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A IMPORTÂNCIA DO EMPREGO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DA MATEMÁTICA

Rosalina da Silva Martins

 

RESUMO:

O presente artigo tem como foco principal a importância do emprego de tecnologia no ensino dos conceitos matemáticos. Observa-se que boa parte dos alunos apresentam grande desinteresse e até mesmo repúdio por esta disciplina, no entanto ela é a base para outras como a Física, por exemplo. Entende-se também a necessidade assimilação dos conceitos matemáticos fundamentais para utilização do dia a dia. Frente a esse quadro, o emprego de tecnologias no processo de ensino/aprendizagem da Matemática mostra-se como uma importante ferramenta capaz de cativar e prender a atenção dos alunos. Para o desenvolvimento do tema e cumprimento dos objetivos propostos, valeu-se do método de revisão bibliográfica, sobretudo de trabalhos de autores como COTTA (2002), CORTELLA (2017), MORAN (2000), TEDESCO (2004), entre outros.

Palavras-chave: Ensino/aprendizagem. Matemática. Tecnologia.

 

INTRODUÇÃO

 

Observa-se que o advento da informática, a popularização dos microcomputadores e sobretudo a Internet, revolucionaram a sociedade moderna em todos os seus aspectos. Setores como o de comunicação, por exemplo, sofreram uma verdadeira revolução.

Como uma avalanche a informatização tomou conta de nossa sociedade. Agilizou processos, reduziu distâncias, facilitou o acesso às informações e ao conhecimento, além de tornar praticamente todos os processos da vida cotidiana mais rápidos.

Pode-se dizer que tais transformações alteraram nossos costumes e valores. Mudaram o foco de interesse das pessoas e todos (ou quase todos) passaram a seguir essas novas tendências.

Um computador ou smartphone conectado à Internet torna-se uma fonte inesgotável de informações e conhecimentos de todas as partes do globo. Tal advento transformou o ser humano. Tudo está ao alcance de todos que estiverem conectados e não importa sobre o que se busca, sempre haverá conteúdo sobre o assunto.

Frente a esse cenário promissor, percebeu a necessidade de se enfatizar aos professores, sobretudo aos de Matemática, a necessidade de se valer de tais tecnologias no processo de ensino/aprendizagem desta ciência tão temida quanto exata. Partindo-se do questionamento de como o professor vê as novas tecnologias e como ele percebe a necessidade de utilizar os recursos tecnológicos em sua sala de aula, buscou-se na presente pesquisa compreender esse processo de modernização da educação, bem como salientar a necessidade de conscientizar os professores acerca deste assunto.

Para o cumprimento dos objetivos propostos nesta pesquisa foi utilizado o método de revisão bibliográfica valendo-se de trabalhos de pesquisadores como COTTA (2002), CORTELLA (2017), MORAN (2000), TEDESCO (2004), entre outros.

Contudo, percebe-se que para o professor reconhecer a importância da utilização dos recursos tecnológicos em suas aulas é necessário que utilize meios como o computador e a Internet como aliados na construção do conhecimento. É preciso que o profissional de educação evolua sua prática pedagógica de modo a incorporar estas novas tecnologias à suas rotinas no ambiente educacional da mesma forma que a maioria dos alunos já as incorporou em seu dia a dia.

 

DESENVOLVIMENTO


Ao observar a maioria das escolas na atualidade, depara-se com um modelo pedagógico estático e obsoleto onde pouco se evoluiu. Boa parte das aulas são fundamentalmente expositivas onde o professor se vale de quadro (negro ou branco), livros e cadernos para trabalhar crianças e adolescentes que passam a maior parte de seu tempo vago utilizando aparelhos eletrônicos.

Com isso, pode-se perceber claramente o quanto este modelo pedagógico mostra-se entediante e desinteressante aos alunos. É preciso buscar maneiras de integras a tecnologia com a educação para que o processo de ensino aprendizagem torne-se mais interessante e eficaz.

Cortella (1995) corrobora comentando sobre o uso de computadores na escola, destacando a importância da mudança de paradigma sobre a utilização dos mesmos:

[...] a presença isolada e desarticulada dos computadores na escola não é, jamais, sinal de qualidade de ensino; mal comparando, a existência de alguns aparelhos ultramodernos de tomografia e ressonância magnética em determinado hospital ou rede de saúde não expressa, por si só, a qualidade geral do serviço prestado à população. É necessário estarmos muito alertas para o risco da transformação dos computadores no bezerro de ouro â ser adorado em Educação. (CORTELLA, 1995, p. 34).

Assim evidencia-se o fascínio e a atração que o uso de meios tecnológicos no ensino da Matemática pode despertar nos alunos. Tais recursos, além de facilitar e tornar mais rápido o processo de aprendizagem ainda é capaz de torna-lo atrativo e divertido, estimular o raciocínio lógico e torna mais fácil a abstração para o devido entendimento dos conceitos matemáticos.

Destaca-se desta forma que o professor deve tomar posse de seu papel de mediador da construção do conhecimento de seus alunos e responsável buscar meios capazes de dinamizar e tornar a aula mais atrativa e leve. Despertar no aluno o prazer por adquirir conhecimento e afastar o paradigma de que escola é uma obrigação cansativa e enfadonha.

Entende-se que o ensino da Matemática deve buscar a construção de um saber lógico através de raciocínio e abstração. Desta forma o processo de ensino/aprendizagem deve estar fundamentado na evolução tecnológica e valendo-se de interdisciplinaridade ligar o máximo possível os conceitos estudados ao cotidiano prático dos alunos, tendo em vista a necessidade de prepara-los para sobreviver em uma sociedade que se mostra cada vez mais complexa e caótica.

