classroom, favoring learning, which can improve the student's interaction with the teacher, thus making possible a relationship of friendship and respect, developing their progress. physical, psychic, spiritual and moral. Recognizing the lack of affection, knowing that the cognitive is associated with affection. Through research, it is shown that affectivity is the mediator of learning and making possible improvements in interpersonal relationships, strengthening bonds of friendship, respect, solidarity, among others.
Keywords: Affectivity. Learning. Child education
Introdução
Percebe-se que a afetividade se mostra como uma importante facilitadora do processo ensino.
Nesse processo, quando o aluno ocupa o foco da empatia do professor, que, ao identificar tal fato senti estímulo para programar atividades pedagógicas específicas para este aluno. Deste modo, fica claro que um bom relacionamento entre professor e aluno é um facilitador para o processo de ensino aprendizagem que se apresenta nas duas partes.
Chama-se, portanto, a atenção de nós professores para que reflitamos com relação à nossa prática em sala de aula.
Contudo, é preciso entender que tornar a sala de aula um ambiente tranquilo e harmonioso mostra-se como uma tarefa dispendiosa de esforço, habilidade e força de vontade por parte do professor.
Neste sentido, destaca-se que, a partir de quatro anos de idade, a criança já tende a apresentar uma nova maneira de interação e socialização. É o momento de migração do estágio do egocentrismo para o início de uma fase de mais estruturação.
Agora, nesta nova fase, as crianças passam a construir uma nova relação com o meio e com as demais pessoas, organizando atitudes, conceitos e valores.
Assim, este trabalho aborda a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem. Mostrando que o bom convívio e o fortalecimento da afetividade no ambiente escolar, sobretudo na sala de aula, tende a promover uma melhoria notória e significativa nos resultados do processo de ensino/aprendizagem.
Desenvolvimento
O processo formal de educação coloca o docente no papel de um mediador do processo de ensino/aprendizagem.
Para Cunha (2008),
...ele nos mostra a importância que o professor deve ter ao procurar conhecer o seu aluno de forma particular, principalmente no que diz respeito aos estágios de desenvolvimento cognitivo de seu aluno, para que possa utilizar-se de recursos adequados e ao mesmo tempo estimativos, facilitando assim de forma significativa o aprendizado do aluno.
Para Piaget (2005) a afetividade é um dos principais elementos da inteligência, ela pode ajudar no desenvolvimento do aluno, como também pode prejudicar pelo excesso dos pais, que ocorre na superproteção.
Saltini (2008) diz que o professor além de conhecimentos teóricos, ele precisa conhecer o seu aluno, entende-lo, demonstrar disponibilidade de mudança, quando perceber que está cometendo certos equívocos, pois o professor não é dono do Saber, e se faz necessário, reconhecer quando existem falhas na sua prática pedagógica, o aluno deve ser encarado como o sujeito ativo, o qual deseja aprender de forma significativa, não sendo um mero expectador, em que só são repassados os conteúdos, sem haver uma preocupação por parte do professor. Por isso é tão importante entendermos de seres humanos e praticarmos uma pedagogia afetiva.
Com relação a esta questão, Cunha (2008, p.51) acrescenta o seguinte:
Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares que, muitas vezes estão fechados às possiblidades acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje em dia, seria difícil encontrar algum outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz.
Já para Saltini (2008, p.12):
... inicialmente, educar seria, então, conduzir ou criar condições para que, na interação, na adaptação da criança de zero até seis anos, fosse possível desenvolver as estruturas da inteligência necessárias ao estabelecimento de uma relação lógico-afetivo com o mundo.
Saltini (2008) acrescenta ainda que:
... é através da interação afetiva, do aluno com o professor e com seus colegas de classe, que ocorre a troca de informações através do diálogo, em que o aluno vai se desenvolver intelectualmente na interação das atividades.
Cunha citando Jean Piaget (2007, p.54) destaca quatro estágios, de níveis distintos do desenvolvimento infantil: “[...] sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais. Cada período constitui um momento do desenvolvimento, onde são construídas estruturas cognitivas singulares”.
Piaget, apresenta a comprovação da existência e distinção destes estágios em seus estudos, destacando ainda que observação das particularidades de cada uma destas fazes é muito importante para melhorar o processo de desenvolvimento infantil.
Cunha (2008, p.57), sobre este tema, destaca o seguinte:
É importante que o professor conheça os estágios do desenvolvimento cognitivo do seu aluno, para utilizar os mecanismos educativos apropriados que promovam práticas pedagógicas estimulativas, não restritivas, adequadas ao período de amadurecimento de cada idade.
Contudo, Montessori apud Cunha (2008, p.59) enfatiza:
Um educador mal preparado para observar a alma infantil e o dinamismo das nuances do seu desenvolvimento cognitivo pode calcar a sua natural necessidade para o aprendizado escolar e, consequentemente de expressar-se. É necessário manter a prodigiosa aptidão da criança que, enquanto vive plenamente, aprende.
Cunha (2008, p..63) chama a atenção para o seguinte:
O modelo de educação que funcionava verdadeiramente é aquele que começa pela necessidade de quem aprende e não pelos conceitos de quem ensina. Ademais, a prática pedagógica para afetar o aprendente deve ser acompanhada por uma atitude vicária do professor.
Assim, o autor destaca que, nas práticas docentes, o foco do professor deve ser o aluno, devendo o docente refletir com relação à realidade da criança para direcionar as práticas pedagógicas aos pontos chave de seu desenvolvimento.
Saltini (2008, p.63) afirma que:
O professor (educador) obviamente precisa conhecer e ouvir a criança. Deve conhecê-la não apenas na sua estrutura biofisiológica e psicossocial mas também na sua interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sofre e busca constantemente compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na escola.
Com relação ao estabelecimento de vínculo afetivo entre professor e aluno, Saltini (2008), destaca que tal prática é muito importante para o resultado do processo educativo, conforme enfatiza Cunha (2008, p.67):
... afeto. São as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará a nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem, quando forem felizes.
