Valorizando as diferenças
Beatriz Nayara Ferreira da Silva¹
Rosmari Favaretto Walker²
DOI: 10.5281/zenodo.11477595
RESUMO
O presente artigo tem como tema “Valorizando as diferenças”. Sendo assim, o trabalho desenvolvido tem por objetivo apresentar que todos somos iguais, porém diferentes, que cada indivíduo é único e deve ser respeitado. E essa diferença nos faz únicos e especiais. Levando o Educador(a) a oportunizar os alunos a perceber a importância de aceitar e poder conviver com as diferenças dentro do ambiente educacional e também fora dele. Utilizamos o método de pesquisa bibliográfica sendo ela reflexiva e analítica, através de livros e artigos de autores que abordam o tema proposto.
Palavras-chave: Diversidade; Escola; Professor.
1. Introdução
A rede de ensino tem como objetivo principal desenvolver o aluno em sua totalidade, contribuindo para que este seja no futuro um cidadão com condição necessária tanto na sua formação intelectual quanto moral.
Nesse contexto, o trabalho foi desenvolvido com a finalidade de apresentar para as crianças que precisamos respeitar as diversidades, as escolhas, e que a beleza não está só no aspecto físico, mas também nas qualidades morais, amizade, companheirismo, e com isso elas podem mudar suas atitudes e descobrir que todos temos os mesmos direitos de participar das atividades.
Nossa sociedade é formada por pessoas com diferenças físicas, sociais e culturais, entre outras. Assim faz-se necessário buscar caminhos para uma convivência harmoniosa, tendo em vista a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática, na qual todos são iguais em direitos e deveres.
Esse trabalho conta em sua estrutura com a introdução onde fez relatos referentes à questão da valorização das diferenças e a relação com o ambiente escolar. Dessa forma, no decorrer do desenvolvimento dessa pesquisa fazemos diversos esclarecimentos quanto à importância do professor em sua interação socio-afetiva com seus alunos e trabalhos desenvolvidos em relação a valorização da diversidade no ambiente escolar.
Para finalizar, o artigo contou-se com a conclusão, nela apresentou uma breve síntese sobre os aspectos fundamentais que foram tratados durante toda a pesquisa de modo a trabalhar a autoestima no educando, para que esse possa relacionar-se com os outros.
2. Desenvolvimento
Neste artigo, utilizamos a pesquisa bibliográfica, ou seja, uma pesquisa baseada em referências teóricas de diversos autores que nos ajudam a analisar e interpretar o tema proposto. Todos os dados deste artigo foram obtidos através de várias produções cientificas e técnicas de vários autores que discorrem sobre o tema do artigo.
A pesquisa bibliográfica, para Fonseca (2002), é realizada:
[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Este artigo é de cunho qualitativo, uma vez que será elencado e buscado nos documentos e arquivos as ideias centrais da pesquisa que abordam o tema.
Assim, chegando às devidas conclusões que serão reflexões embasadas em dados seguros que propiciem conceitos novos.
3. Diversidade na escola
Configurada como direito, a escola é o primeiro local social que a criança é inserida desde muito pequena. É na escola que a criança compartilha e vive suas primeiras experiências, emoções, onde fazem suas próprias descobertas, apredem sobre si e sobre o outro e aprendem a conviver com pessoas diferentes e desenvolvem sua autonomia.
O documento normativo Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece conhecimentos, competências e habilidades a serem abordados nos currículos das escolas de todo o Brasil. O objetivo desse documento é exatamente ser uma referência para a elaboração de currículos que garantam o direito de aprendizagem e desenvolvimento aos alunos, de forma a colaborar com a formação de uma sociedade que desfrute de maior justiça, democracia e inclusão.
A BNCC entende que a escola é um ambiente muito importante para que sejam criadas oportunidades com o intuito de promover a relação da criança com diferentes grupos sociais e culturais, tendo em vista que isso será engrandecedor, uma vez que elas são estimuladas a enxergar não apenas a sua identidade, mas as diferenças presentes em nossa sociedade
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece cinco Campos de Experiência para a Educação Infantil, que indicam quais são as experiências fundamentais para que a criança aprenda e se desenvolva. Os Campos enfatizam noções, habilidades, atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver de 0 a 5 anos e buscam garantir os direitos de aprendizagem dos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas.