Neste sentido Moran (2000) salienta a importância do papel do aluno frente a esse processo:

As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas (MORAN, 2000, p.17-18).

Assim é possível perceber a grande importância da cultura e das novas tecnologias como meios transformadores e modernizadores do processo de ensino/aprendizagem. Entende-se que os recursos tecnológicos devem ser cada vez mais empregados no ensino, sobretudo da Matemática, como forma de preparar melhor o indivíduo para o futuro de modo que tenha uma vida plena tanto social quanto profissional.

Entende-se também que a escola carece de reestruturação não apenas no que tange sua estrutura física. Gestores, professores e demais profissionais da educação devem buscar práticas capazes de atender a nova demanda educativa para que se possa introduzir de fato os recursos virtuais no processo de ensino/aprendizagem.

Percebe-se ainda a necessidade de formação mais ampla dos professores de Matemática no que tange à utilização dos recursos tecnológicos em suas aulas.

Tedesco (2004) chama a atenção à aplicação das NTIC (novas tecnologias de informação e comunicação) no ambiente escolar:

A realidade é que se escreveu muito pouco disso. Necessita-se de avaliações e pesquisas exaustivas e profundas sobre o impacto das NTIC na sala de aula e nos sistemas educacionais. Elas nos dariam clareza sobre os motivos dos acertos e fracassos, assim como sobre os desafios que devemos enfrentar. Entretanto, a falta de pesquisa sobre o impacto das NTIC não é exclusiva do setor educativo: existe uma preocupante ausência de estudos que analisem as NTIC em relação às transformações sociais, políticas e culturais que elas promovem no interior de nossas sociedades, e em consequência, [que permitam] identificar as responsabilidades e desafios educativos implicados com intuito de promover maior justiça social e progresso democrático (TEDESCO, 2004, p. 98)

Desse modo fica evidente que o sucesso do emprego das NTCI no processo de ensino da Matemática depende fundamentalmente de dois pilares: equipar adequadamente as escolas; promover a formação adequada para os professores.

Perrenoud (2000) corrobora ao afirmar que as instituições educacionais necessitam evoluir para que possam acompanhar o desenvolvimento de nossa sociedade. O autor salienta ainda que as TIC (tecnologias de informação e comunicação) estão cada vez mais presentes no dia a dia de nossa sociedade, fato que intensifica a necessidade de modernização das escolas.

Valente (1999) associa problemas de aprendizagem e até mesmo evasão escolar à falta de modernização das escolas:

São inúmeros os problemas que decorrem da questão: evasão escolar; pavor diante da disciplina; medo e aversão à escola, dentre outros. Em larga medida, o problema pode estar atrelado a uma metodologia amplamente adotada nas escolas para o ensino em geral e especificamente para o da Matemática (VALENTE, 1999, p. 78).

Neste sentido Machado complementa afirmando o seguinte:

[...] de uma forma geral, há um descontentamento com o ensino da Matemática em todos os níveis de escolaridade; o seu significado real, a sua função no currículo escolar passa a ser questionados e pesquisados de uma forma mais consciente, pontual e contextualizada.

Para Valente (1999) o computador já faz parte da escola e isto mostra como oportunidade para organização e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o processo de ensino/aprendizagem.

Já para Cotta (2002) o computador abre espaço para mudanças:

[...] a introdução do computador na sala de aula, por si só, não constitui nenhuma mudança significativa para o ensino. O salto qualitativo no ensino da Matemática poderá ser dado através do aproveitamento da oportunidade da introdução do computador na escola, o que certamente favorecerá mudanças na pedagogia e poderá resultar em melhora significativa da educação. Para tanto, talvez seja mais realista pensar no aproveitamento de técnicas tradicionais para ir, aos poucos, introduzindo inovações pedagógicas e didáticas. (Cota, 2002, p.20)

Salienta-se também que não se trata do computador (ou outra máquina) fazer com que uma criança aprenda novos conceitos, mas ele mostra-se como uma ferramenta capaz de ajudar na abstração para facilitar o entendimento dos conteúdos estudados.

Contudo, observa-se que a partir do momento em que se tem professores preparados para a utilização de tecnologias e escolas devidamente equipadas, o processo de ensino/aprendizagem passa a ocorrer de maneira mais dinâmica e eficiente.


CONCLUSÃO


A partir da presente pesquisa é possível concluir a maioria das escolas de nosso país ainda mostra-se presas à práticas pedagógicas obsoletas. Entende-se, portanto, a necessidade da modernização destas práticas para que meios tecnológicos sejam mais aproveitados no processo de ensino/aprendizagem.

Percebe-se a grande importância da utilização da tecnologia no processo de ensino, sobretudo da Matemática, tendo vista ser esta uma disciplina temida e mal compreendida por boa parte dos alunos.

Conclui-se que a modernização de nosso sistema de ensino depende fundamentalmente da melhor formação dos professores no tocante à utilização dos meios tecnológicos em suas aulas e da disponibilização por parte das instituições escolares dos recursos tecnológicos a serem aplicados no processo de ensino/aprendizagem.

 

Referências

COTTA, Alceu Júnior. Novas Tecnologias Educacionais No Ensino de Matemática: estudo de caso - Logo e do Cabri-Géomètre. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, 2002.

CORTELLA, Mário Sérgio. Informatofobia e Informatolatria: Equívocos na Educação. http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/det.asp?cod=51889&type=P. Acesso em 07 de outubro de 2017.

MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000.

TEDESCO, Juan Carlos (org.). Educação e Novas Tecnologias: esperança ou incerteza? São Paulo: Cortez. Brasília: UNESCO, 2004.

VALENTE, José Armando (org.). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: UNICAMP/ Núcleo de Informática Aplicada à Educação-NIED, 1999.