Assim, o autor acima destaca que esse desenvolvimento afetivo aparece como algo determinante não apenas para o desenvolvimento, mas por toda a vida do aluno, acrescentando que:
Há professores – mesmo com pouquíssimos recursos- que afetam tanto que são capazes de transformar suas aulas em dínamos de inteligências, mesmo recitando o catálogo telefônico. Pode ser um exagero usar o catálogo como metáfora, mas na verdade, em nossa memória, o que mais conservamos são as coisas que nos afetam, para o bem ou para o mal. (Cunha, 2008, p. 69)
Contudo, fica evidente que “A nova educação consideraria o sujeito como sendo mais importante que o objeto, isto é, o objeto só valeria enquanto funcionasse para o homem” Saltini (2008, p. 49).
Já para Saltini (2008, p.98): “O educador sensível é aquele que direciona suas ações baseando-se na abordagem que a criança faz da realidade, verbalizando uma realidade vista a seu modo (criança), com as suas capacidades estruturais, funcionais e afetivas”.
Saltini (2008, p.100):
[...] a inter-relação da professora com o grupo de alunos e com cada um em particular é constante, se dá o tempo todo, seja na sala ou no pátio, e é em função dessa proximidade afetiva que se dá a interação com os objetos e a construção de um conhecimento altamente envolvente. Essa inter-relação é o fio condutor, o suporte afetivo do conhecimento.
Para Cunha (2008, p. 91):
Em razão do conhecimento prévio do conteúdo, o professor possui o domínio da matéria e, por conseguinte, sabe como promover o aprendizado dos seus alunos. Entretanto, além disso, ele ama o que faz. O seu amor provoca o amor da classe, como resultado, há fixação do que foi ensinado. A essa pedagogia, podemos chamar de pedagogia afetiva.
Com relação à escola, Martinelli (2005, p.116) afirma que:
Propiciar um ambiente favorável à aprendizagem em que sejam trabalhados a autoestima, a confiança, o respeito mútuo, a valorização do aluno sem contudo esquecermos da importância de um ambiente desafiador, [...] mas que mantenha um nível aceitável de tensões e cobranças, são algumas das situações que devem ser pensadas e avaliadas pelos educadores na condução do seu trabalho.
Para Saltini (2008 p. 69):
O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diálogo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida.
Cunha (2008, p.80) acrescenta:
A professora ou professor é o guardião do seu ambiente. A começar pelos seus movimentos em sala, que devem ser adequados e gentis. A postura, o andar, o falar, são observados pelos alunos, que o vê como modelo. Independente de idade, da pré-escola à universidade, o professor será sempre observado. Então, um bom ambiente para a prática do ensino começa por ele, que canalizará a atenção do aprendente e despertará o seu interesse em aprender.
Saltini (2008, p.93) destaca que: “Para educar o ser humano, é fundamental conhecê-lo profundamente bem como respeitar seu desenvolvimento. É necessário ter a percepção correta de como esse ser se desenvolve”.
O autor ainda acrescenta:
O papel do professor é específico e diferenciado do das crianças. Ele prepara e organiza e o microuniverso onde as crianças buscam e se interessam. A postura desse profissional se manifesta na percepção e na sensibilidade aos interesses das crianças que em cada idade diferem em seu pensamento e modo de sentir o mundo.
Assim destaca a importância do professor na preparação do aluno.
Saltini (2008, p. 102) acrescenta também que:
A serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis, fazem parte da paz que a criança necessita. Observa a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor vão assegurar à criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas, sem explodir, elaborando-os sozinha ou em conjunto com o educador. Com isso, o autor acima citado nos revela que apesar dos problemas que aparecem na vida do educador, ele deve manter o controle de suas emoções, e não transmitir suas angústias aos educandos em suas aulas, porque ele é um exemplo para as crianças de ética e de pessoa, assim como os pais. Saltini (2008, p.102) diz que:
O tratamento da equidade para todos os alunos poderia ser sempre mantido e explicado. Nenhuma criança deve ter a percepção de ser perseguida ou amada em demasia. A opinião de cada criança teria o mesmo respeito e valor, sem ressaltar o feito de alguma criança ou compará-la com outra, nem salientar diferenças entre meninos e meninas em brincadeiras e jogos, pois isto seria prejudicial ao desenvolvimento afetivo sadio.
“Aquele educador que se centra nas crianças, observa e avalia constantemente. Trata a criança afetuosamente, sem excessos ou omissões”. Saltini (2008, p. 103).
Saltini (2008, p.102) cita ainda que:
Seria ótimo manter um diálogo com a criança, em que se possa perceber o que está acontecendo, usando tanto o silêncio quanto o corpo, abraçando-a quando ela assim o permitir, compartilhar com os demais da classe os sentimentos que estão sendo evidenciados nesse instante é um trabalho quase terapêutico. {...} Dar oportunidade para a criança colocar seus sentimentos na escola, não apenas sua inteligência ou sua capacidade de aprender.
Para Cury (2003, p.64):
Bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos. Bons professores são didáticos, professores fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao coração de seus alunos. Deste modo, percebe-se que o docente deve apresentar sensibilidade afetiva no trato e no convívio com os alunos. Cury (2003, p.65) acrescenta:
Os educadores apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos. O referido autor mostra-nos a importância da atuação do professor como um profissional, que independente de suas limitações, se faz necessário, com a sua presença pode transformar de forma especial agindo na vida de seus alunos como exemplo, através de sua conduta em sala de aula e fora dela. Pedagogia afetiva, está é a linha que nos educadores precisamos seguir, pois os sentimentos e emoções dos alunos precisam ser levados em conta, pois estão inteiramente ligados ao desenvolvimento cognitivo do aluno e irão influenciar diretamente em sua aprendizagem cotidiana da vida escolar. Não há melhor recompensa para o professor do que o alcance da aprendizagem de seus alunos. Saber que ele participou ativamente da conquista de aprendizagem de seu aluno, e que aquelas sementes plantadas no passado, brotaram lindos frutos de esperança para dias melhores na humanidade.
Considerações Finais
Primordialmente, se entende que, todo os seres humanos necessitam de afeto e, na sala de aula não poderia ser diferente.
Assim, o professor é o principal responsável pela promoção da afetividade em sala de aula, melhorando assim sua relação com seus alunos, aproximando-os e conquistando a confiança deles.
Neste sentido, aumentando a carga afetiva e a confiança, o processo educativo torna-se bastante facilitado, melhorando os resultados em todos os quesitos.