Entre os cinco campos de experiência, o primeiro deles, O eu, o outro e o nós, diz que:
É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista.[...]. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humano.(BNCC 2018,p.40).
Como podemos ver,a escola como um dos primeiros locais que as crianças têm a oportunidade de conviver com outras crianças, de diferentes faixas etárias, famílias, costumes, culturas e, acima de tudo, diferentes ritmos de aprendizado, de forma a construir suas primeiras experiências sociais e desenvolvimento de sua autonomia. Dessa forma, é na escola que as crianças são estimuladas a enxergar não apenas a sua identidade, mas as diferenças presentes em nossa sociedade.
A escola exerce o papel fundamental de socializar o conhecimento e o dever de atuar na formação moral dos alunos, o que promove o pleno desenvolvimento da criança como cidadão.
O preconceito, a discriminação e a exclusão social precisam ser superados para a consolidação de um mundo melhor. É preciso ressaltar nas escolas a valorização de todos, independentemente de cor, etnia, religião, sexo, idade ou classe social. A aprendizagem de valores e atitudes deve ser mais explorada do ponto de vista pedagógico. Nas relações interpessoais, não só entre professor e aluno, mas também entre os próprios alunos, o grande desafio é conseguir se colocar no lugar do próximo, compreender seu ponto de vista e suas motivações ao interpretar suas ações. Isso desenvolve a atitude de solidariedade e a capacidade de conviver com as diferenças, sabendo que é possível ter um bom convívio com todas as pessoas.
A escola em seu curriculo deve ser organizado de forma a garantir o fim das discriminações e da exclusão, ações essa firmada pela DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais.
Este documento proclama a eficácia de escolas comuns no combate às atitudes discriminatórias, reforçando o princípio do acolhimento de todas as crianças independentemente de suas condições físicas, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Além disso, é necessário que acolham tanto crianças com deficiência quanto as bem-dotadas, que vivem nas ruas ou que trabalham, nômades ou de populações distantes, de minorias linguísticas, étnicas ou culturais, bem como de zonas desfavorecidas ou marginalizados, (BRASIL,1994).
William e Susan Stainback (1999) afirmam que a exclusão nas escolas lança as sementes do descontentamento e da discriminação social e o ensino inclusivo é a prática para todos independente de talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem cultural, visando atender às necessidades dos alunos. As indiferenças às diferenças acentuam e reforçam as desigualdades e, sendo assim, devemos ampliar as oportunidades para que todos possam desfrutar do aprendizado de novos conhecimentos, experiências e valores subjacentes à cultura corporal do movimento, bem como, da apreensão da prática social identificada com a formação de uma cidadania humanista e democrática.
Para Skrtic (apud. STAINBACK, 1999, p.31), a inclusão [...] "é um novo paradigma de pensamento e de ação, no sentido de incluir todos os indivíduos em uma sociedade na qual a diversidade está se tornando mais norma do que exceção".
Quando se trata de uma sociedade diversificada composta de diferenças de todas as ordens, surge a necessidade de se apurar o olhar para os grupos minoritários que, por vezes, são discriminados ou excluidos. Essa exclusão reflete sobre diferenças associadas ao gênero, raça, etnia, classe social, religião, doenças crônicas, portadores de deficiências, dentre outras.
Com isso, a escola exerce o papel de extrema importância em realizar em cojunto com o corpo docente, alunos e comunidade escolar trabalhos educativos que protagonizem o respeito mútuo referente a diversidade que se encontram no ambiente escolar a fim de combater, no plano das atitudes, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos e palavras.
Enfim, para um bom convívio a escola em seu curriculo precisa ser organizada de modo que os conceitos como justiça, respeito e solidariedade sejam compreendidos, assimilados e vividos por seus alunos com o propósito de estabelecer atitude crítica, que levará o aluno a identificar e reconhecer seus limites nas ações e nos relacionamentos a partir dos valores que os orientam.
4. Os desafios do Professor
O professor em sua totalidade enfrenta muitos desafios em relação à formação e desafios da profissão professor. Muitos percalços enfrentados pelo professor são dentro de sala aula, como saber lidar com os desafios em sala de aula, como a indisciplinas dos alunos e a falta da participação dos pais referente ao desenvolvimento pedagógico de seus filhos.
Para sanar ou diminuir os desafios encontrados em sala de aula a escola deve desempenhar ações e estratégias juntamente com o corpo docente e pais a fim de melhorar o engajamento dos alunos, assim, facilitando o processo do professor em desenvolver seu trabalho em excelência.