A partir da base teórica pesquisada para a formulação deste trabalho, fica evidente a importância do afeto do professor para com seu aluno, no sentido de cativar, estimular e melhorar o ensino/aprendizagem em todos os quesitos e formas.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e Aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro: Wak 2008.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
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A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE NÚMERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Tânia Silva de Almeida
Islaene Valéria Correa de Matos
RESUMO
O presente artigo buscou levantar discussões em relação à construção do conceito de número nos princípios de uma educação libertadora, tomando como objetivo de estudo, a autonomia como finalidade da educação em oposição à heteronomia, e espera mostrar como e em quais condições a criança constrói o conceito de número e o conhecimento lógico-matemático por meio de jogos e brincadeiras. Abordou os conhecimentos relacionados aos benefícios da interação da criança com diferentes parceiros, trazem resultados positivos para sua aprendizagem, tornando-se indispensável para a construção do desenvolvimento lógico-matemático. Buscou defender a importância dos jogos e brincadeiras em contextos educacionais, destacando que é fundamental saber usá-los de modo a propiciar uma maior reflexão por parte das crianças. Percebemos ao longo do trabalho aspectos importantes para o ensino da matemática na educação infantil. As atividades de classificação e seriação são importantes, pois vão contribuir significativamente para a construção de número pela criança. Além disso, vimos que a abordagem relacionada à resolução de problemas deve ser desenvolvida de forma prazerosa, relacionada com as necessidades e as vivências das crianças. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de autores como: KAMII (2006), NETO (1995), LIMA (1993), KISHIMOTO (2005), entre outros.
Palavra-Chave: Matemática, Desenvolvimento, Criança, Curiosidade.
Introdução
O presente artigo tem como objetivo enfatizar a importância do ensino de matemática na Educação Infantil, que deve privilegiar a exploração de uma variedade de noções matemáticas que contribuam para que os alunos dessa faixa etária de idade construam e desenvolvam o conhecimento matemático, sem perder o prazer e a curiosidade acerca dele.
Oportunizar as crianças momentos de vivência lúdica.
Favorecer seu desenvolvimento cognitivo e social de forma natural e prazerosa.
Refletir sobre a intencionalidade do jogo, pois este pode se tornar uma estratégia didática quando as situações são planejadas e orientadas pelo adulto, visando a uma finalidade de aprendizagem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de conhecimento, alguma relação ou atitude. Para que isso ocorra, é necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica e previsão de etapas pelo professor, para alcançar objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são decorrentes.
Destacar a importância dos jogos e brincadeiras para a criança, visto que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção e a potencialização de conhecimentos.
Desenvolvimento
A Matemática enquanto ciência apresenta uma história social capaz de colocá-la como algo restritamente humano, podendo ser considerada como fato social surgido a partir da colaboração da sociedade como um todo, estando diretamente conectado às necessidades da sociedade (NETO, 1995, p. 7).
Durante todo o paleolítico inferior que durou cerca de três milhões de anos, o homem viveu da caça e da coleta competindo com os outros animais, só que utilizando paus pedras e fogo. Ele necessitava apenas de noções de mais-menos, maior-menor e algumas formas no lascamento de pedras e na confecção de porretes. (NETO, 1995, p. 7)
Destaca-se também:
... que nesse período, marcado quase que pela pura instrumentalidade, em que o homem usava apenas materiais concretos que eram seus instrumentos, ele já tinha no seu repertório noções fundamentais para a ciência matemática, qual seja, a ideia de grandeza. Ele fazia o uso de formas, comprimento e extensão na confecção de seus materiais de caça. Essas primeiras experiências do homem do paleolítico inferior são muito semelhantes com as experiências das crianças, quando elas começam a construir suas noções mais elementares da ciência matemática.
O paleolítico superior é caracterizado por instrumentos mais elaborados para a caça e coleta: armadilhas, redes, cestos, arcos e flechas, roupas de peles e canoas. Os homens utilizavam novos materiais além de paus e pedras ossos, cipós, fibras. Faziam pinturas e esculturas naturalistas. Já precisavam de muitos números e figuras. Para fazer um cesto é necessária a contagem e noções intuitivas de paralelismo e perpendicularismo. Surgem os desenhos geométricos e a pictografia (NETO, 1995, p. 8).
Nas atividades de modelagem, apreciação artística, pinturas desenhos, grafismo e etc., as crianças também utilizam noções de geometria. “Desde o nascimento elas estão imersas em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante parte integrante. As crianças participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais, elas recorrem à contagem e operações para resolver problemas cotidianos, como conferir figuras, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele etc. Também observam e atuam no espaço ao seu redor e aos poucos vão organizando seus deslocamentos descobrindo caminhos estabelecendo sistemas de referência, identificando posições e comparando distâncias”. (BRASIL, 1998, p. 207).
O domínio do homem sobre a natureza se estabelece com a domesticação de plantas e animais. É a revolução do Neolítico, o início da agricultura e da pecuária, que irá libertar o homem da necessidade da caça e coleta e da competição com os outros animais, além de fixá-lo a um mesmo lugar enquanto a terra é capaz de produzir (NETO, 1995, p. 9). Neste breve histórico da evolução humana é possível constatar que a matemática como qualquer outra ciência, é resultante da experiência humana no mundo e das coordenações de relação que o homem estabelece entre os objetos.
Historicamente, a disciplina matemática está ligada às necessidades humanas e a vida cotidiana. Somos levados naturalmente a efetuar problemas matemáticos e a criar situações que demandam o uso do conceito De número e de operações lógico-matemáticas para resolvê-los. Essa vivência inicial favorece a elaboração do conhecimento matemático e a aprendizagem formal das primeiras noções pela criança. Deste modo a educação infantil é fundamental na formação das nossas crianças.
A instituição educação infantil pode ajudar as crianças a organizarem melhor as suas informações e estratégias, bem como proporcionar condições para a aquisição de novos conhecimentos matemáticos. O trabalho com noções matemáticas na educação infantil atende, por um lado, as necessidades das próprias crianças de construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios do pensamento; por outro lado, corresponde a uma necessidade social de instrumentalizá-los melhor para viver, participar e compreender um mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades (BRASIL, 1998, p. 207)
O fato é que o excesso de preocupação acerca das necessidades sociais, às vezes, reduz o ensino da Matemática apenas aos aspectos instrumentais.
De acordo om Piaget, citado por Kamii (2006):
... desenvolver a autonomia da criança, que é. Indissociavelmente, social, moral e intelectual, o ensino das primeiras noções matemáticas na educação infantil não deve perder de vista que a progressão da criança na construção ocorre num contexto amplo e, portanto, os objetivos para ensinar números demandam a elaboração de atividades de contemplem o conhecimento dos objetivos da realidade externa, ou seja, o conhecimento objetivo e concreto do mundo empírico; o estímulo à estrutura subjetiva da criança; reflexão, memória, percepção, fantasia, imaginação; e o conhecimento social ou convencional, isto é, o conhecimento de fatos da cultura e da tradição. O conjunto desses conhecimentos promove a autonomia:
Destaca-se ainda que:
A essência da autonomia é que as crianças se tornem aptas a tomar decisões por si mesmas. Mas a autonomia não é a mesma coisa que a liberdade completa. A autonomia significa levar em consideração os fatos relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista. Quando uma pessoa leva em consideração os pontos de vistas das outras, não está mais livre para mentir, quebrar promessa e ser leviano (KAMII, 2006, p. 108).
A utilização de jogos e brincadeiras, nos últimos tempos, tem sido constante, os congressos e encontros brasileiros fazem referência ao uso dos jogos e das brincadeiras, desde a década de 1980. E ainda hoje continua presente nos Encontros Nacionais de Educação Matemática-Enem-promovidos pela Sociedade Brasileira de Educação Matemática. Nesses encontros o tema ligado ao jogo e as brincadeiras esteve presente em oficinas, minicursos, comunicações ou grupos de trabalho sendo apresentados como proposta de práticas de ensino de matemática.
Percebe-se assim, a importância que vem assumindo o jogo e a brincadeira em contextos educacionais. Cabe a nós educadores tomar certo cuidado em tal utilização, a fim de não incorrermos em erros, muitas vezes irreparáveis, se deixarmos que as nossas crianças joguem e brinquem sem uma análise cuidadosa dessas ações. Neste sentido Lima (1993, p. 34-35) atesta que:
O lúdico (jogos e brincadeiras) é uma característica fundamental do ser humano. A criança, diferentemente do adulto só deve brincar. Seu desenvolvimento depende do lúdico, ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilibração com o mundo. Sua maneira de assimilar (transformar o meio para que este se adapte às suas necessidades) e de acomodar (mudar a si mesma para adaptar-se ao meio que ofereceu resistência) deverá ser sempre através do jogo. Portanto, a atividade escolar deverá ser uma forma de lazer para a criança. Todos os conteúdos podem ser ensinados através de brincadeiras e jogos, em atividades predominantemente lúdicas. Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando. Se alguma coisa não é passível de transformar-se em um jogo de (problemas, desafios), certamente não será útil para a criança nesse momento. (LIMA 1993, p., 33-34).
Na educação matemática é comum encontrarmos exemplos de práticas que se apresentam com aspectos isolados das problemáticas de aprendizagem dessa disciplina. Trabalhos apresentados por D’Ambrósio (1986), Matos (1989) Moura (1992) e Fiorentini (1994), entre outros a respeito da evolução do conceito de educação matemática, apontam que as dificuldades de ensino desta disciplina têm sido abordadas tomando-se apenas aspectos isolados.
Ainda vigora a visão de desconhecimento e aceitação por parte de professores, nesse caso, os da educação básica, segmento o qual desenvolvemos nossas práticas, de que o ensino de matemática, necessita da contribuição de outras áreas de conhecimento.
Os estudos de Piaget, Vygostsky, Wallon e Bruner apresentam contribuições importantes que marcam as propostas de ensino, referenciando o uso do jogo e da brincadeira como elemento incorporador de sentido e prazer no ato de aprender do sujeito. No entanto, é preciso ter clareza da sua utilização ao incorporá-lo às atividades educativas, a fim de não virar modismo e findar trabalhando o jogo pelo jogo, de forma espontânea, sem atentar para outras tantas possibilidades de aprendizagem pela exploração do mesmo.
Kishimoto (2005) em um trabalho intitulado: O jogo e a educação infantil, aponta vários autores que propõem ou fazem uso do brincar e do jogo em diversas áreas do conhecimento escolar. Nesta mesma obra a autora afirma que o brinquedo educativo é utilizado nas escolas desde o renascimento.
O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outros a partir do Renascimento, o período de compulsão lúdica. O Renascimento vê a brincadeira como uma conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência facilita o estudo. Ao atender as necessidades infantis, o jogo infantil torna-se uma forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Assim, para contrapor aos processos verbalistas de ensino, à palmatória vigente, o pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos. (KISHIMOTO, 2005, p. 28).
De acordo com a autora, essa perspectiva se fortaleceu a partir do século xx, quando o jogo voltou a ser entendido como um recurso importante para o ensino. Tal importância justifica-se pelo fato de que o brincar educativo, em situações de aprendizagem, introduz propriedades lúdicas de socialização, de prazer, de criatividade e de motivação.
Segundo Leontiev (1988), o indivíduo busca, a partir de situações de faz de conta do jogo com regras soluções para a realização dos seus desejos. Os cantinhos com jogos e brincadeiras de faz de conta, servem de ponto de partida para a iniciativa de propor um trabalho com as oficinas de matemática. É papel do professor orientar a criança na descoberta de possibilidades que o jogo pode oferecer ,respeitando o momento de aprendizagem de cada um. No decorrer de sua experiência, conforme realiza uma atividade com outras pessoas, a criança se apropria de estratégias para memorizar, expressar-se, solucionar problemas. Além disso, seus parceiros, ao estabelecerem relações uns com os outros, criam situações que lhe possibilitam aprender normas de agir e de se relacionar com outras pessoas.
Sabe-se hoje, que a partir dos estudos de Piaget que o desenvolvimento humano não decorre da ação isolada de fatores genéticos que buscam condições para seu amadurecimento, nem de fatores ambientais que agem sobre o organismo controlando seu comportamento. Ao contrário, ele se dá a partir das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre individuo e meio, cada aspecto influindo sobre o outro, em especial graças às interações constituídas com outros parceiros em praticas sociais concretas: Momentos de refeição, de trabalho, de lazer, de estudo e evidentemente de brincadeiras e jogos.