Trabalhar com as diferenças entre os alunos pode ser uma tarefa desafiadora, mas em frente aos desafios o professor pode desenvolver planos de ações estratégicas e metodologias adequadas com o objetivo de promover boas experiências aos alunos durante as aulas, garantir fluxos de ensino mais eficientes e implementar medidas para minimizar a indiferença às diferenças no ambito escolar e fora dela.
De acordo com Souza:
O docente precisa estar ciente do seu papel frente à realidade social, econômica, tecnológica como ocorrem nos tempos atuais. Suas aulas atualizadas favorecem o aluno no tempo em que está vivendo para que não as torne desinteressantes e maçantes. Atrair a atenção dos discentes leva-os a refletir e desenvolver o pensamento crítico (SOUZA,2021,p.28).
Uma das estratégia pedagógicas é utilizar histórias como ferramenta essencial na contextualização às diferenças, contribuindo para uma boa convivência mútua e respeito ao próximo.
Em conformidade com Lima:
As histórias são uma excelente forma de ilustrar os conceitos e tornar a aula mais dinâmica e interessante. Elas podem ser utilizadas para contextualizar os conteúdos, mostrar a aplicação prática do conhecimento e envolver emocionalmente os alunos. As histórias podem ser suas, de sua vida, ou mesmo histórias inventadas, ficções mesmo. As histórias são ferramentas ancestrais de atrair a atenção das pessoas, ninguém resiste a uma boa história (LIMA,2023).
Diante do exposto a cima, o trabalho com Literatura Infantil, nos trás possibilidades de explorar várias habilidades e competências desta faixa de idade. Através da leitura do livro “Esta é a Silvia”, de Jeanne Willis, pode-se explorar o tema da inclusão como no caso a história mostra uma menina realizando várias atividades corriqueiras de crianças e só no final do livro o leitor descobre que a menina tem necessidades especiais (é cadeirante). Com isso, tem a oportunidade de formar cidadãos críticos e autônomos que participam do processo social, conscientes de seus direitos e deveres na sociedade com base no respeito mútuo. Aceitando as diferenças dos outros como algo normal, na aceitação do outro como igual.
Considerações finais
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou compreender que é crucial que a escola na sua estrutura organizacional tenha por objetivo desenvolver uma cultura inclusiva, criando condições de equidade e valorização da diversidade entre os alunos. Desse modo, as crianças possuem a oportunidade de compreender melhor as semelhaças e as diferenças entre eles.
O professor como mediador e formador, precisa em sua prática buscar estratégias pedagógica que promovam a importância do respeito às diferenças, que visem mostrar as crianças que somos semelhantes e ao mesmo tempo unicos.
Na prática pedagógica precisa possibilitar os alunos a repudiar quaisquer ato discriminatório e preconceituoso dentro e fora do ambiente escolar, de forma a priorizar e estimular o respeito à diversidade. Mas nesse processo toda a comunidade escolar devem estar envolvidas em forma de reflexão.
Concluímos que é a partir da educação que construimos o respeito e a empatia, com professores preparados e capacitados para desenvolver com excelência trabalhos educativos que visam a construção de uma sociedade verdadeiramente democrática, na qual todos são iguais em direitos e deveres.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. [BNCC]. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília DF, [2018] Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ > Acesso em: 01 maio. 2024.
NZABALA, Antoni. A Prática Educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998
Stainback, William e Susan. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
UNESCO. Declaração de Salamanca: Princípios, Política e Prática em Educação Especial. 1994. Disponível em:< https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000139394.>
Acesso em: 01 maio. 2024.
Stainback, William e Susan. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
SOUZA, T. A. M. EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE: O ATENDIMENTO AOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA EM ESCOLA PÚBLICA. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia. da Escola de Formação de Professores e Humanidades da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiás, p. 40, 2021.
LIMA, Herbert Santo de. Direito de Sonhar e educação: Dicas para melhorar suas aulas. Fábrica dos Sonhos, São Lourenço-MG. 1 de abr. de 2023. Disponível em: < https://www.fabricadossonhos.net/post/direito-de-sonhar-e-educa%C3%A7%C3%A3o-dicas-para-melhorar-suas-aulas>. Acesso em: 18 maio.2024.