É no decorrer de sua experiência, pelas práticas sociais concretas, conforme realiza uma atividade com outras pessoas, uma atividade de cuidado pessoal, ou de exploração do meio, por exemplo, e especialmente nos momentos de conversa, ou de brincadeiras que a criança se apropria de estratégias para memorizar, expressar-se, solucionar problemas etc., criadas pelas pessoas com quem convive. Além disso, seus parceiros, em suas relações de troca com ela, propiciam situações que lhe possibilitam aprender normas de agir e de se relacionar com outras pessoas.
A interação da criança com diferentes parceiros faz a mediação do seu desenvolvimento ao fornecer-lhe recursos para ela apropriar-se ativamente de formas culturalmente desenvolvidas de perceber, memorizar, emocionar-se, solucionar problemas etc., e que são, por sua vez, produto da interação das disposições da espécie e do aparato cultural que a envolve no decorrer de sua vida.
Conclusão
Diante dos conceitos e definições apresentados nesta pesquisa, podemos concluir que o construtivismo piagetiano sofreu, e ainda sofre, muitas criticas e colaborações de outras áreas, que têm como finalidade aprimorar a concepção pedagógica alicerçada no construtivismo. Por isso, conhecer os principais aspectos dessa teoria de desenvolvimento dará ao professor subsídios necessários para aproveitar as vantagens dessa perspectiva, assim como ter discernimento para adaptá-las de acordo com a realidade pedagógica.
Vimos como se dá o desenvolvimento cognitivo da criança em idade da educação infantil. Nesta fase, a criança apresenta algumas características que precisam ser compreendidas pelo professor com a finalidade de respeitar e auxiliar a criança em seu desenvolvimento.
Ficou evidente que a educação matemática, ao longo dos anos, passou por diversas correntes pedagógicas e que em cada uma delas, o papel do professor, do aluno e também do objeto matemático, apresentam igualmente variações em casa uma das concepções, essas concepções ainda hoje influenciam o trabalho do professor e também as políticas públicas voltadas para a educação.
Referências
BRASIL. Ministério da educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF. 1998. v. 3. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
KAMII, Constance. A criança e o numero: As implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. Campinas: Papirus, 2006.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. In KISHIMOTO, T. M. (org.) jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2005.
LIMA, Adriana Flávia S. de Oliveira. Pré- escola e alfabetização: Uma proposta baseada em P. Freire e J. Piaget. 7 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.
NETO, Ernesto Rosa. Didática da matemática. 7 ed. São Paulo: Ática,1995.
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A DESMOTIVAÇÃO INFANTIL EM SALA DE AULA
Fabiana Isoton
INTRODUÇÃO
O mundo de hoje está repleto de informações, informações estas que por muitas vezes prendem nossos olhares, nos adultos por muitas vezes nos vemos paralisados em frente a uma televisão, e a internet então, está e a disseminadora de atenção, ela nos prende por horas a fio se não formos categóricos. Chega a ser enigmático como temos prazer em parar e prestar atenção na internet, na televisão, e os jogos? Pode ser que você não se prenda, mais existe uma maioria grandiosa que todos os dias se veem motivadíssimos em relação a tais jogos. Sejamos francos, a prazer em estar conectado, globalizado, nos traz fascinação e alegria, visto isto que somos adultos, responsáveis e cheios de atividades circulares ao nosso cotidiano, porem imaginemos as nossas crianças.
E um bombardeio de ideias e de informações que as deixam hipnotizadas, colocando toda a sua motivação envolvida nestes meios de comunicação. São atrativos que despertam interesses que vão muito além do simples fato de frequentar uma sala de aula. A escola muitas vezes não oferece os mesmos, ou seja, bons atrativos para que a criança se sinta motivada a estar ali. Embora sabemos o quão importante e estar e frequentar uma escola, nos dias de hoje as crianças estão indo para a escola muito desmotivados, tendo em vista que existem motivos mais atraentes fora dela. E fazer que nossas crianças compreendam o quanto e importante estar na escola tem sido um grande desafio. Segundo Zenti (2000), são muitos os problemas causados pela desmotivação, no entanto acredita que não existe uma receita mágica para fazer as aulas serem o foco de atenção das crianças. Porém, afirma que o professor com sensibilidade e energia talvez consiga enfrentar o desafio.
Nesta pesquisa tentaremos entender e compreender alguns motivos que tornam os alunos desmotivados dentro de sala de aula, investigando desde a influência familiar, a mídia eletrônica, bem como as metodologias usadas em sala.
Diante disto, pretende-se com este estudo contribuir para um melhor e maior esclarecimento em tordo da proposta estudada, no que se refere aos fatores responsáveis pela desmotivação das crianças em sala de aula, podendo assim apresentar aos educadores, a possibilidade de reflexão desta realidade que pulsa em nosso dia a dia escolar.
A DESMOTIVAÇÃO ESCOLAR E A MÍDIA ELETRÔNICA
Nos dias atuais, o professor tem encontrado uma grande dificuldade para ter a atenção necessária para uma boa e produtiva aula. Com a grande oferta de tecnologia que temos atualmente, tomar a atenção para si é um trabalho para gigantes. As crianças estão sendo bombardeadas pela mídia, e fazer com que a cabecinha de nossas crianças se motivem para o aprendizado em sala de aula e algo extraordinário.
Além disso a mídia tem despertado as crianças com atrativos que vão muito além do que nos professores temos a oferecer dentro de sala de aula, estes atrativos despertam algo que encanta o ser infantil , tornando o dia a dia entre escola e mídia uma grande guerra de braços onde o magico que a mídia oferece acaba por trazer uma grande desmotivação de nossos alunos dentro da escola.
Para Zenti (2000),
... os especialistas no assunto afirmam que os professores devem mostrar aos seus alunos que estudar pode ser divertido. Porém, a maior dificuldade está em competir com os atrativos tecnológicos e os brinquedos que crianças, e que na escola não existem.
Os brinquedos interativos, a internet, a televisão, computadores, tablets, personagens de super heróis e de princesas com seus castelos encantados, jogos, vídeo games, nossos livros de histórias estão sendo deixados pra trás, imaginamos então os livros didáticos, como e difícil esta competição com algo tão atrativo ao ponto de trazer desmotivação para a sala de aula. Para a criança e muito melhor brincar que estar com a grande obrigação de estar dentro de uma sala de aula, pois dentro da escola não temos esta quantia de atrativos oferecidos atualmente pela mídia.
Aí vem a necessidade hoje da escola como um todo estar se reciclando para poder trazer esta motivação necessária para que nossas crianças tenham o mesmo desejo de estudar como eles tem tido pela mídia tecnológica
Conforme Bzuneck (2000, p. 9) “a motivação, ou o motivo, é aquilo que move uma pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar.
Segundo o autor:
A motivação pode ser entendida como um processo e é aquilo que suscita ou incita uma conduta, que sustenta uma atividade progressiva, que direciona essa atividade para um sentido (BALANCHO e COELHO, 1996).
Em sendo assim temos como necessidade em que o todo de um corpo docente tente transmitir ao aluno a segurança bem como o desejo de estar ali. Pois para uma criança muitas vezes a sala de aula se transforma em uma carga gigantesca trazendo assim a falta de vontade de estar no âmbito escolar, pois as brincadeiras tecnológicas são muito mais atrativas e prendem a atenção da criança de tal forma que eles tendem a ter uma total progressão no desejo de estar envolvidas com tais brincadeiras. Já o âmbito escolar se transforma em um peso desestimulante comumente de total abandono e total desinteresse. E um grande desafio para a escola trabalhar o desempenho dos alunos que se encontram desmotivados por influência da mídia porem cabe aos professores e ao corpo docente criar maneiras e usar a melhor metodologia para assim trazer o entusiasmo e a atenção do aluno para assim estabelecer um contato fortuito e progressivo fazendo assim nascer a grande motivação necessária para um aprendizado sadio e necessário.
A FAMÍLIA COMO MEDIADOR DA MOTIVAÇÃO ESCOLAR
Sabemos que o padrão familiar nos dias de hoje e bem mais diversificado, porem sabemos que a família e o primeiro ponto de aprendizagem de uma criança, e daí que surgem as primeiras ligações sociais, bem como as primeiras experiências educacionais, as nossas ações são aprendidas e desde muito cedo na nossa primeira infância sabemos que sob as influências da família que elas são formadas e moldadas.
A família na maioria das vezes e responsável por influenciar suas crianças por mais que esta influência seja por muitas vezes inconscientes, porem os pais devem estar totalmente ligados e atentos a este fato, pois a criança tende a copiar toda e qualquer ação, a maneira de falar, a maneira de agir, a maneira de ver o mundo. A família está diretamente ligada as atitudes comportamentais das crianças. O estilo familiar, o tratamento que esta criança recebe, os padrões de punição, as crenças, os valores, tem um grande impacto no desenvolvimento intelectual da criança, bem como nas habilidades sociais da mesma.
Os sentimentos transmitidos para esta criança e fonte primordial na antecedência ao núcleo escolar, os pais devem estar atentos pois o desenvolvimento emocional e os sentimentos são fatores que podem influenciar e trazer consequências para toda uma vida. Isto estamos falando da ausência bem como o excesso destes sentimentos, não podemos esquecer que a criança e um indivíduo em formação, em um processo de descoberta, temos que lembrar que a família está linearmente ligada ao processo cognitivo desta criança. A criança tem uma grande necessidade de afeto para o processo de formação, sem afeto não haveria interesse, nem necessidade, nem motivação. Conforme Maria Aparecida Coria relata em sua obra,
Os pais têm um papel importante no processo de desenvolvimento da autonomia. Se eles encorajarem as iniciativas da criança, elogiarem o sucesso, derem tarefas que não excedam as capacidades da criança, forem coerentes em suas exigências e aceitarem fracasso estarão contribuindo para o aparecimento do sentimento de auto confiança e auto estima. (Coria-Sabini, 1998:65)
Sabemos que os primeiros anos da criança junto ao seio familiar são primordiais para o desenvolvimento emocional da criança, e sempre foi entendido que este seja potencialmente o motivo provedor de pessoas saudáveis, e de um emocional saldável, bem como o mesmo motivo pode gerar adultos com emocional fragilizado, e desequilibrado. A família é considerada a célula marter da sociedade, e o núcleo gerador, quando se fala de indivíduos, para com o seu relacionamento em sociedade
Segundo Souza, (1985) “A família é o microcosmo, tudo que passou no mundo externo tem sua origem primeira no grupo familiar”.
Quando nos deparamos com situações onde existe a ausência da participação dos pais no processo de aprendizagem, teremos crianças na maioria das vezes, com baixo desempenho, e com uma grande tendência a desmotivação. Muitos pais colocam a escola como deposito de criança, e ali que elas vão ficar em algum período para que eles possam trabalhar ou fazer suas atividades, muitas vezes não se preocupam com o comportamento, com a produtividade de seus filhos. A participação da família na vida escolar, e uma condição indispensável para que a criança se sinta segura e principalmente motivada, pois a demonstração de carinho e de que a escola e um ambiente saudável trará a esta criança a segurança necessária para que os professores consigam inserir o processo de aprendizado.
Também procede que quando a família se mostra interessada pelo âmbito escolar, os professores também conseguem fazer um melhor trabalho, sentindo assim que existe uma parceria no processo, segundo as autoras Rocha & Machado (2002, p.18)
... o envolvimento familiar traz também benefícios aos professores que, regra geral, sente que o seu trabalho é apreciado pelos pais e se esforçam para que o grau de satisfação dos pais seja grande.
Assim sendo diante do contexto em que a família e parte fundamental para se ter um processo de aprendizado coerente vislumbramos que a mesma tem a capacidade direta de influenciar as relações emocionais de seus filhos no ambiente escolar, bem como também com o ambiente social, do mundo que se vive. Neste sentido muitas vezes e necessário que a escola conheça a realidade familiar desta criança para que se possa proceder de maneira correta e necessária para entender os conflitos, as angustias e os motivos que esta criança traz consigo, transformando todo o processo em uma grande desmotivação.
O DESMOTIVAÇÃO ESCOLAR E A METODOLOGIA NECESSÁRIA
Que a falta de motivação escolar e algo real e este problema deve ser resolvido já sabemos, sabemos que existe uma grande influência na mídia eletrônica bem como o âmbito familiar, porém como professores devemos ter a observância de como agir e o que fazer para que consigamos atingir a meta desejada. O trabalho não é fácil porem e necessária para poder trazer para junto a si o aluno que problematicamente não consegue ter a motivação necessária para que exista um aprendizado pleno.
Segundo Torre (1999), “a motivação escolar é algo complexo, processual e contextual, mas alguma coisa se pode fazer para que os alunos recuperem ou mantenham seu interesse em aprender” (p. 09).
Existem muitas maneiras e métodos para que se obtenha resultados desejáveis dentro a uma turma escolar, desde a mais antiga maneira de educar até as mais novas metodologias usadas mundialmente, na verdade deve se buscar a melhor e a mais adequada ou melhor falando adaptável para que traga a global motivação para dentro de sala de aula. Sabemos que existem as grades curriculares onde estabelece a necessidade de cada serie, porem muitas vezes estas mesmas acabam por dificultar a temática individual de cada professor, principalmente quando temos que trabalhar individualmente com alunos que demostram um certo grau de desmotivação. Qual a metodologia usar? Como se posicionar? Segundo Vigodsky deve existir uma reorganização dos objetivos para que assim possa alcançar as muitas necessidades existentes.
Temos que ressaltar ainda sobre o desenvolvimento cognitivo do indivíduo, tentando entender as necessidades individuais, assim entendendo que a criança não deve ser adaptada ao ambiente social, e sim deve ter uma formação neste ambiente, entendendo que esta criança trará sua vivencia para o aprendizado em sala de aula, sabemos que todos os alunos tem suas diferenças relacionadas tanto com suas capacidades quanto com suas motivações, então podemos dizer que o desenvolvimento cognitivo está totalmente ligado com esta situação pois este conhecimento e um processo onde o indivíduo adquire conhecimento ao longo da vida, então podemos entender que se houver algum desequilíbrio neste processo poderá acarretar dificuldades para o mesmo, fazendo muitas vezes que a desmotivação impere nesta criança. Segundo Piaget (1973) , a aprendizagem só se dá com a desordem e ordem daquilo que já existe dentro de cada sujeito. Porem e importante ressaltar que este desenvolvimento e individual e necessário, e o educador necessita estar conectado a este processo para poder se reorganizar e montar estratégias para que o aluno desmotivado sinta segurança no processo de aprendizagem.
O desenvolvimento cognitivo (e metacognitivo) está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento social e emocional, significando isso que mudanças fundamentais no pensamento têm de ser acompanhadas por uma reorganização dos objetivos, das atitudes e das formas de mediação (Vygotsky, 1998).
A sala de aula que vemos hoje ainda infelizmente se parece muito com as salas de aula do séc. XIX onde as escolas somente eram destinadas para as classes sociais mais abastadas e dominante, com o objetivo de socialização, ou melhor falando “aplicar a Cidadania”. A metodologia se continha em simplesmente o controle dos alunos. O ensino se resumia em que o professor escrevia de costas para os alunos em um quadro negro e os mesmos copiavam em seus cadernos. Esta realidade nos dias de hoje não está muito longe de ser encontrada. Segundo Nogueira (2005, p. 44)
“é importante levar em conta que pela própria formação que nós, professores, tivemos, podemos ainda tentar perpetuar o modelo pedagógico, que recebemos em nossa trajetória de alunos”.
Porém o próprio autor indagado pela perspectiva em que nossos alunos estão vivendo nos apresenta onde está findando as antigas metodologias, o autor rebate que estamos deixando nossos alunos desmotivados
Nogueira (2005, p. 45) a constatar: “nossos alunos apresentam-se desinteressados, desatentos, desmotivados, indisciplinados, com problemas de aprendizagens, etc.”
Analisando assim verificamos que o próprio método de ensino pode estar compactuando com a falta de motivação escolar, tendo em vista que vivemos em um mundo onde as pessoas tendem a ser muito mais autônomas, dinâmicas, vivemos em uma sociedade onde a globalização perpetua e ate mesmo nossos pequenos alunos das primeiras series já elaboram questionamentos e discordâncias onde a décadas atrás não teríamos nem noção de que poderíamos ver tais indagações, hoje os professores precisam ser dinâmicos e versáteis, para assim não perder a motivação de ensinar, que e uma outra grande problemática existentes em nossas salas de aula. Jesus (2004) “aponta que é relevante se pensar em novos paradigmas educacionais onde se reestude o modelo escolar atual e se leve em conta as limitações e o bem-estar tanto do professor quanto do aluno”.
Conforme pesquisa elucidada com o tema verificamos a importância da motivação para aprendizagem onde Buzunek (2001 p.13) afirma que:
Alunos desmotivados estudam muito pouco, ou nada e, consequentemente aprendem muito pouco. Em última instância, aí se configura uma situação educacional que impede a formação de indivíduos mais competentes, para exercerem a cidadania e realizarem se como pessoas, além de se capacitarem para aprender pela vida a fora”
Perpetuando entre a metodologia em que se pode ser ministrada para que se possa alcançar uma grande motivação vamos verificar um pouco sobre os tipos de motivação que devemos conhecer. Segundo Stipek (1998) e Printrich (2003) a motivação pode ser observada por meio do comportamento dos alunos, levando em consideração o começar rapidamente uma tarefa e o desempenho para finaliza-la, bem como o objetivo que terá esta tarefa. O ponto de maior observância neste estudo e descobrir e entender os tipos de motivação, para que assim se possa encontrar o melhor método ou metodologia para se aplicar. Independente de qual for a observância usada para estabelecer que tipo de motivação e desmotivação existe, sempre teremos dois tipos de motivação extrínseca e intrínseca. Segundo Ryan e Deci (2000), a motivação humana foi dividida, tradicionalmente, em dois pólos, intrínseco e extrínseco sendo, no primeiro caso, o comportamento motivado pela atividade em si ou pela satisfação dela decorrente. Do outro lado, a motivação extrínseca ocorre em situações nas quais a atividade é percebida como meio para alcançar eventos externos desejáveis ou para evitar outros indesejáveis. A motivação intrínseca está relacionada ao interesse da própria atividade, que tem um fim em si mesmo e não como um meio para outras metas. Já a motivação extrínseca está relacionada às rotinas necessárias ao longo da vida. Huertas (2001) persiste que existem dois tipos de motivação: motivação intrínseca e a motivação extrínseca. A motivação intrínseca está ligada a relação do indivíduo a própria atividade, que é um fim e não um meio para outros objetivos, podendo ser considerada uma motivação independente das demais, que suporta uma antecipação dos objetivos.
Segundo Bettina (2007),
... a motivação é um processo que engloba motivos intrínsecos e extrínsecos de cada pessoa, motivos esses construídos nas inter-relações sociais, desde a infância, e que acabam se efetivando na intrapessoalidade. Dessa forma, a cada nova situação vivenciada, novos motivos poderão ser construídos. Por isso, entender a motivação em cada pessoa é, antes de tudo, perceber e entender o ser humano com características e subjetividades próprias, é conceber o desenvolvimento e a aprendizagem como um processo que acontece ao longo da vida de cada um.
Em resumo entendemos que a motivação intrínseca e aquela onde o indivíduo faz por prazer, porque se sente bem, porque gosta, e a motivação extrínseca e aquela que o indivíduo tende a fazer com alguma recompensa no caso da escola seriam notas ou metas, em sendo assim conseguimos estabelecer as motivações individuais.
...quando uma ação se encontra intrinsecamente, esta se fundamenta principalmente em três características: autodeterminação; competência e satisfação em fazer algo próprio e familiar. (Knüppe apud Huertas 2001).
Diante disto sugere-se que a motivação em sala de aula não ocorre espontaneamente, ela depende de fatores para que ela ocorra, tais como o ambiente escolar, a participação das pessoas envolvidas bem como o espaço físico e a estrutura e também a metodologia empregada.
Quando falamos dos envolvidos sugere-se que estão envolvidos neste processo os alunos, os professores bem como os familiares, juntos trabalhando em um processo que tornara muito mais atraente e decisivo para o aprendizado escolar, considera-se também a necessidade de se ter um ambiente escolar com uma boa organização, onde se e vislumbrado o quantitativo de alunos, a temática da sala bem como a didática usada.
Hoje os professores devem estar atentos aos seus alunos buscando neles encontrar o que há de melhor, quais suas habilidades, onde ele se destaca com maior observância, sentir na criança o que ele busca e tentar encontrar sua melhor característica para assim implantar novas abordagens e conteúdo buscando assim aproximar-se do universo ideal, para poder trazer esta criança muito mais motivada e satisfeita para sala de aula. Como o autor destaca.
Ferrero (1985), ”o insucesso da alfabetização depende do método de ensino adotado pela escola e o estado de maturidade ou prontidão da criança”
E preciso ir de encontro com a grande necessidade, ou melhor dizendo com a individual necessidade dos alunos, a dinâmica ideal, trazer para si o desafio, mesmo sabendo que existem milhões de obstáculos, pois salas lotadas, problemas sociais e familiares, problemas de gestão dentre uma infinidade de adversidades referente ao âmbito escolar. O professor deve estar aberto para o novo, bem como para se renovar e se conectar com estes alunos com suas individuais complexidades, o importante e estar além de tudo disposto a tentar resolver esta questão. Nesse contexto, Fita e Tapia (2000, p, 8) ressaltam:
A motivação está ligada à interação dinâmica entre as características pessoais e o contexto em que as tarefas escolares se desenvolvem. Isto quer dizer que o desempenho do professor é tão importante quanto o do aluno, para proporcionar a motivação para a aprendizagem.
Assim podemos entender que existem vários fatores que estão envolvidos neste processo de motivação e que cada professor terá seu meio de tentar abolir esta situação, o processo não e fácil, sabemos que a pratica e muito mais real que a pesquisa, porém é buscando em teorias e na própria vivencia que poderá acontecer uma mudança.
CONCLUSÃO
O assunto discutido nesta pesquisa nos fez refletir o quão grande e este universo, que a motivação e a chave mestra da aprendizagem, e a base para o estudo, e preciso estar motivado para que se possa ter um índice de entendimento necessário e adequado. Para que o aluno possa aprender e necessário que o aluno esteja envolvido, que esta seja a sua meta, e somente estando pleno e motivado terá ao desempenho desejado.
Mencionamos neste estudo a competição existente entre a mídia e o ambiente escolar, compreendemos que existe uma grande necessidade de d se adequar, trazer para dentro da escola, salas de aula mais atraentes com modelo de ensino que que torne o aprendizado mais agradável fazendo que a criança tenha o mesmo prazer de estudar ao que tem com as brincadeiras eletrônicas, que tem com a internet e com a tv.
Observamos que a família e o ponto chave, que e ali que surgem a maioria dos anseios, desejos e manifestações de sentimentos, a família e onde se cria a base emocional de uma criança, e também pode ser ali que inicia também alguns problemas emotivos que podem acarretar uma grande perca de motivação, então conseguimos analisar que a família pode ser o grande desencadeador de motivação, uma vez que se ela já sai de casa motivado, feliz e com estimulo, terá mais facilidade de enfrentar as dificuldades existentes, bem como terá mais prazer em aprender.
Verificamos também o papel do professor e a metodologia usada, comparamos os métodos mais antigos de ensino e conseguimos entender que e necessário uma nova temática, uma nova metodologia, bem como e preciso estar diariamente se aprimorando para conseguir trazer de encontro estes alunos com problematização de falta de motivação, fazendo com que este aluno consiga quebrar as barreiras para ter o bem estar positivo dentro de sala de aula. Bem como os professores também precisam estar motivados e em busca de superação para poder aprimorar sua metodologia, trazendo aulas mais criativas e envolventes. E bem claro que todos sabemos a importância da motivação em sala de aula, porem e um assunto, com uma grande necessidade de reflexão. Segundo FITA "não existem receitas mágicas que melhorem a motivação de nossos alunos", precisamos estar sempre em construção, buscando a melhor maneira de enfrentar os obstáculos, criando novas maneiras de ser um professor criativo e dinâmico, e para isto precisamos também estar motivados.
Concluímos com esta pesquisa que devemos estar juntos nesta empreitada, pais, professores bem como todo o corpo escolar, buscando a cada dia trazer novas formas de educar buscando estarmos todos motivados a caminho de uma melhor e mais satisfatória educação.
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